Crítica sobre o filme "Idades do Amor, As":

Rubens Ewald Filho
Idades do Amor, As Por Rubens Ewald Filho
| Data: 26/04/2012

Antigamente a gente assistia todas as boas comédias italianas. Mas os tempos mudaram e são praticamente desconhecidos aqui, o astro e também diretor e produtor Carlo Verdone (que aqui faz o papel do apresentador de TV) e o diretor e roteirista Giovanni Veronesi que tem uma longa e bem-sucedida carreira em comédias.

Também que este é o terceiro filme de uma série chamada Manuel do Amor e só esta sendo exibida no Brasil porque chamaram o americano Robert De Niro para reforçar o elenco (não é novidade De Niro falar italiano porque já o fez antes em Novecento de Bertolucci e na sua participação em O Poderoso Chefão - Parte 2).

O que também é nostálgico porque no fim dos anos 50 em diante sucedeu o Hollywood no Tibre quando praticamente todas as grandes de Hollywood foram para lá prolongar sua carreira na Europa!

A boa notícia é que o filme é bem divertido e deu vontade de conhecer os longas anteriores. Manuale D´Amore (05), tinha o mesmo diretor e Verdone, junto de outros famosos por lá (Sergio Rubini, Marguerita Buy, Silvio Mucino e quatro histórias que passam por se apaixonar, casamento, crises e traição). O Manuele 2 (capítulo sucessivo), 07, tinha novamente Rubini e os três daqui (Belluci, Verdone, Scarmacio), só que se passava na Espanha (Barcelona) e segundo o IMDb os temas eram gay, fertilidade, relação pai e filha.

Naturalmente fizeram sucesso porque se não, não existiria este terceiro. Que me agradou bastante porque não é vazio e bobo como os similares americanos. Por exemplo, na primeira história, um jovem advogado apaixonado por sua noiva tem a chance de sua vida enganando camponeses e comprando suas terras por um preço mais baixo do que seu valor. Só que ao ir para a terra deles, fica amigo dos locais e se apaixona por uma bela loira. Ou seja, tem romance e sexo, mas também crítica social. E tudo bem divertido, rápido, alegre. E sempre conduzido por um cupido jovem (mas não criança) que envia suas flechadas.

O melhor episódio é o segundo com Verdone, que faz um apresentador de telejornal da TV, que é casado e com filha adulta, mas que acidentalmente começa um caso com uma psicóloga bipolar que é mais louca do que a Glenn Close em Atração Fatal, além de gravar em DVD os dois transando, vai criando confusões que fazem perder o emprego (e no terceiro capítulo ele reaparece numa sequência de puro humor negro).

Justamente o final é o mais curto. De Niro é americano em Roma, que fez transplante de coração e conhece a bela filha (Monica) do porteiro/zelador do prédio (o astro Michele Plácido). Descobre sobre seu passado e basicamente é um romance com pouco de comédia. De Niro alterna inglês e italiano. Não é nada especial, mas não incomoda. O bom mesmo é saber que a comédia a la italiana resiste e ainda está viva.