Crítica sobre o filme "Somente Deus Por Testemunha":

Rubens Ewald Filho
Somente Deus Por Testemunha Por Rubens Ewald Filho
| Data: 16/04/2012

Clássica versão inglesa do naufrágio do Titanic, a primeira com preocupação de semidocumentário e se baseando em documentos autênticos. Ao contrário das americanas de 1953 e 1997, foge da fórmula Grande Hotel (vários dramas pessoais e romances entrecruzados) e foca na tragédia, com uma abordagem documental, muito sóbria (às vezes até demais) e bem inglesa.

O roteiro de Eric Ambler baseou-se no livro de Walter Lord, escrito a partir de depoimentos de dezenas de sobreviventes, e é bastante equilibrado e fiel aos acontecimentos (o erro mais grave, mostrar o navio afundando inteiro e não partido ao meio, deve-se na época ainda não terem sido feitas as pesquisas submarinas que comprovariam o fato).

Também são bons os efeitos especiais, principalmente o grande modelo (com 11 metros de comprimento) do transatlântico usado para as tomadas do progressivo afundamento. Algumas poucas cenas foram aproveitadas do filme alemão de propaganda nazista Titanic (Idem, 1943, vide verbete).

Sem grandes astros, mas repleto de rostos conhecidos do cinema inglês, deve seu bom resultado também a direção segura do bom profissional Roy Ward Baker, que depois faria carreira nos filmes de terror da Hammer e Amicus. Ganhou o Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro em Língua Inglesa.