A direita conservadora/republicana americana ficou vibrando quando este filme estreou em primeiro lugar nas bilheterias (ainda que numa semana fraca, rendeu por volta de U$ 24 milhões, chegando depois a 70 milhões na renda final). Para eles, isso foi um bom sinal, demonstrando a volta dos filmes patrióticos ou patrioteiros (como se alguma vez eles tivessem ido embora), que louvam o soldado americano na sua luta de defensores da Democracia e guardiões da paz mundial.
Embora duvide que esse filme faça boa carreira no resto do mundo, onde esse tipo de mensagem é vista com maior desconfiança, acho importante registrar este projeto que foi realizado por dois ex-stunts men (dublês de cenas de perigo), que se cansaram de apanhar em cena e resolveram fazer um filme de ação que seria realista, mostraria as coisas como elas são. Ou seja, embora aproveitem atores profissionais em papéis secundários, os protagonistas principais são verdadeiros soldados, ou o que se chama de Navy Seals, e por questão de segurança não se fica sabendo o nome verdadeiro deles (pois nem são creditados).
Também não pensem que chega ao baixo nível dos reality shows, onde tudo é obviamente fake, falseado. Aqui são amadores que não são muito ruins ao representarem variantes de si mesmo, porque obviamente estão sendo sinceros e acreditam naquela baboseira de morrer pela pátria, de ser enterrado com bandeira americana e assim por diante. Pretende dar uma visão realista do que é ser membro de uma corporação de comandos para missões especiais, em geral de resgate (eles ficaram famosos porque teriam sido eles que mataram Bin Laden).
Como já foi mostrado num filme de ação chamado Navy Seals/Comando Imbatível, 90, onde o time era formado - isso sim difícil de acreditar - por Charlie Sheen, e ainda Michael Biehn e Bill Paxton. Rodado em locações diferentes em muitos países como Cambodja, México, Porto Rico, Ucrânia e nos EUA (Mississipi, San Diego, Mojave Desert), o orçamento deve ter sido generoso (mas não revelado), e utilizando equipamento digital Canon Eos 5d mk2.
A história é totalmente fictícia e gira em torno de um complicado plano de terrorismo internacional, utilizando também os traficantes de droga latinos para introduzirem em território americano um grupo de agentes filipinos suicidas que irão se explodir com um novo tipo de bomba com bolinhas voadoras (ao menos é isso que aparentam ser). Importante: segundo eles dizem, todas as sequências de ação são baseadas em missões verdadeiras (e são bem realizadas). As táticas e as armas são genuínas e, segundo eles, foram usadas munições autênticas! Naturalmente teriam sido os Seals que fizeram o planejamento e execução (que de tempos em tempos tinha que ser interrompido para permitir que seus “atores” participassem de missões reais, correndo o risco de serem feridos ou até mortos nelas).
O filme foi completado em 2011 e comprado pela Relativy Media por U$ 13 milhões (30 milhões foram investidos no marketing dele). Estão intactas as mensagens de louvor a América, ao trabalho do fuzileiro, sua lealdade à família e os valores básicos da pátria. Isso é demonstrando em discursos em voz off mas, por estranho que pareça, alguns filmes de lutas contra aliens acabam resultando até mais exagerado do que aqui. Mas fico imaginando os adjetivos que serão usados contra o filme agora quando ele estrear aqui.