Crítica sobre o filme "Cornered":

Rubens Ewald Filho
Cornered Por Rubens Ewald Filho
| Data: 05/08/2012

Tiveram preguiça de procurar o título nacional e o lançaram assim, sem tradução. Ou então não quiseram confundir com outro homônimo e mais famoso de Godard, os dois se chamaram Acossado. Esta é uma produção da RKO, já em tom de film-noir (tambem útil para esconder nas sombras e claro/escuro que é um filme B, feito em estúdio, em cenários reaproveitados e uma história quase impossível de se entender. Dick Powell que foi um famoso cantor de musicais leves e também crooner, estava procurando se reinventar (aliás, com êxito) como detetive durão a moda de Bogart.

Na verdade, prestando atenção ele não convence muito porque seu personagem não tem qualquer lógica. Vai atrás do criminoso de guerra, praticamente sem informação e fica meio perdido entre vários envolvidos e duas das mulheres mais feias que o cinema já mostrou em qualquer tempo, Micheline Cheirel, que se refugiou em Hollywood e foi casada com o galã John Loder, depois com o francês Paul Meurisse. A Outra é ainda mais horrível (ambas vestem-se luxuosamente sem a menor lógica). Nina Vale faz a Senhora Camargo e é ainda mais horrorosa (nenhuma delas foi longe no cinema).

O único que tem certa vida é o austriaco Walter Slezak que faz um detetive sem escrúpulos que trai todo mundo. Powell tinha se dado bem no ano anterior com Até a Vista Querida, com o mesmo diretor. Curioso só por já denunciar a Argentina como paraíso dos refugiados nazistas (sem esquecer que era a época de Peron e Evita!).