Com
Téa Leoni, George Hamilton, Mark Ridell, Treat
Williams, Woody Allen, Debra Messing, Ivan Martin,
Barbara Carroll
|
|
|
|
|
|
112 minutos
|
|
|
|
|
|
|
|
SOM & IMAGEM |
FILME |
EXTRAS & MENUS |
GERAL |
|
|
|
|
|
Áudio
|
Legendas
|
Vídeo
|
Região
|

Inglês e Português (DD 2.0)
|
Inglês, Português
|
|
|
Sinopse
|
Val
Waxman é um genial cineasta vencedor de dois
Oscar®, mas que não faz sucesso há anos.
Ellie, sua ex-mulher, é a namorada do poderoso
produtor de um grande filme, que indica Val para
dirigi-lo. Pouco antes de começar as filmagens,
ansioso com a oportunidade de voltar aos grandes
dias, ele adquire uma estranha cegueira psicológica.
Ajudado por um intérprete chinês e sem
saber o que está fazendo, Val inicia as filmagens
e engraçadas confusões começam
a acontecer. |
Comentários
Sobre o Filme
|
Quem
vir Dirigindo no escuro (Hollywood
ending; 2002), o novo filme do norte-americano Woody
Allen, imaginará que a notável sacada
do cineasta cego é original do cinema de seu
realizador, assim como o foram a do homem-camaleão
em Zelig (1983), a da personagem-que-sai-da-tela
em A
rosa púrpura do Cairo (1985)
e a da criatura desfocada em Desconstruindo
Harry (1997). Allen às vezes se repete
em suas incursões pelas narrativas intelectualizadas,
de fundo europeu, mas aqui e ali apresenta metamorfoses
bastante interessantes quando acresce à sua
iconografia cinematográfica estas sacadas
pessoais. Os três filmes aludidos e o atual Dirigindo
no escuro estão entre suas realizações
mais fascinantes graças a estes ícones
que Allen expõe com tanta graça.
Não
sei se Allen, cinéfilo empedernido, viu, mas
a figura do cineasta cego foi erigida num dos episódios
mais absurdos e perturbadores de O ataque
do presente contra o restante do tempo (1985),
a obra-prima do cineasta alemão Alexander
Kluge que poucos conhecem e que é todavia
um dos mais revolucionários filmes da história.
Um cineasta cego dirige um filme e sua assistente
lhe descrevia as imagens num copião. É claro
que Allen está longe do sarcasmo crítico
alucinatoriamente germânico de Kluge; Allen
adota uma ironia muitas vezes mais leve e assimilável
por seu público, intelectualizado mas indelevelmente
preguiçoso para uma ousadia formal como a
de Kluge. Se a personagem do cineasta cego não
chega a ser nova no cinema, nova é a maneira
muito pessoal com que Allen nos diverte compondo,
como diretor e como intérprete, um ser que
metaforiza todas as questões de seu cinema.
Narrado
muitas vezes em harmoniosos planos-seqüência,
evitando o habitual plano-contraplano – desde
a cena inicial em que os produtores do filme dentro
do filme, entre eles uma ex-mulher do protagonista,
decidem por Val, o cineasta vivido por Allen, para
dirigir o novo filme do estúdio -, Dirigindo
no escuro é uma lama irônica
que o realizador joga sobre Hollywood e o cinema
atual, que às vezes dá mesmo a impressão
de ser rodado por pessoas cegas, tantos são
os defeitos que topamos na tela. Val tem uma cegueira
psicológica às vésperas de começar
a rodar o filme e todo o divertido jogo de gestos
e metáforas é encenado e interpretado
com extrema habilidade por Allen e sua turma.
Como
ocorria em Celebridades (1998),
Allen é bastante cruel em sua visão
da imprensa como um mal necessário para o
artista. A figura da repórter enxerida que
ao mesmo tempo em que vai divulgar o filme vai intrometer-se
demais no mundo privado de todos, é o símbolo
da revolta do diretor contra os jornalistas desde
a repercussão, no início da última
década do século passado, de sua separação
da atriz Mia Farrow para ficar maritalmente com a
filha adotiva de sua ex-mulher, acrescendo que a
nova esposa era quarenta anos mais nova do que ele.
Allen é inegavelmente
feliz na conclusão de seu abotoado teorema
cinematográfico, quando revela que houve quem
(a imprensa americana) detestasse os resultados da
realização do cineasta cego e quem
(a imprensa francesa –“ainda bem que
existem os franceses” é uma frase divertida
de Allen no fim da fita) os amasse loucamente. Sintomático:
independentemente da miopia do cineasta, seu cinema,
com certas características européias
(seus passeios pelo universo do sueco Ingmar Bergman,
dos italianos Michelangelo Antonioni e Federico Fellini,
do francês Eric Rohmer são palpáveis),
geralmente é mais apreciado na Europa do que
nos Estados Unidos. (Eron Fagundes) |
Extras
|
-
Diretor: filmografia de Woody Allen em 15 páginas
de textos.
-
Elenco: pequena biografia em texto dos atores Téa
Leoni, George Hamilton e Mark Rydell.
-
Entrevistas: de Allen (4 min), Téa Leoni (4:07),
George Hamilton (3:27), Debra Messing (4:07), Mark
Ridel (3:35) e Treat Williams (1:48), sobre os personagens,
como trabalhar com o Diretor etc.
-
Trailer (legendado)
-
Outros Títulos: lista de outros DVDs da distribuidora.
|
Críticas
ao DVD
|
Um
filme delicioso, onde Allen volta à velha
forma, com muito sarcasmo e humor inteligente. Tecnicamente
um ótimo DVD, com formato de tela em widescreen
respeitando o formato original de cinema. O áudio,
como sempre acontece com os filmes do Diretor, apenas
em 2 canais, mas possui a sempre interessante dublagem
em Português.
Os
extras, apesar de poucos, são razoavelmente
interessante, Idem com relação aos
menus, estáticos, mas um pouco confusos. A
embalagem é graficamente interessante e informativa,
sem erros.
Um
DVD de Allen, ou seja, para quem gosta do estilo
do Diretor. Mas um dos seus bons filmes, tecnicamente
melhor do que encontrado habitualmente deste importante
cineasta. Vale dar ao menos uma conferida.
|
Menus
|
|
Resenha
publicada em 06/02/2004 |
Por
Eron Fagundes e Edinho Pasquale
|
|
Seu comentário
|
|