Crítica sobre o filme "Para Sempre":

Rubens Ewald Filho
Para Sempre Por Rubens Ewald Filho
| Data: 07/06/2012

Este foi guardado direitinho para ser a diversão adequada no dia dos namorados na semana que vem. Não é como pode parecer adaptação de um romance de Nicholas Spark (como Querido John com o mesmo Chaning Tatum). Mas uma imitação originalmente escrita para o cinema (por quatro autores) e que fez bastante sucesso ao ser lançado no dia dos namorados (americano). E que ainda por cima é inspirado em fatos reais. Dá para entender a razão. 

Não gosto do Chaning Tatum porque ele simplesmente me passa a impressão de ser pouco inteligente (não conheço o moço, são os olhos juntos, o tipo Mongo, ou talvez preconceito pelos filmes que faz. Com o tempo todo mundo aprende e ele está melhorando muito. Engordou, encorpou, está perdendo o jeitão de jovem e ainda continua incapaz de exprimir emoções. Segura o filme menos nos momentos onde tem que demonstrar sincera paixão). Também não gosto de Rachel MacAdams (dos dois Sherlock Holmes) que os críticos apoiavam e parecem já ter desistido.

Mas novamente tenho que reconhecer que ela se esforça para dar alguma verdade a uma história que é bem coisa de Hollywood! Só mesmo em cinema é possível engolir este enredo: um casal apaixonado e já casado (vivem felizes, ele com um pequeno estúdio de gravação, ela trabalhando num café) até quando numa noite de nevasca, ao saírem de um cinema, são abalroados por um caminhão. 

A moça Paige é arremessada pela janela da frente e escapa relativamente bem, a única coisa é que perdeu a memória recente, não se lembra nem de que era casada, nem quem era o marido Leo. Disso se aproveitam os pais da moça (Jessica Lange, deformada pela plástica, mas sempre grande atriz e Sam Neill) que a levam para casa e fazem tudo para ela largar o marido. Mas ele não desiste por pouco, enfrentando todos os obstáculos procura reconquistá-la, a partir do zero.

Naturalmente a história vocês irão reconhecer como uma imitação de uma comédia de Adam Sandler, aliás, das melhorzinhas, Como Se Fosse a Primeira Vez (First 50 Dates, 04, com Drew Barrymore), que tratava o assunto com invenção, já que a moça nunca se recuperava e precisava ser reconquistada a cada dia. 

Diante dessa comparação, este filme só podia perder, apesar do esforço de ser luxuoso (os pais da moça são milionários e naturalmente sem escrúpulos), condescendente (Leo é um santo sujeito, inabalável e de total confiança e paixão) e da ansiedade do diretor em acertar.

Custou cerca de U$S 30 milhões e a renda está perto dos U$S 125 milhões, sinal de agradou ao público alvo. Com certeza, já fizeram muitos piores. Este dá para o gasto e a ocasião.