O penúltimo filme de Grace Kelly (1929-82), lançado no mesmo momento em que ela se tornava a Princesa de Mônaco ao se casar com o Príncipe Rainier e abandonava de vez o cinema. Ou seja, de fato se tornava uma princesa como a que representa aqui. Princesa Alexandra.
O filme é adaptação de uma peça de um famoso escritor húngaro Ferenc Molnar (1878-1952), que também escreveu a origem de Carrossel, Cupido não tem bandeira, O Escândalo da Princesa, Esta Rua é Nossa. Já havia sido filmado em 1925 com Frances Howard, Adolphe Menjou e Ricardo Cortez, e em 1930 como One Romantic Night, de Paul L. Stein, com Lillian Gish, Rod LaRoque, Conrad Nagel e Marie Dressler.
Conduzido pelo diretor de Gilda, Charles Vidor, o filme tem problemas porque foi feito no começo do sistema Cinemascope (então tudo é filmado de longe, sem closes, no máximo eles aparecem de busto para cima, o que atrapalha hoje o envolvimento com a história que deveria ser romântica).
Depois, por alguma razão, Grace que costuma estar linda nos filmes de Hitchcock, aqui esta magra, fria, sem sal, parece distraída e um pouco ausente. Alec Guinness (no seu primeiro filme americano, empresta um pouco de humor ao papel do Príncipe Herdeiro que vem aparentemente convidar a princesa para ser sua esposa.
Mas chegando ao palácio dela se distrai dormido tarde, tocando contrabaixo ou brincando com as crianças. A mãe de Grace, a excelente Jessie Royce Landis (que foi mãe dela também em Ladrão de Casaca) resolve fazer ciúmes deixando a filha flertar com o professor/tutor dos filhos (o Frances Louis Jourdan, ainda vivo), sem imaginar que tanto ele quanto ela são um pouco apaixonados um pelo outro.
Curiosamente o filme foi rodado em locações na Carolina do Norte, no palácio de 1895, de George W. Vanderbilt, situado perto de Asheville e no Lago Junaluska. O título se justifica porque o pai de Grace achava que ela parecia um cisne (que só fica elegante e a vontade na água não tem terra firme). O bom elenco de apoio ajuda bastante, como Agnes (A Feiticeira) como a Rainha e Estelle Winwood (1883-1984, como a atrapalhada Symphorosa).