Crítica sobre o filme "Última Casa da Rua, A":

Rubens Ewald Filho
Última Casa da Rua, A Por Rubens Ewald Filho
| Data: 22/12/2012

A vida de ator/atriz é dura e nunca invejável. Apesar de Jennifer Lawrence ter muita chance de ganhar o Oscar este ano (pelo filme, O Lado Bom da Vida, de já ter sido indicada antes por Inverno da Alma e atualmente ser a estrela da série de adaptações de Jogos Vorazes).

Ainda Deus sabe por que, talvez porque tivesse que pagar o aluguel, fez esta fitinha B que nem terror chega a ser. Não apenas ela, mas também outra indicada ao Oscar Elisabeth Shue (fazem mãe e filha).

Os créditos não garantiam nada. O diretor é o ator que fez antes Hush, 08, inédito aqui. O roteirista David Loucka (A Casa dos Sonhos, em 89 e De Médico e Louco Todo Mundo Tem Um Pouco) baseando-se aqui em conto de Jonathan Mostow (diretor de 571- A Batalha do Atlântico e Exterminador do Futuro 3).

Originalmente seria ele quem faria o filme, que tem orçamento tão baixo que foi rodado no Canadá em digital (Technicospe de duas “perf”) para evitar custo de revelação.

A história é tão fraca que a primeira coisa que me lembrei foi de Jane Eyre, que era a história mais velha de alguém esconder uma pessoa louca no porão de casa (ou castelo, como era no livro de Emily Bronte do século 18).

Aqui é algo parecido. Mãe e filha mudam-se para uma boa casa que fica ao lado de uma reserva florestal. Conseguiram bom preço por que em frente, no meio do mato, tem uma casa onde ocorreu duplo assassinato: um casal foi assassinato por sua filha jovem que depois teria fugido ou morrido.

Sobrou apenas o único filho (Theriot, de Jumper, Preço da Traição, A Sétima Alma) que é malvisto pela vizinhança. Eventualmente ela dá carona para Jennifer (que está bem fraquinha mesmo tendo um momento onde canta, com voz marcante, mas só isso) e os dois ficam amigos. Mas nessa altura o espectador já sabe que ele mantém no porão uma garota que seria sua irmã, que parece ser realmente louca e perigosa.

Certamente vão haver outras complicações e uma reviravolta, mas também nada que não seja previsível, talvez uma citação de Psicose de Hitchcock.

Todos os papéis (tem ainda Gil Bellows como o xerife local) são clichê. Logicamente Jennifer fez o filme antes de ficar famosa no verão de 2010 e deve se arrepender amargamente deste erro da juventude.