Vocês se lembram do grande sucesso que foi a comédia Juno há poucos anos atrás. Pois o mesmo diretor Jason Reitman e a mesma roteirista Diablo Cody se reúnem novamente num projeto original chamado Jovens Adultos. É bom explicar que Young Adult (no singular) é o nome que se dá nos Estados Unidos para aquele tipo de literatura recente da linha Harry Potter, ou seja, indicado para adolescentes e mais especificamente para garotas teens! Uma variante moderna da antiga Biblioteca das Moças (ou Cor de Rosa).
É bom explicar que eu nunca fui grande admirador desse Diablo que ganhou um Oscar de roteiro e cheguei mesmo a ler os artigos que escreveu para a revista Entertainment Weekly e temo que ela seja uma fraude. De qualquer forma, não deu certo quando fez um horrível filme de terror (Garota Infernal, 2009) e menos ainda quando vai também dirigir um script seu. Sem título, mas já filmando com Holly Hunter, Russell Brand!
O tema de certa forma ainda é parecido com o de Juno: o comportamento daqueles que já saíram do segundo grau, da High School, mas ainda não se acertaram na vida profissional. Tiveram a sorte de chamar para protagonista uma das mulheres mais belas e talentosas do cinema, a premiada com o Oscar Charlize Theron, que aliás, por este filme chegou a ser indicada ao Globo de Ouro. Ele faz Mavis Gary, uma garota que está por volta dos 30, ainda bonita, mas começando a decadência e que ganha a vida escrevendo esses livros juvenis. Mas não acerta romances e nem sua vida profissional e resolve voltar a sua cidade natal no Norte dos Estados Unidos, em Minnesota. Seu plano é reconquistar o rapaz (Patrick Wilson da série de tevê A Gifted Man) que era apaixonado por ela. O problema é que ele já está casado com outra e acabou de ter um herdeiro. E assim descobre que nunca é fácil voltar para casa.
O filme se anuncia como uma comédia, mas não é bem verdade. Este é um dos trabalhos mais amargos, deprês e desagradáveis que assisti recentemente. Para começar é impossível gostar de Mavis que conforme está escrita e nos é apresentada, não tem qualquer qualidade redentora. É totalmente desprezível e não há por que querer compartilhar esta trajetória dela de retorno a suas raízes (nada com o humor, por exemplo, de Romy e Michele, lembram?) já que faz tudo errado, é autodestrutiva e ainda por cima a única pessoa que lhe dá atenção é um “loser” anti-herói , uma figura patética (a quem o comediante Patton Oswald) consegue dar certa humanidade. Mas o retorno dela é uma sucessão de desastres, que não tem nada de engraçado (aliás, não é uma comédia). E não melhora mesmo no final. É uma trip de e para masoquistas, que acabou sendo rejeitada nos EUA ficando fora das listas dos principais prêmios.