Foi realizada no dia 11 de abril em São Paulo uma entrevista coletiva para o lançamento do filme Avatar em DVD e Blu-ray. Estiveram presentes o diretor James Cameron, o produtor Jon Landau, a atriz Sigourney Weaver e o ator Joel David Moore. Na primeira parte do evento, foram exibidos trechos do filme em Blu-ray, precedidos de comentários por toda a equipe presente. Na segunda, houve um espaço para perguntas dos jornalistas. Resolvemos publicar toda a entrevista, na íntegra, para que nossos leitores tirem suas próprias conclusões e para não percam alguns detalhes do que foi dito.
JON LANDAU: Obrigado a todos por juntarem-se a nós hoje, estamos muito animados em te darem uma espiada de algumas das cenas que sairão da edição em Blu-ray. Uma das coisas que realmente tentamos nos focar com “Avatar” durante o processo foi com a qualidade da apresentação. Fizemos isso com o lançamento nos cinemas e com o lançamento para locação é exatamente o que tentamos fazer novamente. Não há outro material nestes discos a não ser o filme em si. Muito tem a ver com a maior taxa de bits possível. Sem trailers, sem comerciais. E o James em pessoa passou um bom tempo com o color timing para produzir a melhor apresentação possível.
JAMES CAMERON: Oi, todo mundo! [silêncio] Porque não dizemos todos “oi”?
SIGOURNEY WEAVER: Oi, todo mundo...
JAMES CAMERON: Sim, a transferência do disco foi na verdade realizada pelo mesmo colorista que fez o trabalho para o lançamento nos cinemas. Usamos a mesma companhia, o mesmo colorista, a mesma relação de trabalho, então pudemos prezervar a mais alta qualidade da imagem exatamente da forma como apareceu nas salas de cinema, inseridas no disc master, para o DVD e para o Blu-ray.
JON LANDAU: Então, sabem, foi muito importante para nós introduzir à audiência para o mundo de Pandora – o mundo noturno em particular. Acho que a primeira cena que mostraremos é quando Jake e Neytiri se conhecem.
JAMES CAMERON: Vamos conversar sobre isso. O que temos são dois monitores, um com 103’ polegadas – o que você não consegue comprar. Mas imaginamos que podíamos trapacear um pouco porque temos aqui um grupo maior do que você normalmente tem em casa. Mas o importante aqui é que a imagem que você verá agora está apenas se alimentando de um aparelho Blu-ray. Então estas serão as imagens – nesta tela – que você poderá ter em sua casa.
Tenho certeza que várias pessoas aqui já viram o filme. Esta é a cena em que Jake e Neytiri se conhecem pela primeira vez, na floresa, de noite. E acho que vocês verão – nós rodamos estes clipes diferentes por diversas razões – vocês verão que as cores e a agilidade da imagem, a qualidade dinâmica da imagem, é igual a que você viu nas salas de cinema.
JON LANDAU: Então, vamos rodar o primeiro clipe!
[Apresentação de trecho do filme em Blu-ray]
JON LANDAU: Acho que é importante saber que antes de serem filmadas quaisquer cenas com o elenco, nós os levamos para uma floresta tropical para ensaiar. Quer falar um pouco sobre isso Joel?
JOEL DAVID MOORE: Sim, nós fomos para o Havaí antes mesmo de colocarmos nossos pés em um set de captura de performance. Foi em Fevereiro de 2007 e perambulamos pela floresta enquanto ensaiávamos os diálogos. Foi uma ótima maneira de gravarmos o que estávamos fazendo de volta para esse grande set. E estávamos nestes figurinos peculiares tentando reasgatar aquilo para o mundo da atuação. Então, foi um bom tempo. Foi divertido.
SIGOURNEY WEAVER: Na verdade, Joel e eu, porque nós queríamos [se embola, recomeça]. Ciência é uma grande parte desta história; Jim [James Cameron] ama ciência e é um bom professor, então parte do que estávamos fazendo era tentar descobrir como, naquela época, no futuro, tiraríamos amostras, como mediríamos gases; e estávamos trabalhando com um especialista do Kwai para tentar descobrir o que aquela forma de recolher amostras sem contaminá-las seria. Então foi muito útil quando chegamos ao set vazio, porque a esse ponto já tínhamos um pouco de conhecimento científico.
JOEL DAVID MOORE: E na verdade nós chegamos a inventar um certo pedaço do filme envolvendo o trabalho dos cientistas com tubos e contaminação.
JAMES CAMERON: O desafio, para os atores, enquanto faziam o trabalho de captura de performance, foi que não havia nada visual ao redor deles. Não sei se todos sabem, mas 100% das cenas de floresta foram filmadas usando captura de performance, foram geradas por computação gráfica. Obviamente dá para se perceber nas cenas noturnas como esta que mostramos, mas até as cenas que se passam ao dia foram computadorizadas. Eu sei que muitas pessoas no Brasil, quando eu estava em Manaus, queriam saber – de alguma forma surgiu um boato de que havíamos filmados cenas em Venezuela, o que não é o caso. Foi feito 100% na computação gráfica. Cada folha, cada árvore, cada tronco, tudo foi computadorizado. Porém, como estive aqui e presenciei o quão bonita a floresta tropical é aqui no Brasil, definitivamente há uma forte possibilidade de fazermos algo – o que chamamos de play photography – filmamos planos de fundo, tomadas aéreas, tomadas amplas, este típo de coisa, para o próximo filme – quando chegarmos a esse ponto.
JON LANDAU: Nosso próximo passo nos leva à aprendizagem. Falaram sobre aprender sobre a ciência, bem, Jake como um avatar é um humano em aprendizagem, precisa se incorporar àquele mundo. Portanto, esta próxima sequência de chama a montagem do aprendizado.
JAMES CAMERON: Certo. Chamamos essa de montagem de aprendizado porque é quando ele começa a se tornar mais como o povo indígena de Pandora, os Na’vi. E ele está tentando aprender sua cultura e a forma deles de fazerem as coisas. Como caçar e etc. Então...
[Apresentação de trecho do filme em Blu-ray]
JAMES CAMERON: Então, eu acho que dá para perceber como Chris limpou a imagem e como as cores ficaram tão vívidas.
JOEL DAVID MOORE: Jake Sully fala sobre como confiar em seu corpo no filme e me fez pensar de quando estávamos filmando. Realmente precisávamos confiar – erámos todos avatares ao filmar. Tínhamos que entrar nesta peça de roupa, um figurino, e confiar que estas câmeras infra-vermelhas conseguiriam capturar a forma como meu corpo se move diferentemente que o corpo de Sigourney, diferentemente do corpo de Sam; então tinha muita confiança envolvida por nossa parte, porque não tínhamos idéia de como o resultado final ia ficar. No final das contas acabamos confiando no que estávamos fazendo e acho que isso faz parte do porque de termos nos tornado uma espécie de família.
JAMES CAMERON: O que foi interessante era que estávamos três anos afundo de um projeto de quatro anos e meio quando conseguimos ver uma tomada da computação gráfica finalizada, sabendo que o filme realmente ia funcionar. Então foi uma experiência bem extraordinária. Jon e eu tivemos que simplesmente confiar no processo que o povo da WETA Digital [empresa de efeitos especiais] em Nova Zelândia conseguiria entregar, o tipo de imagem que o filme precisava. E claro que conseguiram e tivemos que confiar no processo até o fim, que o que fosse capturado – as expressões faciais, a performance corporal – estavam sendo traduzidas para os personagens apropriadamente.
JON LANDAU: E depois que vimos a primeira tomada, de volta da WETA, nós sentimos um grande alívio, porque funcionou! Wow, isso pode realmente funcionar. E depois nos demos conta de que aquela era a primeira de 19 mil tomadas que precisávamos terminar, então tínhamos um longo caminho para percorrer. O interessante para mim, olhando para essa sequência, Jim, são os três estágios do processo de roteirização, que eu acredito serem representados ali, onde temos o roteiro inicial e depois há sequências ali que não estavam roteirizadas, que brotaram de você trabalhando com o elenco, como a cena da Sigourney colocando Sam [Worthington, que interpreta o personagem principal de Jake Sully] para dormir. E depois a edição entrou no meio.
JAMES CAMERON: A sequência da montagem do aprendizado era uma das sequências que estavam constantemente em transição enquanto fazíamos o filme. Estava honestamente planejada no roteiro, mas acho que enquanto brincávamos um pouco com ela e filmávamos, ela mudava. Nós adicionamos e decoramos, cortamos e inventamos algumas coisas e no processo de edição a ordem foi mudada e foi reestruturada um número de vezes para realmente deixar certos pontos claros.
JON LANDAU: A próxima sequência nos leva à Willow Glade, no momento em que Jake está sendo aceito na tribo e leva Neytiri para passear em uma bela noite. E, quando amanhece, o caos toma conta. E é interessante, voltando para o Havaí, quando nós saímos em nosso primeiro dia nós nos deparamos com um desflorestamento e isso foi muito profundo.
JAMES CAMERON: Na verdade, é a sequência de vôo a próxima.
JON LANDAU: Ah sim, o vôo é a próxima.
SIGOURNEY WEAVER: Nós não chegamos a voar no Havaí, infelizmente. Nós queríamos...
JON LANDAU: Ok, erro meu sobre o vôo. A sequência do vôo meio que representa todo o sonho de uma criança. Todos nós sonhamos em voar em algum ponto de nossas vidas.
JAMES CAMERON: Tentando explicar o sucesso global do filme, acho que existem um número de fatores que ocorreram. Um deles é que o filme foi capaz de criar uma espécie de sonho para a audiência. Acho que a sequência do vôo realmente captura isso e certamente é uma das minhas preferidas. Outra coisa é a quantidade de emoção no filme, tem quase uma espiritualidade para o filme. E depois há a mensagem ambiental, com a qual eu sei que as pessoas estão se relacionando ao redor do mundo. Mas eu acho que uma das coisas mais poderosas para a audiência é o sentimento de se estar presente em outro mundo, um mundo tão diferente do nosso. E eu sempre amei as sequências de vôo, que explicam essa idéia melhor.
[Apresentação de trecho do filme em Blu-ray]
JON LANDAU: Então essa é a euforia de voar! Estamos muito empolgados diante da forma com que o filme será traduzido para a mídia em Blu-ray e DVD e toda a experiência de se assistir filmes no comforto de casa. Aqui no Brasil, o DVD e o Blu-ray estarão disponíveis com a usual escolha de se assistir em inglês ou português, com opção de legenda em ambas versões. Então em inglês podem assistir com legendas em português ou em português com legendas em inglês. Então, estamos tentando deixar várias opções para melhorar a qualidade da apresentação. Agora sim, vamos à cena que se passa em Willow Glade. Vocês querem falar um pouco sobre ela?
JAMES CAMERON: Bem, o motivo que colocamos alguns desses vídeos – como a montagem do aprendizado e o Willow Glade – é que são sequências que oscilam entre o que foi filmado em live-action e o que foi gerado por computação gráfica. E você pode ver como a qualidade da imagem ressalta sob a transferência em ambos os tipos de filmagem. O filme foi filmado de duas maneiras. Nós fizemos as cenas em CG [ou computação gráfica] por meio da captura de performance e fizemos as sequências em live-action com nosso sistema de câmera em 3D. E você pode ver que ambos são traduzidos muito bem por meio da transferência, do master disc. Esse o equivalente à um disco de produção, será exatamente o que você verá em casa quando estiver rodando o filme por um aparelho em Blu-ray.
[Apresentação de trecho do filme em Blu-ray]
JAMES CAMERON: Gostaria apenas de apontar que o filme foi lançado em 35 mm e em alguns dos cinemas em 3D em um formato de tela da Cinemascope de 2:35.1. Não sei se muitos de vocês estão escrevendo para revistas de vídeo, mas o filme foi na verdade filmado com o formato 16:9 [1.81:1]. Nós extraímos a dimensão da Cinemascope deste formato e em alguns dos cinemas em 3D e todos os cinemas de IMAX eles rodaram neste formato. Então eu considero este como sendo o aspect ratio [ou formato de tela] legítimo para o filme. Então não haverá uma versão em letterbox [2.35:1] do DVD.
JON LANDAU: Uma das coisas mais empolgantes de se entrar na indústria do home etertainment é que agora um grupo bem mais amplo poderá assistir ao filme. Seja crianças, famílias ou mesmo pessoas que estavam muito ocupadas na época que o filme estava nos cinemas.
JAMES CAMERON ...ou se estavam em Marte...
JON LANDAU: Sim... e agora podemos expô-las a tudo isso. Jim, esta é a sua segunda visita ao Brasil recemente, certo? E, sabe, é empolgante poder voltar...
JAMES CAMERON: Bem, eu estive aqui uma semana e meia atrás, fui convidado para falar em um fórum de sustentabilidade em Manaus e eu tive uma ótima viagem, conheci um grande número de pessoas ótimas que me apoiaram enquanto eu estava na floresta tropical. Eu saí e conheci os povos indígenas, estava dentro da floresta e pensei: sabe, como seria ótimo poder trazer Avatar para o Brasil para poder realizar algo especial. Então eu cheguei até a conversar com a Fox sobre a possibilidade de fazer exatamente o que estamos fazendo agora: vindo com alguns dos membros do elenco e simplesmente poder conversar com a mídia daqui sobre como fizemos o filme. Porque nunca tivemos a oportunidade de vir ao Brasil durante a divulgação do filme ao ser lançado nos cinemas. Bem, aqui está a segunda chance, para fazer isso. Então a Fox achou a idéia ótima por causa da mensagem ambiental do filme, que seria uma ótima oportunidade. E aqui estamos. Então essa é uma oportunidade única, para nós. Poder conversar diretamete com a mídia brasileira e sabe – quando estávamos fazendo o filme eu estava curioso sobre como a audiência do Brasil iria reagir, porque obviamente estes dilemas de deflorestamento nas florestas tropicais são partes da discussão nacional momentânea. Eu não sabia se as pessoas iam ficar nervosas com o filme ou se iriam celebrar o filme... claramente o público brasileiro celebrou o filme, porque se tornou o filme n° 1 da história na bilheteria brasileira. Então acho que sabemos a resposta para esta pergunta. Então simplesmente quisemos vir e trazer algo em retorno. Avatar é muito sobre estes problemas que fazem parte do diálogo público no Brasil neste momento.
JON LANDAU: Uma das coisas que a FOX se comprometeu a fazer em associação com o lançamento em DVD é que, como o DVD vai ser lançado no dia mundial da Terra, a Fox se comprometeu a plantar um milhão de árvores ao redor do mundo. Das quais mais de 200 mil serão plantadas aqui no Brasil. Começou com a plantação que Jim e Sigourney fizeram nesta manhã, empolgante porque foi a primeira plantação de árvore da iniciativa.
JAMES CAMERON: Certo, a primeira árvore foi plantada aqui em São Paulo. E terão mais 200 mil árvores plantadas ao redor do Brasil. E depois o resto será plantado ao redor do mundo. Claro que, como sabemos, esta é a apenas uma pequena parte do que precisa ser feito para poder trazer de volta as florestas ao mundo. Provavelmente precisaríamos de um bilhão de árvores, mas a FOX está realmente se pronunciando e fazendo a sua parte. E acho isso bem extraordinário. Companhias de entretenimento não costumam fazer coisas como essa. Especialmente companhias de entretenimento pertencentes a Rupert Murdoch. Acho que estamos vendo como todos estão evoluindo aqui.
JON LANDAU: Com certeza. Está próxima sequência, a última que exibiremos, é meio que uma cena de ação, é quando o Coronel Quaritch leva as tropas para atacar Home Tree [a árvore gigante que serve de casa para o povo Na’vi].
JAMES CAMERON: Certo, e é interessante. Nós ouvimos de quase todos que conversamos sobre o filme que essa é uma das maiores peças emocionais do filme.
[Apresentação de trecho do filme em Blu-ray]
JAMES CAMERON: Acho que vocês verão que a qualidade da imagem está equivalente à apresentação nos cinemas. O som está ótimo. Eu tenho que dizer, sabe, em 25 anos como cineasta esta é a melhor versão home entertainment de um dos meus filmes que eu já vi. É basicamente, exatamente, o que colocamos nas telas do cinema. Eu me sinto ótimo sobre o que estamos produzindo; uma experiência que você pode levar para casa e se apropriar e rever quando quiser.
JON LANDAU: Uma das coisas que algumas pessoas não perceberam com o filme, Jim, é que nós intencionalmente começamos o filme com a mesma coisa que o finaliza: os olhos se abrindo.
JAMES CAMERON: É, exatamente. O tema do filme é o personagem principal, Jake, partindo nessa jornada de uma espécie de despertar percepcional. Um despertar sobre este mundo no qual foi parar, sobre aquela interação humana com a natureza e sobre o que estamos fazendo. Obviamente, Avatar se passa em outro planeta, outro mundo; mas no fundo é sobre o nosso mundo, aqui. É sobre nosso dilemas, os dilemas de nosso tempo e acho que a raça humana chegou a um limite, um ponto de virada potencial, onde podemos mudar a forma como vivemos até então. Mudar e dando passos adiante. E é realmente sobre isso que o filme é. E é por isso que termina com o personagem abrindo seus olhos. Nós todos precisamos abrir nossos olhos e realmente ver o mundo; o que estamos fazendo e o que precisamos fazer. O que é nosso dever, o filme é sobre isso.
JOEL DAVID MOORE: Parte do motivo do filme ser relacionável é que, ao se passar em outro planeta, não se limita a um grupo de pessoas. Não é especificamente uma cultura. Representa uma analogia para muitas culturas, muitos povos indígenas, muitas pessoas que já sofreram nas mãos de uma minoria poderosa na história de nosso planeta. Acho que isso nos leva ao reconhecimento de que estamos aqui, agora, e reconhecendo algumas das coisas que enfrentamos aqui e em todo lugar do planeta.
SIGOURNEY WEAVER: Certo, acho que tendo feito tantos filmes sobre alienígenas, essa é a primeira vez que realmente vejo um filme, ou tenho feito um filme, onde chegamos há um ponto onde nós somos os vilões. Os humanos são menos evoluídos e os alienígenas são mais unidos espiritualmente e acho que é um conceito muito profundo. Um verdadeiro despertador para todos nós ao redor do mundo que temos que fazer certas decisões como indivíduos, como famílias, como comunidades, como países... e eu acho que o Brasil, especialmente, por ser um país tão extraordinário – nós nos Estados Unidos já fizemos tantos erros em relação aos danos à nossos imensos rios e à como continuamente nos livramos do nosso povo indígena, então acho que todos olhamos para o Brasil como um país tão rico e maravilhoso que talvez tenha a oportunidade de fazer as coisas diferente; de liderar o caminho em uma nova era, na qual não usaremos as velhas desgastates formas de energia do último século e do anterior a ele.
(CONTINUA>>>)