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AMOR EM JOGO

04 de setembro de 2005

É incrível como os Irmãos Farrelly mudaram. Seus últimos filmes perderam o clima de baixaria de Quem Vai Ficar Com Mary? Ficaram suaves, doces, românticos e, infelizmente, menos engraçados. Também têm sido menos bem-sucedidos nas bilheterias. Como é o caso deste Amor em Jogo, uma comédia romântica sem nenhuma grossura e muita água com açúcar.

Uma fita de muitos méritos, o maior deles a presença de Drew Barrymore, que nunca esteve tão magra, bonita e encantadora. Mas para brasileiro, tem um obstáculo intransponível: é sobre beisebol, que nossa gente não entende nem gosta. Mais que isso, é sobre um fanático torcedor de beisebol e os problemas que isso causa para sua vida romântica.

Originalmente a história é baseada num livro do inglês Nick Hornby, que virou cult graças ao público que conquistou com Alta Fidelidade e Um Grande Garoto. Só que Nick é fã de futebol, mais precisamente do time do Arsenal, e escreveu sobre o fanatismo por esses times (a história foi filmada em 97, com roteiro dele, como “Fever Pitch”, com Colin Firth, mas o filme foi pouco distribuído, como “Febre de Bola”). A idéia dos Farrelly foi transpor a ação para os Estados Unidos mudando também de esporte, preferindo o Red Sox de Boston, justamente um time que não ganhava um campeonato há mais de cem anos. Numa situação incrível, o filme deu sorte a eles e o Sox sagrou-se campeão (e por isso tiveram que mudar o final da história, já que estava previsto outro!). Acontece que para o fã do esporte, há amor demais e pouco beisebol, o que pode explicar seu medíocre desempenho nas bilheterias americanas (custou 40 milhões, rendeu 42!). Mas usando um roteiro da experiente dupla Lowell Ganz e Babaloo Mandel (“Parenthood”, “Splash”, “Esqueça Paris”), o filme consegue contar uma simpática história de amor, com reviravoltas, diálogos espertos, sacadas divertidas e todos os clichês do gênero.

Assiste-se sempre com um sorriso nos lábios a história do professor de escola do 2º Grau (o comediante do “Saturday Night Live”, Jimmy Fallon, bem melhor do que em Táxi), que se apaixona por uma executiva bem-sucedida (Drew). Mas o beisebol preencheu sua vida toda, então fica difícil deixar entrar uma mulher. Mais difícil ainda para ela, que fica sempre num plano secundário quando o time joga. É um conflito com que muita esposa/namorada vai se identificar e que é resolvido de maneira correta.

Confesso que gosto de comédia romântica e as últimas têm me decepcionado. Da safra recente, Amor em Jogo é a melhor. Difícil fazer sucesso numa época em que está todo mundo fugindo do cinema. Mas é um bom programa para ser visto a dois.

Por Rubens Ewald Filho