Crítica sobre o DVD "Warner - 104 Min." do filme "King Kong":

Jorge Saldanha
King Kong Por Jorge Saldanha
| Data: 27/01/2006
O King Kong de 1933 já teve várias encarnações em DVD, inclusive no Brasil, porém nenhuma chega perto desta edição especial com dois discos da Warner, cuja arte de capa e menus (estáticos) apresentam ilustrações e fotos da época da produção. Como ocorreu com tantos outros filmes daquele período, os negativos originais de King Kong não mais existem, e as transferências para DVD foram feitas a partir de diversas fontes – cópias em 16 e 35 mm – de qualidade irregular. Em 1938, várias cenas consideradas violentas ou inconvenientes pelos censores dos EUA (como Kong devorando os nativos ou despindo Ann e cheirando suas roupas) foram cortadas das cópias existentes. Elas foram redescobertas na década de 60 e reintegradas ao filme, porém com qualidade medíocre. Para este lançamento, foi utilizada como matriz uma cópia armazenada em boas condições na Inglaterra, que é a versão integral do filme como lançado em 1933, incluindo todas as cenas originais. Apesar de não ser perfeita, a transferência resultante, no formato original 1.33:1 e em seu preto e branco original, é muito superior à das outras versões, em que pese a perceptível granulação e falta de nitidez em algumas (poucas) cenas. De um modo geral o contraste é muito bom, as graduações de cinza são adequadas e o nível de preto, sólido. Sem surpresa, há perceptíveis danos na película (riscos, manchas), mas numa proporção bem abaixo do que se poderia esperar de um material tão antigo.

No que se refere ao áudio, acredito que, assim como ocorre no quesito tocante à qualidade da imagem, temos que dar um bom desconto já que estamos falando de um filme com mais de 70 anos. Deste modo, o áudio Dolby Digital mono em inglês, onde os diálogos sempre são claros, é adequado para uma produção desta idade – ainda que percebamos distorção e chiado em determinadas passagens, e a falta de brilho do score de Max Steiner. Aparentemente o som apresenta qualidade similar à de sua época de gravação, refletindo a limitação dos equipamentos de áudio empregados. Já a dublagem em português, que é a realizada nos anos 60 para a exibição do filme na TV, é de qualidade bem inferior, soando baixa e abafada. Sua inclusão vale pelo registro histórico. De resto, é lamentar que a Warner não tenha lançado aqui o box que inclui, além de King Kong, Son of Kong e Mighty Joe Young.