Crítica sobre o filme "Poder sem Limites":

Rubens Ewald Filho
Poder sem Limites Por Rubens Ewald Filho
| Data: 01/03/2012

Para mim, este é o melhor e mais bem sucedido dos filmes feitos com câmera subjetiva na linha A Bruxa de Blair (que ultimamente tem rendido cópias baratas e infelizes). Custou 12 milhões e já rendeu 58 milhões. Foi realizado por dois novatos, ambos de 26 anos, que juntos escreveram a história. O diretor Josh Trank foi montador de vários filmes (Big Fan) e o roteirista Max Landis é filho do diretor John Landis (Lobisomem Americano em Londres).

O custo do filme se deve aos elaborados efeitos especiais, que surpreendem numa história que começa de forma modesta. Na verdade, esta é uma fábula de ficção científica e fantasia que se inspira em Carrie, a Estranha, de Brian De Palma e Stephen King.

Só que desta vez o protagonista é um rapazinho adolescente complexado chamado Andrew (o eficiente Dane DeHaan, que faz lembrar o jovem Leonardo Di Caprio) da High School (com todos os clichês, inclusive os bullies sem esquecer o pai violento e alcoólatra) que se enturma com um primo um pouco mais velho e sensato Matt (Alex Russell) e com um colega negro e simpático (Michael B. Jordan, de The Wire e Friday Night Lights), com pretensões a político.

Eles estão participando de uma rave quando descobrem uma espécie de caverna na floresta. Resolvem investigar e encontram um misterioso cristal (aparentemente vindo de outro planeta) que lhes dá uma energia que os tornam capazes de até mesmo voar! Não esqueçam que o tempo todo é a câmera de Andrew, que está registrando os fatos.

Não há falta de senso de humor principalmente quando o trio fica mais unido e começa a aprontar, primeiro com sua força fora do comum, e depois em suas viagens aéreas (onde quase são atropelados por avião). Até cair as convenções do gênero participando de uma festa de teens evocando Carrie e sua orgia de destruição.

Naturalmente como hoje em dia os efeitos especiais são mais acessíveis, o filme aproveita as locações em Seattle e encena uma batalha aérea no estilo Superman (o mais curioso é que o filme foi rodado na África do Sul, por questão de economia).

Há um ou outro detalhe, telekinético ou não, que pode ser discutível (o herói muda de câmera e o filme usa dali em diante uma câmera Alexa, que custaria 60 mil dólares e temos que supor que Andrew roubou).

O importante é que Poder sem Limites é curioso, divertido e muito promissor. E deve atingir os jovens que hoje em dia andam cada vez mais ariscos em gastar um ingresso de cinema.