Crítica sobre o filme "Cidade Negra":

Rubens Ewald Filho
Cidade Negra Por Rubens Ewald Filho
| Data: 17/03/2012

Estreia de Heston em Hollywood contratado pelo grande produtor Hal B. Wallis e já num papel principal de um interessante filme “noir” de sucesso, realizado por um ótimo diretor veterano, ainda que esquecido Dieterle (Corcunda de Notre Dame com Charles Laughton, O Retrato de Jennie.

O roteiro não é grande coisa. mas a fotografia é interessante, fazendo jus ao gênero (cheio de claros/escuros) e um bom elenco. O filme começa com o negócio de Danny sendo atacado pela polícia, liderada pelo Capitão (Dean Jagger).

Danny consegue escapar, mas logo participa de um jogo carteado onde enganam Arthur (De Fore) que perde dinheiro e acaba por se matar. Mas a situação se complica quando outro implicado no golpe aparece morto e o criminoso tentou fazer passar a situação como suicídio por enforcamento. Todos eles estão ameaçados por um irmão da vítima que é psicopata e quer se vingar.

É preciso matá-lo antes que também sejam mortos. Há ainda uma love story entre Danny e uma namorada cantora (Scott) e uma situação difícil de acreditar, quando este resolve ir para Las Vegas para conseguir dinheiro suficiente para a viúva (Viveca). Com sua trama enrolada, faz jus ao título de Dark e Negro. Heston já impressiona bem dando pinta do astro que iria se tornar.

A cantora é feita pela mulher fatal da época Lizabeth Scott (dublada nas canções de Frank Loesser e Jule Styne por Trudy Stevens incluindo ainda a famosa That Old Black Magic). Lizabeth havia se tornado estrela como rival de Lauren Bacall, com sua voz rouca e tipo meio masculinizado (ela depois se soube era lésbica). A bela sueca Viveca faz a viúva.

A trilha musical desconsolada é de Frank Waxman. Ou seja, para quem gosta de filme noir (mas não é um clássico do gênero). Originalmente da Paramount.