Uma obra-prima do terror, referência na carreira do grande cineasta Kubrick, contestada por Stephen King, autor do livro O Iluminado e duas indicações às Framboesas de Ouro para pior atriz (Shelley Duvall) e pior diretor. Opiniões controvertidas como qualquer obra do cineasta. Fazia algum tempo que tinha assistido e agora, como nunca, percebo as homenagens (ou seria meras cópias?) nos novos filmes de terror. A cena do baile “imaginário” que o personagem de Jack Nicholson cruza os salões foi repetida recentemente em Navio Fantasma. A aparição de crianças mortas está em tantos filmes que nem vou perder outras linhas a respeito.
A reunião de um elenco ‘na medida’, uma trilha sonora tão marcante quanto a câmera de Kubrick, tornam O Iluminado um clássico do cinema mundial. O sucesso do ator mirim, Danny Lloyd, à época do lançamento, era o que foi Haley Joel Osment de O Sexto Sentido (1999). O estranho é que Danny desapareceu completamente da vida artística. Jack Nicholson, num dos seus melhores papéis até então, divide seus dotes com Scatman Crothers num pequeno papel ainda lembrado pela injustiça de não ter sido indicado ao Oscar de ator coadjuvante. O único passo incerto foi a atriz Shelley Duvall, que fez depois o papel de ‘Olívia Palito’ em Popeye (1980) e está na nova produção de Walter Salles, Dark Water.
O Iluminado foi refilmado em 1997 para a TV (minissérie) sob a supervisão pessoal de Stephen King que não tinha gostado da versão de Kubrick. Sinceramente, não assisti e não tenho curiosidade alguma, muito menos li os originais. Conheci pela visão de Kubrick e tenho certeza que a estória está muito bem contada.