Crítica sobre o filme "Lola":

Rubens Ewald Filho
Lola Por Rubens Ewald Filho
| Data: 09/08/2012

É importante saber que a diretora franco-espanhola é filha da estrela e cantora Marie Laforet - a garota dos olhos de mel, como era chamada - e tem feito filmes comerciais, sendo que esta é uma refilmagem americano de um trabalho dela que foi exibido aqui, Rindo à Toa.

Diante do sucesso, imaginem que ideia estranha, Luiza resolveu fazer a versão americana com a ajuda da Miley Cyrus, que enfrenta um momento complicado em sua carreira, já que está deixando de ser teen e não é bem ainda adulta. Será que seu público vai acompanhá-la? Olha, me parece difícil, porque ela está enfeando (a cara redonda e inchada), e não demonstra qualquer talento dramático. Tudo bem quando tem que passar alguma energia ou vibração. Mas não tem a menor ideia do que é passar sentimentos ou emoções. No lugar de Sophia Marceau, entrou Demi Moore, como a mãe, numa de suas aparições mais apagadas. O fato é que, na travessia do Atlântico, alguma coisa se perdeu. Talvez a diretora não tenha conseguido captar as diferenças entre os respectivos adolescentes, mas tudo parece meia-boca, inconvincente, começando com a escalação do elenco (os dois garotos centrais são bonitinhos demais, até femininos), com a figura da heroína (que por vezes chega a ser antipática) e o fraco aproveitamento do lado comédia de costumes (quem faz a avó aqui é a estrela Marlo Thomas). Houve a vontade de atualizar tudo (há excesso de YouTubes, Facebooks e Twitters), embora a crise maior seja francamente antiquada (Demi entra em parafuso quando lê o diário (!) de Miley.

Tudo que tinha me parecido fresco e divertido na versão francesa se perdeu na americana, que resulta fraca e equivocada.