Crítica sobre o filme "Julio Cesar":

Rubens Ewald Filho
Julio Cesar Por Rubens Ewald Filho
| Data: 17/03/1999

Produzido por John Houseman para a Metro, esta é uma produção refinada mas de interesse limitado. Uma versão bastante fiel de uma peça menor de Shakespeare, mas que ainda assim faz considerações profundas sobre o poder, a corrupção e traição. Tem principalmente um discurso famoso do personagem de Marco Antonio (Eu vim não para enterrar Cesar mas para louvá-lo..) Na época ,o diretor procurou reunir o elenco de maior prestígio possível na Metro (a direção de arte ganhou Oscar) fazendo também a adaptação. Não teve problemas em colocar James Mason como o traidor Brutus que lidera o atentado no Senado que mata Julio Cesar. Nem em usar duas estrelas, Greer e Deborah em pouco mais que pontas. O estranho é conseguir Marlon Brando, um ator todo naturalista fazendo Marco Antonio e dizendo o texto difícil de Shakespeare. Na sua autobiografia Brando diz apenas que fazer o papel sem maior experiência no gênero foi apenas "asinino" (burro). Embora não se ouça direito o que diz, é menos ruim que poderia, por causa de seu inegável carisma e do tom de classe de toda a produção.