Indicado aos Oscars de direção de arte e fotografia, esta é a resposta francesa ao sucesso de O Mais Longo dos Dias (62), que mostrava o Dia D, e o desembarque da tropa aliadas na praia francesa da Normandia (que foi o começo do fim da Segunda Guerra na Europa). Imitando o projeto de Cornelius Ryan naquele filme, uma dupla de escritores (Larry Collins e Dominique Lapierre), entrevistou os sobreviventes envolvidos na libertação de Paris e o final da ocupação nazista.
O roteiro dos célebres Francis Ford Coppola e Gore Vidal tentou incorporar na narrativa todos os entreveros e casos curiosos que sucederam (ou seja, quase tudo é real). Mas não foram capazes de resolver o problema básico: a história não tinha um climax espetacular, como a luta na praia do filme anterior porque como todo mundo sabe que Paris não pegou fogo, nem explodiram a Torre Eiffel, as pontes e a Notre Dame como Hitler mandou.
Na verdade, foi uma série de conflito de rua isolados, com a ação da resistência bem enfraquecida (evita-se mencionar muito o fato de que a maioria dos Maquis que lutavam contra os nazistas eram na verdade militantes comunistas e apenas alguns a favor De Gaulle). Não foi bem uma batalha, mas uma série de conspirações e ações que felizmente resultaram bem.
O filme foi feito pelo competente René Clément (1913-96), porque ele esteve envolvido com os guerrilheiros e chegou a fazer um belo trabalho sobre o assunto com A Batalha dos Trilhos (46). Aqui ele mistura cenas reais de cine jornais da época com outras cenas dramatizadas (e por causa disso que foi feito em preto e branco e também com grande parte dos astros franceses em pontas pequenas.
Delon e Belmondo são resistentes, Simone serve café, Montand tenta acabar com tanque, Boyer conspira, Caron procura salvar o marido da morte e assim por diante. Também os astros americanos fazem militares em ação (e são dublados por outros quando tem que falar francês). Há outra razão do PB (os franceses recusaram ter bandeiras nazistas na cidade e elas tiveram que pretas e cinzas). Pra forçar a semelhança com O Mais Longo dos Dias, a trilha musical também foi de Maurice Jarre e bem semelhante. O general que salva Paris é feito pelo Goldfinger Gert Frobe.