MULHER-GATO (original )

 

Com Halle Berry, Benjamin Bratt, Sharon Stone, Lambert Wilson, Frances Conroy, Alex Borstein, Michael Massee, Byron Mann, Kim Smith, Christopher Heyerdahl

 

Diretor

Duração

Produção

Pitof

104 minutos

2004, EUA

Gênero(s)

Distribuidora

Data de Lançamento

Ação

Warner

12/01/2005

SOM & IMAGEM
FILME
EXTRAS & MENUS
GERAL
1/2
Áudio
Legendas
Vídeo
Região

Inglês (DD 5.1), Português (DD 2.0), Espanhol, (DD 2.0)
Inglês, Português, Espanhol

Sinopse

"Patience Philips está morta – e mais viva do que nunca. Assassinada após descobrir o segredo por trás do novo lançamento de uma empresa de cosméticos, ela renasce pelas garras de felinos místicos. Agora Patience está em busca de aventura e vingança. Ela é a Mulher Gato. A ganhadora do Oscar® Halle Berry interpreta a a felina fatal, Benjamin Bratt é um policial dividido entre o romance e o dever, e Sharon Stone é uma fria supermodelo com algo a esconder. Com graça felina, destreza para cair em pé, uma paixão por sushi e ódio por cachorros. Halle Berry é perfeita para o papel: Ela é pura ação – com atitude."

Comentários

Pois é. Falaram tanto que acabei não achando tão ruim assim. Quase todas as objeções são verdadeiras: Halle Berry é frágil demais para feitos atléticos (mas ninguém reclamou quando esteve em James Bond!). Sua roupa realmente parece um delírio sadomasoquista de um figurinista mal intencionado. Mas o que me incomoda mesmo é que o filme foi transformado quase que numa animação, num desenho animado digital (todos os exteriores são visivelmente feitos em computador e nem tentam disfarçar como em Homem Aranha, que é uma figura animada que está pulando nos muros - aquele andar final dela então não podia ser mais falso). Por outro lado, foi justamente essa a proposta do diretor francês que se assina Pitof (Jean-Christophe Comar) e que havia feito antes um curioso Vidocq com Gerard Depardieu. É para ser estilizado mesmo, delirante, nada realista.

Talvez as anteriores mulheres gatos da teve ou mesmo Michelle Pfeiffer estivessem dentro de um contexto Batman (que não é mencionado aqui, ao contrario há a preocupação de se criar uma nova mitologia), o que tornava mais fácil aceitá-las. Halle não convence como a desenhista gráfica que é tão tímida (e mal-vestida!) que não consegue entregar a tempo um trabalho (embora a melhor amiga passe o filme todo encorajando-a e dizendo que ela é talentosa). Aliás faz tudo errado, até mesmo acaba morrendo quando vai espionar sem querer a fabrica e fica sabendo que o creme que irão lançar deixaram as mulheres de rosto deformado e marcado para sempre. Só que ressuscita através de um gato egípcio mágico que a transforma justamente na Mulher Gato, louca por sardinha e capaz de pular telhados. Para complicar ela está sendo paquerada por um policial (Benjamin Bratt, que ficou famoso por namorar Julia Roberts, mas é fraco como tipo e ator e não tem qualquer química com Halle). É importante também, a presença dos bandidos, nem tanto o francês Lambert Wilson que mal aparece, mas Sharon Stone, que com o tempo foi ficando uma atriz falsa e auto-suficiente, sem qualquer verdade, e com pouco timing de comédia. Nem consegue marcar como a pérfida vilã, dona da fábrica de cosméticos, que aproveita para se vingar do marido infiel acusando a Mulher Gato (aliás, esta vive penetrando nas casas e procurando se vingar de uma maneira bastante discutível). Por outro lado, Sharon e Halle, aliás, todo o elenco e filme, sofrem um banho digital que lhe tira marcas e rugas, dando-lhes aquele tom artificial que o diretor procurava. Mas A Mulher Gato é divertido de assistir? Pouco. Principalmente porque as cenas de ação são ruins. Mal se consegue enxergar alguma coisa (culpa do CGI), tudo é acelerado, inconvincente, borrado demais. Se não acerta como ação, nem como erotismo, talvez consiga atingir os mais jovens. De fato, achei menos ruim do que se previa. (Rubens Ewald Filho. Leia mais críticas e artigos de REF na coluna Clássicos)

 

Plasticamente e mesmo como possibilidade reflexiva, Mulher-gato (Catwoman; 2004), dirigido nos Estados Unidos pelo francês Pitof, é bastante mais ousado que todos os filmes recentes extraídos das histórias-em-quadrinhos. Ainda que tenha lá seus compromissos comerciais, embora ao que se diz fracassou inicialmente nas bilheterias, a narrativa apresenta uma galeria de símbolos ao lado da aventura que a coloca numa ponte de meditação sobre a rebeldia feminina quando decide enfrentar a prepotência dos homens e da sociedade. A protagonista, originalmente uma obscura funcionária duma indústria de cosméticos, passa a alçar vôo felino (material e simbolicamente) quando, ao morrer (sete vidas tem o gato era o título de um antigo alemão), incorpora a alma e o corpo de um gato, um animal doméstico mais irreverente que o submisso cão, por exemplo; desde a apresentação dos créditos de abertura, certos desenhos cenográficos muito bonitos expõem o gato como um animal diferente, chegando ao antigo Egito em que o bichano era considerado como um ser sagrado.

A atriz negra Halle Berry, cujo talento o espectador já pôde deparar em A última ceia (2001), de Marc Forster, onde ela contracenava com Billy Bob Thornton em algumas seqüências bastante quentes, é uma convincente mulher-gato que é também uma mulher gata (é bem verdade que, entre meus familiares e meus amigos, tenho fama de me deixar atrair por mulheres negras, mas espero não estar sendo parcial ao julgá-la o átomo do filme). A luta de Halle com Sharon Stone (que vive a vilã) no fim só é salva de seu incômodo clichê graças ao esforço das atrizes e à encenação brilhante de Pitof; a quarentona Stone, ao emprestar à sua personagem a experiência dura da meia-idade, dá mais veracidade a uma história surrealista e necessariamente fantasiosa.

É claro que, não fossem as necessidades comerciais da produção, Mulher-gato poderia ir mais longe em suas leituras paralelas. De qualquer maneira, perto do despenhadeiro formal de Hellboy (2004), de Guillermo del Toro, a plasticidade do filme de Pitof adquire contornos irradiantes. (Eron Fagundes. Leia mais críticas do colunista em Cinemania)

Extras

No início do DVD é apresentado o trailer de “171 – Criminal”, com legendas.

- As Muitas Faces Da Mulher Gato: documentário muito legal com quase meia-hora de duração, mostrando as várias versões da Mulher-Gato, desde imagens nos quadrinhos até as versões para cinema e TV. Com depoimentos de atores, atrizes, diretores, desenhistas, especialistas em HQ, bastante ilustrado. Muito divertido rever principalmente as atrizes que fizeram o seriado de TV “Batman”, para quem acompanhou na época (ou nas inúmeras reapresentações). Legendado.

- Documentário Sobre Os Bastidores: pequeno e interessante making-of com várias cenas de bastidores e efeitos especiais. O de sempre, com depoimentos e cenas, mas bem editado e leve. Com 13 minutos. Legendado.

- Cenas Adicionais: seqüência 6 cenas que acabaram não entrando na edição final do filme, inclusive um final alternativo. Legendado.

- Trailer (sem legendas, mas quase que desnecessárias)

Críticas ao DVD

Um filme polêmico, do tipo ame ou odeie. O DVD está correto, nada muito além disso. A imagem está ótima, o áudio também, apesar da dublagem em Português estar apenas em 2 canais, embora satisfaça a grande maioria do público que a necessita. Os extras são bons, nada de excepcional. Mas além da média. Idem com relação aos menus, sendo o principal animado. Um DVD interessante, vale ao menos a sua locação.

Menus
Resenha publicada em 08/04/2005
Por REF e Eron Fagundes (filme) e Edinho Pasquale (DVD)

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