Crítica sobre o filme "Negociação, A":

Rubens Ewald Filho
Negociação, A Por Rubens Ewald Filho
| Data: 20/01/2012

Já houve outro filme com este mesmo nome com Kevin Spacey — já que hoje é uma confusão de nomes sem registro. Este aqui é aquele filme que já comentei neste blog, que acharam que ele trazia uma boa interpretação de Richard Gere, depois de anos de personagens e filmes indiferentes.

Acharam que com ele Richard Gere teria chance de ser indicado ao Oscar de ator. Acho difícil, porque é um ano concorrido, mas ele conseguiu um espaço no Globo de Ouro, já que lá tem mais possibilidade, os candidatos são divididos entre drama e comédia.

Gere é daqueles atores medianos, que nunca foram indicados porque nunca realmente está especialmente bem. Nem mal. Tem um público fiel que o segue apesar dos cabelos brancos e a maturidade. Mas eu gostei deste A Negociação, um drama chique, onde ele faz um milionário que lida com grandes fortunas e grandes segredos.

É casado há muitos anos com Susan Sarandon, que já é garantia de uma boa comparsa, tem uma filha que trabalha com ele, mas não compartilha de todos os segredos e uma amante francesa, a modelo francesa Laetitia Casta, em seu primeiro filme internacional, mas ainda sem a cancha para essas investidas.

O primeiro sinal de crise denuncia a fraqueza desse magnata, mas é apenas dinheiro e todo mundo sabe que as aparências é que valem. Não vou dizer o que, mas um descuido mal calculado virá provocar uma crise, e esta irá atrair a curiosidade e a ira da polícia (Tim Roth, como sempre assustador) e, de repente, todo o império poderá vir por água abaixo.

Não creio que seja um filme para grandes públicos, mas é bem dirigido e roteirizado por um certo Nicolas Jarecki, estreando no longa de ficção. Gere mostra-se mais vivo e agitado do que costume e chega mesmo a passar certa humanidade ao personagem. Não estou revelando o incidente que ocorre aos vinte e poucos minutos porque o filme me deixou intrigado e interessado, o que é raro e bom.