Crítica sobre o filme "Vingadores, Os":

Rubens Ewald Filho
Vingadores, Os Por Rubens Ewald Filho
| Data: 26/04/2012

Já faz anos que a gente está se preparando para a chegada deste Avengers, promovidos de maneira muito hábil com teasers no final dos filmes individuais dos super-heróis e endereçados diretamente aos fãs de quadrinhos.

Também a escolha do diretor parecia acertada ao usar o critério de aproveitar um diretor que fosse fã do gênero (como fizeram com Sam Raimi em Homem-Aranha) e que mesmo fazendo algumas mudanças, respeitasse as regras fundamentais do original. No caso, Joss Whedon vindo da TV (mais adiante a biografia dele e algumas restrições).

Ainda assim este primeiro grande blockbuster do ano (não esqueçam que o fracassado John Carter levou a derrubada do Presidente da Disney!) deve agradar e fazer sucesso. Para mim, por uma razão básica: é bem divertido!

É verdade que o filme custa um pouco a engatar por uma razão evidente: são muitos personagens e depois de uma primeira sequência de ação há muito o que explicar e contar (o que às vezes é feito em flashbacks recurso pouco usado neste tipo de filme). Mas as informações são fundamentais. Nick Fury (Jackson), que não possui superpoderes, tem surpreendentemente pouco a fazer a não ser gritar ordens e brigar com o Conselho Supremo, já que a ação fica por conta dos outros super-herois que andou convocando e recolhendo.

O que tem mais presença, a princípio, é mais conhecido do público em geral O Homem de Ferro (que afinal já teve duas aventuras próprias). Robert Downey está com a língua afiada soltando farpas e sendo até amoroso com Pepper ou implicando com outro que retorna, o Capitão América (Chris Evans, já mais a vontade com o personagem). Logo a princípio, um desconhecido ainda para o espectador, o Gavião (Hawkeye) já é coopetado pelo inimigo (não gosto do ator que o interpreta, Jeremy Renner, que é o unico que não me convence) assim como o Professor Erik Selvig (Stellan).

Toda a ação é motivada por um ataque de alienígenas que vêm recuperar uma fonte de energia que estava sendo estudada e explorada pelos humanos, e advinha quem está no comando da invasão? Justamente o irmão adotivo de Thor (que naturalmente se junta ao grupo e em determinado momento, veja que alívio, irá recuperar o seu Martelo!). É o tal de Loki é interpretado sinistramente pelo britânico Tom Hiddleston. Desta vez sem o menor escrúpulo de assumir sua vilania encenando um espetacular assalto e destruição a Nova York. Scarlett Johanson faz a única mulher do grupo, a Viúva Negra, de origem russa (não fizeram o filme dela ainda).

Mas sabem quem rouba o filme? É justamente o Hulk, que já vinha de duas tentativas fracassadas de ser aceito no cinema e que parece encontrar seu passo certo com a cara de Mark Ruffalo (que sempre é uma boa figura) e sempre desenhado por efeitos digitais. Acho que Whedon sacou o importante: Hulk vem com senso de humor e provoca duas ou tres situações que fazem os fãs vibrar!

Faço restrições apenas a direção de Whedon, já que ele insiste em closes e planos próximos (defeito que adquiriu da televisão de onde veio, que incomodam principalmente na tela grande das salas). Há muita câmera na mão e principalmente uma ausência de estilo, de enquadramentos mais elegantes, de um desenho de produção marcante (melhora a situação na criação dos ETs e principalmente suas naves, já que nesse caso a execução ficou em cima dos computadores).

Mas a restrição acaba não sendo tão importante, porque o filme sabe brincar com os possíveis defeitos (numa hora em que Chris Hensworth que faz o Thor, começa a falar com seu vozeirão empolado, Downey Jr. vem tirando sarro: Para com essa história de fazer Shakespeare (se referindo a Shakespeare no Parque, que é a temporada de peças do autor que são encenadas anualmente no Central Park, em Nova York).

No mais, tudo certo, bastante ação, que não deixa a gente perceber o longa-metragem, humor, personagens simpáticos, a tradicional denúncia da frieza dos governantes. Ah, e não precisa ficar esperando teasers ao final, pois desta vez estão ausentes.