Crítica sobre o filme "Arte de Amar, A":

Rubens Ewald Filho
Arte de Amar, A Por Rubens Ewald Filho
| Data: 13/11/2012

Foi para mim uma surpresa descobrir (ainda que tardiamente) este diretor e este filme que me encantou. Não conhecia o diretor, roteirista e ator. Ele faz o papel do rapaz que é apaixonada pela jovem Élodie, Vanessa, que mantém um caso fixo com William, mas fica com a tentação de experimentar com outro, ainda mais que irá se mudar em breve para o Brasil!! Ele me pareceu tão deliciosamente fora de moda, que já virou meu ídolo e estou correndo tentando ver como consigo assistir aos outros filmes dele, inclusive um que já foi exibido e me escapou: Faça-me Feliz, 09, com ele, e duas atrizes que também estão aqui Judith e Frédérique.

Mauret me parece uma mistura saudável de Eric Rohmer, Lubitsch e Max Ophuls, com escritores de séculos passados, como Musset, que ainda se importavam em contar comédias de amor românticas, delicadas, sofisticadas, requintadas, oblíquas. Ou seja, nada vulgares, sem resquícios de baixaria. Vou contar o começo do filme que dá uma ideia básica do que é sua proposta. O narrador, que por sinal é o famoso ator francês Philippe Torreton, acentua que é fundamental a música nas histórias de amor. Dali em diante, o filme terá de fundo musical excepcionais obras de música clássica terminando com uma favorita minha que deu origem a Aimez-vou Brahms de François Sagan.

E mostra vários casais para o qual isso é verdade. Mas fala de um compositor e pianista clássico, para quem a música é essencial para se apaixonar, mas no máximo encontra umas poucas garotas que merecem um ou dois acordes. Nada mais. Só que ele vai ao médico e descobre que tem pouco tempo de vida. É quando vai passar numa floresta e lá, magicamente ouve a música de seus sonhos. Retumbante. Mas não consegue descobrir aonde está a desejada mulher. E morre assim, sem amar.

Dali em diante, o filme estará recheado de episódios que se cruzam e se interferem, sempre mostrando jogos de amor, sutis e jubilosos. Como a jovem Julie Depardieu, filha de Gerard, que há um ano não tem relações sexuais e se dispõe a tomar o lugar de outra, num encontro secreto em um hotel, totalmente às escuras! Tudo entremeado de frases inteligentes e oportunas (paciência, paciência, mas não demasiado) numa narrativa leve e elegante. Aos poucos que restem que ainda admiram o gênero, solicito com ansiedade que não percam este filme.