Ganhou prêmio especial no Festival de Roma, mas merecia maior repercussão. Deste trio é sem dúvida o melhor filme, o que mais lembra a tradição do grande cinema italiano.
Baseado em fatos reais, não é chanchada ao contrário, tudo é interpretado com a maior seriedade, o espectador que tem que sentir a ironia do comportamento dos personagens e dos heróis. Sem dúvida, atrapalha um pouco o fato de que não conhecemos bem os fatos históricos.
Mas dá para entender que houve um momento nos anos 70 quando a Itália estava abalada pelo terrorismo um jovem músico que ainda vive com seus pais vai fazer um teste para tocar com um famoso cantor de protesto, que não sabe ele já está completamente paranoico.
Tão transtornado que acha que um golpe de estado dos militares, a la fascismo, está prestes a acontecer. Quando começa a ver soldados na rua e na estrada indo para Roma fica convencido que não apenas vai ser um fato, mas ele será um dos primeiros na lista a dançar. Convence os dois outros colegas, relutantes, a fugirem para a Áustria pedindo asilo político.
Naturalmente não houve o golpe, foi tudo imaginação deles (os militares iam para um desfile militar) e a fuga pelo país vizinho é um embaraço para todos eles, inclusive os austríacos.
É meio comédia, meio drama, feito por um anglo italiano estreante, mas os personagens são idiotas simpáticos e o filme, se não provoca gargalhadas ao menos faz sorrir (não explicam muito, mas a droga é famosa também por provocar esse tipo de paranoia).
Foi mal de bilheteria na Itália, talvez por ser um pouco esticado, mas é o tipo do filme que eu gosto, brinca com fatos que ignoramos, com inteligência e sem medo de se autocriticar.