Crítica sobre o filme "Hora do Espanto, A":

Wally Soares
Hora do Espanto, A Por Wally Soares
| Data: 16/02/2012

Em algum momento você deve ter visto A Hora do Pesadelo (o original, de 1985). Seja quando estreou na década de 80 ou – e isso é muito mais provável – em sessões de madrugada horripilantes. Trata-se de uma das mais clássicas histórias de vampiro do cinema e hoje possui status de cult entre adoradores do gênero ou mesmo amantes do cinema. Refilmar uma obra tão querida e com tanta bagagem é sempre um risco, mas em época de vacas gordas para vampiros nos cinemas, o clássico oitentista não escapou. Sai Chris Sarandon, entra Colin Farrell e temos uma completa readaptação da história para o século XXI – com direito até a 3D.

No remake, Colin Farrell interpreta o vampiro Jerry, vizinho de Charley (Anton Yelchin) – uma espécie de ex-nerd que se afastou dos amigos quando começou a sair com a garota popular. O filme abre violentamente com um assassinato, cuja vítima pertence ao círculo de amizades de Charley. O desaparecimento desperta suspeitas quando Charley começa a se dar conta das atividades anormais de seu vizinho.

Mantendo o nível de tensão e carnificina do original, o novo A Hora do Pesadelo se sustenta na maior parte em cima destes méritos e no carisma de seu elenco. O roteiro é fraco e sem qualquer desenvoltura (vide o primeiro filme), mas a inspiração de Craig Gillespie na direção rende uma atmosfera descomprometida e momentos memoráveis – especialmente o plano-sequência durante uma cena de fuga. Gillespie, porém, insiste em nos deixar no escuro sobre seus talentos. Ter dirigido filmes que são tão opostos em qualidade como Em Pé de Guerra e A Garota Ideal no mesmo ano, agora ele nos entrega uma obra que fica no meio termo.

Apesar das limitações, a diversão em A Hora do Pesadelo vem naturalmente e talvez justo por isso garantida para quem entrar no clima. Graças ao bom ritmo e ótimo timing de seus atores, que flertam com a comédia a todo o momento. Farrell se entrega ao papel de maneira entusiasmada, enquanto Yelchin faz o que faz de melhor. Ainda temos ótimas pontas de Toni Collette, Christopher Mintz-Plasse e, no destaque, David Tennant – que está divertidíssimo.

Esse A Hora do Pesadelo turbinado – com efeitos especiais sofisticados, maquiagem certinha e elementos em cena sendo jogados em direção ao espectador – com certeza não vai sobreviver como seu original, mas por ora basta como simples diversão. Existe talento envolvido a certa medida e é o suficiente para fazer com que a obra se sobressaia e entretenha com bom gosto.