04
de setembro de
2005
Pra
começar o titulo é errado. Nenhum dos dois protagonistas é especialmente
interessado em cachorros, nem gosta tanto assim deles. Eles usam
isso apenas para poder anunciar nos sites de busca de romance
(ela usa o do irmão, ele nem isso). E na verdade,
cachorros tem pouco a ver com a história e mal provocam
situações.
Na
verdade, esta comédia romântica é bem
fraquinha e por mais que a gente se esforce para gostar dela,
fica sempre devendo. Ela marca o retorno ao cinema de um roteirista
e diretor, Gary Goldberg que é mais bem-sucedido em séries de TV
(como “Spin City”, “Lou Grant”, “Sugar
Hill”). Seus filmes de cinema são medianos (“Meu
Pai, uma lição de Vida” com Jack Lemmon, “Bye
Bye Love” / ”Os Descasados”). Aqui, a figura
central é Diane Lane, que virou estrela depois de sua
indicação ao Oscar, e acertou no gênero recentemente
com o encantador “Sob o Sol da Toscana”. Ela faz
uma divorciada que é pressionada por sua grande família
a encontrar um novo parceiro (Elizabeth Perkins, que já foi
estrela de fitas como “Quero ser Grande” faz a irmã mais
intrometida e Christopher Plummer é o pai já idoso,
mas ainda Don Juan, que está às voltas com várias
pretendentes, inclusive Stockard Channing que fica amiga dela).
Lembrando os filmes de Claude Lelouch e aqueles comerciais de
TV, onde as pessoas ficam se desencontrando só para demorar
a ter um final feliz, Diane primeiro se interessa por um fabricante
de barcos a remo (John Cusack, sempre competente, nunca brilhante).
O
amor é correspondido, mas sucedem outros desencontros,
até porque ela é professora de crianças
pequenas e isso traz um rival, o pai de um aluno, um machão
sedutor (Dermot Mulroney, de “O Casamento do Meu Melhor
Amigo”).
Concordo
com o Roger Ebert que descreve o filme como agradável,
discreto, doce e sem nenhuma partícula de suspense. Também
concordo que o casal central é de bons atores e pessoas
que a gente assiste com prazer, fazendo qualquer coisa. Mas o
curioso é que passadas duas semanas de ter assistido o
filme, praticamente me esqueci dele. E já me parece menos
chocho do que achei na pré-estréia!
Por Rubens Ewald Filho
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