Crítica sobre o filme "Arranca-me a Vida":

Rubens Ewald Filho
Arranca-me a Vida Por Rubens Ewald Filho
| Data: 06/02/2012

Um drama romântico do produtor de Frida, uma adaptação de livro de sucesso de Angeles Mastreta (que havia sido planejado por Salma Hayek).

Uma produção cara e bem realizada (na época o filme mais caro já realizado no México custou cerca de seis milhões e meio de dólares), mas feita sem alma, garra ou personalidade. Nem mesmo o argument tem conflitos ou reviravoltas suficientes para interessar.

Além disso, o elenco é fraco e não impressiona nem com o veterano Cacho (que trabalhou com Almodóvar e Del Toro) que tem um papel de peso, um general sem escrúpulos que se torna presidente do México. Também Tarancon (conhecida aqui por O Crime do Padre Amaro, O Amor em Tempos de Cólera e Nação Fast Food e estrela de telenovelas mexicanas) é frágil e não sabe registrar a evolução de seu personagem. Que por sinal, não se define, se tornando infiel já na gravidez e depois tem um romance com um pianista (mas tudo é mal roteirizado, com diálogos ruins que transformam a heroína numa sub Madame Bovary e deixam o pianista caricato e o general menos vilão do que deveria).

Ganhou os prêmios locais, o Ariel de direção de arte, figurino, maquiagem e roteiro. Chegou a ser indicado para o Oscar de filme estrangeiro em 2009, mas não foi selecionado entre os finalistas (nem merecia).

Baseado parcialmente na vida do General Maximiano Camacho, irmão do presidente mexicano Manuel Camacho, que foi governador de Puebel de 37 a 41 e depois serviu no gabinete do irmão, ele era cruel, arrogante e impiedoso com os inimigos políticos. Muito mais do que o filme ousa apresentar.