O HOMEM QUE COPIAVA

 

Com Lazaro Ramos, Lendra Leal, Pedro Cardoso, Luana Piovani

 

Diretor

Duração

Produção

Jorge Furtado

130 minutos

2003

Gênero(s)

Distribuidora

Data de Lançamento

Drama

Columbia

23/03/2004

SOM & IMAGEM
FILME
EXTRAS & MENUS
GERAL
Áudio
Legendas
Vídeo
Região

Português (DD 5.1 e DD 2.0)
Inglês, Português, Francês e Espanhol
Sinopse

André é um operador de Fotocopiadora que precisa de 38 Reais. Com o dinheiro, ele pretende comprar um presente para a mãe e também salvar a vida de Silvia, sua paixão. Ele faz muitos planos para conseguir dinheiro. E todos dão certo.

Comentários Sobre o Filme

O gaúcho Jorge Furtado é um dos melhores diretores de atores do cinema brasileiro. O homem que copiava (2003) revela isto com clareza: a displicência de Luana Piovani, os carregados trejeitos cômicos de Pedro Cardoso, o semblante televisivo de Leandra Leal e as características assustadas de Lázaro Ramos são contidos pela firmeza de linhas da direção de Furtado e o resultado é um quarteto interpretativo que funciona como poucas vezes se viu em realizações nacionais recentes.

Depois das superfícies agradáveis de Houve uma vez dois verões (2002), o cineasta, sem perder seu alto grau de comunicação com todos os públicos, deixa agora sobressair seu lado mais culto e exigente. Profundamente escrito, em diálogos bastante naturais e com a insistente voz-over do narrador-protagonista, o filme passeia por Shakespeare (um recitado soneto do poeta inglês é um dos centros da película) e Cervantes, visitando até um autor tão raro quanto Xavier de Maistre; toda a miscelânea de referências eruditas não prejudica a fluência e a naturalidade da narrativa, pois Furtado nunca perde de vista a harmonia de espetáculo do cinema.

Recorrendo inclusive à linguagem ágil dos quadrinhos, pois assim também o fazia o francês Alain Resnais, uma das influências do realizador gaúcho, Furtado transforma seu filme num jogo de montagem bastante original. Se sua personagem vive a copiar documentos na máquina fotocopiadora e vê o mundo assim, fragmentariamente, um pedaço de livro aqui, um pedaço de outro livro acolá, informações culturais dispersas, O homem que copiava mostra um diretor que não copia ninguém; sua narrativa não é dispersiva e tem alma própria.

A história contada pelo fotocopista está começando a ser recontada, em cores mais realistas, no fim do filme pela boca de sua namorada. Como o inglês Alfred Hitchcock em Janela indiscreta (1955) – uma das alusões da fita de Furtado -, O homem que copiava inova na linguagem cinematográfica com uma experimentação quase imperceptível, propondo combinações pessoais com os planos de sempre. (Eron Fagundes)

Extras

-Comentários do Diretor e Elenco: na verdade são rápidos depoimentos, primeiro com Furtado, o Diretor, explicando um sobre o filme seu roteiro e concepção. Depois, em seqüência, vem depoimentos muito curtos de Lázaro Ramos, Leandra Leal, Luana Piovani e Pedro Cardoso, todos muito curtos, falando sobre seus personagens. Em apenas 6 minutos, com fraca edição, totalmente dispensável pois os mesmos estão no making of.

-Making Of: ótimo documentário sobre o filme, bem editado, com depoimentos dos atores (os mesmos do extra anterior, praticamente) e equipe técnica, com várias cenas de bastidores e erros de gravação. 17 minutos. Vale a pena, pois há além de tudo boas informações técnicas para o público em geral.

-Galeria de Fotos: clipe sonorizado (1min48s) com fotos do filme e de bastidores.

- Trailer

-Weblink: acessado apenas para quem tem um DVD num computador, é apenas uma tela com galeria de fotos e um link para o site oficial do filme.

Críticas ao DVD

Um DVD que tecnicamente é muito bom, ponto para o cinema nacional. A imagem está excelente, no formato original exibido no cinema, com apenas um senão: não é otimizado para quem tem TVs Wide. O áudio tem as duas opções, tanto para quem tem um equipamento de home-theater, onde seus 5.1 canais estão ótimos e com a opção de 2 canais, melhor para quem assiste ao DVD numa TV (essa sempre foi uma deficiência do cinema brasileiro, praticamente até os anos 90, a má qualidade do som).

Os menus são bem legais, todos animados e super de acordo com o filme, os extras é que deixam um pouco à desejar, apesar do excelente e conciso making of. Na verdade, há apenas um equívoco, que poderia melhorar em muito a qualidade dos extras: não colocar os depoimentos em separado e sim as cenas excluídas (são muito divertidas). Neste caso seria bem legal o comentário do diretor durante o filme. E, quem sabe um dia, Furtado coloca num de seus DVDs o excelente documentário “Ilhas das Flores” como extra.

Mas é um bom filme, que flui bem e que tem no geral uma ótima qualidade, que vale ser visto. Uma grata surpresa.

Menus
Resenha publicada em 29/05/2004
Por Eron Fagundes (filme) e Edinho Pasquale (DVD)

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