Depois do sucesso que o primeiro filme fez no Brasil, este segundo tem coragem de estrear simultaneamente com os EUA apesar da concorrência da Copa do Mundo. Na verdade, eu não gostei do primeiro, nem curto o personagem do gato preguiçoso e egoÃsta, Garfield aqui apresentado em animação. Então é difÃcil me entusiasmar com esta continuação feita na Inglaterra e vagamente inspirada em O PrÃncipe e o Mendigo de Mark Twain (embora o titulo original remita a Charles Dickens). O casal central desta vez tem pouquÃssimo a fazer. Liz (Jennifer Love Hewitt) é chamada para fazer palestra na Inglaterra (alias o roteiro esquece desse detalhe e a fala dela nem é mostrada) e o apaixonado Jon (Breckin) vai atrás na esperança de pedi-la em casamento. Garfield vai atrás na esperança de impedir essa tragédia (o cachorro da famÃlia o acompanha mas é o único dos animais do filme que não fala, já que todos entram na escola de Babe, o Porquinho Atrapalhado).
Perto de Londres, num castelo, ficamos sabendo que há um gato parecido com Garfield, chamado Prince, que herdou o lugar e sua fortuna, mas que é perseguido por um sobrinho da falecida dona que deseja a fortuna e o lugar para si (Billy Connolly), na esperança de construir por lá um Spa. É ele que tenta matar Prince jogando-o num rio mas o gato sobrevive e vai parar num esgoto. Consegue fugir e é confundido com Garfield. Ou seja, eles trocam de lugar, o plebeu preguiçoso vai para o castelo e sem saber que desejam mata-lo, vai aproveitando a boa vida (com a ajuda dos animais do lugar, já que todos falam e conspiram entre si). Pode ser que as crianças pequenas achem mais graça mas não consegui me envolver com a trama ou a situação, ou achar maior graça no resultado. Nem curto piadas com gases humanos de toda espécie. Talvez bichos domésticos falantes sejam curiosos para crianças de cinco anos mas os adultos terão pouco do que rir ou com que se divertir.
Achei ainda mais fraco que o primeiro. Curiosamente vários crÃticos americanos ao escreverem sobre ele preferiram fazer piada (a de Ebert é como se fosse escrita pelo próprio Garfield, a do New York Times como se fosse feita no estilo de Dickens). Nenhuma chega a qualquer conclusão mas acha que o segundo é melhor que o primeiro. Francamente acho os dois ruins. (Rubens Ewald Filho na coluna Clássicos de 28 de junho de 2006)