Estreia na direção do bom ator Ralph Fiennes (que já está rodando outro The Invisible Woman) numa ambiciosa e estilizada adaptação de uma das peças menos conhecidas de Shakespeare.

Talvez seu texto mais político. Ajudado por um bom roteiro do famoso James Logan (Gladiador, Rango, Último Samurai, Hugo Cabret). Fiennes tinha interpretado o personagem no palco em 2000 e lutou para fazer esta primeira adaptação do texto para o cinema em todos os tempos!

É um personagem contraditório e difícil, que se torna ainda mais complicado porque não se mostra a Roma antiga, mas locações na Sérvia e Montenegro. Ou seja, tudo é mais sugerido e ampliado, como se fosse um falso documentário com câmera na mão, ambientação e figurinos modernos.

O elenco diz o texto original antigo de Shakespeare, mas tudo o mais é recente. Muita gente irá se aborrecer com as considerações nem sempre interessantes sobre luta de classes, dever ao país, revoltas populares, valor em batalha, a corrupção do poder, o conflito entre líderes civis e militares e outros temas distantes do espectador médio.

Mas é um projeto que Fiennes fez com muito carinho, mas pode ser exaustivo e confuso. O interesse maior é ver o normalmente galã Gerard Butler como o grande inimigo e a presença de duas grandes figuras, a revelação Jessica Chastain sem grandes chances como a esposa e principalmente Vanessa Redgrave, magnífica como a terrível mãe do protagonista.

De qualquer forma, a intenção é mostrar que as batalhas e intrigas romanas não são muito diferentes de nossas lutas e guerras atuais.