Crítica sobre o filme "Resident Evil 5: Retribuição":

Jorge Saldanha
Resident Evil 5: Retribuição Por Jorge Saldanha
| Data: 25/06/2013

Se em RESIDENT EVIL 4: RECOMEÇO, o diretor e roteirista Paul W. S. Anderson descobriu as maravilhas do 3D, mas ainda assim tentou elaborar uma história minimamente coerente, neste RESIDENT EVIL 5: RETRIBUIÇÃO ele decidiu chutar o balde de vez, concentrando-se apenas nas cenas de ação “animais”. Em consequência, temos aqui o capítulo mais caro da franquia, de elevadas qualidades técnicas, mas com um fiapo de trama que não se esforça minimamente para ser coerente. 

O vilão Wesker (Shawn Roberts), após ser traído pela Inteligência Artificial Rainha Vermelha, resolve aliar-se à sua inimiga mortal Alice (Milla Jovovich), que está aprisionada em uma enorme base secreta da Umbrella, enviando a agente Ada Wong (Li Bingbing) para ajudá-la a escapar. Ambas deverão passar por ambientes que reproduzem algumas capitais do mundo (Tóquio, Nova York, Washington e Moscou, basicamente fases de um videogame), tendo em seu caminho hordas de zumbis e outras monstruosidades, além de clones de personagens vistos em filmes anteriores, até encontrarem a equipe de resgate liderada por Leon S. Kennedy (Johann Urb). Para complicar a vida de Alice, Jill Valentine (Sienna Guillory), sua aliada em RESIDENT EVIL 2: APOCALIPSE, sofreu uma espécie de lavagem cerebral e está no comando das forças da Umbrella. 

Apesar de um início até promissor, onde acompanhamos a rotina familiar de uma clone de Alice, que mora em um ambiente suburbano com seu esposo (Oded Fehr) e sua filha (Aryana Engineer), essa trama rasa e cheia de furos serve apenas para justificar uma série de frenéticas sequências de ação embaladas por um eficiente 3D, mas que logo cansam o espectador por seu exagero e repetição. O filme sem dúvida seria muito melhor se tivesse apenas umas três ou quatro delas espalhadas ao longo de toda a sua duração, e investisse o tempo restante criando pelo menos um pouco de suspense e explorando melhor personagens preferidos dos fãs dos jogos originais, como Leon e Ada. Mas exceto por Alice, que adota uma clonezinha surda (!?) para proteger dos monstros, os demais personagens são unidimensionais, e os diálogos, rapidamente por eles disparados entre as sequências de ação, são primários. 

RESIDENT EVIL 5: RETRIBUIÇÃO, apesar de ter sido o título mais rentável da franquia, é o seu ponto mais baixo, mas poderá até divertir quem gosta da mistura de ação 3D com mulheres gostosas e não se preocupa com a falta de lógica da história. Como os capítulos anteriores, termina com um gancho para o próximo e, ao que consta, último filme – que sim, será novamente escrito e dirigido por Anderson. Gancho, aliás, que combina com o exagero e a falta de cérebro de tudo que lhe antecedeu e que faz tremer só de pensar no que vem por aí.