Por aqui, poucos se lembram, mas Sophie Marceau ficou famosa muito jovem, fazendo uma adolescente típica francesa, em 1980, com La Boum (No Tempo dos Namorados, de Claude Pinoteau), e depois sua continuação em 1982. Dois sucessos de bilheteria que também foram bem por aqui. Por isso, é curioso ela agora assumir o papel da mãe nesta comédia que tem um propósito semelhante: pintar um retrato da juventude francesa atual, ainda que de maneira um pouco mais realista, menos romântica. E ainda com a presença pouco valorizada, como avó, de outra antiga estrela, Françoise Fabian. O filme foi concebido quando a diretora e roteirista resolveu fazer uma comédia sobre os adolescentes franceses, diante de tantas que mostravam o comportamento americano. Começa com o retorno às aulas de Lola, que acha que tudo é mais importante do que estudar: reencontrar os amigos, descobrir que o namorado transou com outra no verão (enquanto ela é ainda virgem, mas mente), e os dois rompem. Enquanto isso, ficamos conhecendo a turma, uma colega que transa secretamente com um rapaz mais novo, outra que tem fama de fácil e assim por diante. Enquanto isso, a mãe, que é separada, passa a ser cortejada por um policial, o que ela a principio reluta em aceitar. E seguem-se as confusões de praxe. Nada de especialmente sociológico ou profundo, mas talvez por isso de forma mais eficiente do que outros filmes, como o recente A Bela Junie. Até pela falta de pretensão, em tom de comédia, passatempo faz um diagnóstico curioso e interessante do comportamento teen. Não sei se os nossos teens irão se identificar com os personagens, é mais provável que seja endereçado aos pais do que eles. Mas, de qualquer forma, é um filme simpático, ainda que imemorável.