Crítica sobre o filme "Millenium: A Garota na Teia de Aranha":

Rubens Ewald Filho
Millenium: A Garota na Teia de Aranha Por Rubens Ewald Filho
| Data: 07/11/2018

A questão é simples: será que vai dar certo a ideia de continuarem a série de adaptações de livros Best-seller do escritor Stieg Larsson (1954-2004), que se constituiu com três textos muito curiosos e famosos: Os Homens Que Não Amavam as Mulheres (09), seu remake internacional Millenium: Os Homens Que Não Amavam as Mulheres, 11 e o menos visto A Menina que Brincava com o Fogo (11). Este A Garota na Teia de Aranha seria o quarto livro da série agora dirigido por Fede Alvarez (nascido em 1978, em Montevidéu, Uruguai), se especializou em filmes de terror e suspense, como O Homem nas Trevas, 16, A Morte do Demônio, 13. El Conjonudo (05). Depois deste filme tem previsto o Don´t Breathe 2, o Labyrinth.

Também me parece importante o fato de que uma nova estrela foi chamada para viver o papel da heroína no caso a britânica Claire Foy, que virou estrela como a Rainha Elizabeth da Inglaterra graças ao The Crown e que aqui teve que usar maquiagem esquisita para ficar parecida com as atrizes anteriores, no caso as muito inferiores Rooney Mara por Os Homens que não Amavam as Mulheres e a outra versão de Stieger que foi a esquisita Noomi Rapace. Claire agora tem uma missão difícil conforme nos explica o crítico e amigo João Felipe. Eis a conclusão que ele chegou: “Muita coisa mudou. A começar pela trama em si, que se distancia do suspense jornalístico protagonizado por Mikael Blomkvist nos volumes anteriores, e coloca Lisbeth como protagonista inquestionável desta história, muito mais voltada para as obras de espionagem ao estilo de James Bond e Missão Impossível. Sai o suspense intimista e a investigação compassada, para entrar a típica ameaça nuclear com organizações misteriosas e capangas mais excêntricos. Tal mudança poderia ser muito bem aproveitada, se o filme estivesse disposto a abraçá-la, e não gastasse tanto espaço procurando emular as atmosferas propostas por Fincher, ou seus moldes narrativos.

Lisbeth retorna como uma personagem mais acessível e menos intrigante do que havíamos visto até então, mais próxima do típico arquétipo de ‘vigilante’ que inunda a televisão, nos dias de hoje. Sem assumir que o público geral está familiarizado com a história da personagem, o filme acerta ao re-contextualizar a infância de Lisbeth, alterando passagens do livro para lidar melhor com esta nova trama. Embora a história de A Garota na Teia de Aranha não tenha nada de muito original ou inventivo, o arco narrativo da protagonista é, pelo menos, coerente dentro de sua construção, e traz momentos impactantes o suficiente para que Claire Foy possa fazer jus aos elogios em torno de seu nome. Distante do terror que costuma trabalhar, Alvarez se mostra confortável com a escala proposta por A Garota na Teia de Aranha, ainda que parte de suas escolhas visuais sejam obviamente baseadas no trabalho de Fincher. No entanto, existem breves momentos em que as características do diretor vem a tona (como a cena em que um personagem revela seu rosto desfigurado), que poderiam estar mais presentes e enaltecidos no filme, e tornariam esta experiência mais distinta do que se percebe com o resultado final. O ritmo arrastado da trama pode afastar alguns espectadores, principalmente durante o segundo ato, quando o filme acaba dedicando tempo demais aos seus pragmáticos desenvolvimentos conspiratórios. Ainda assim, a postura cativante de Foy é capaz guiar a atenção em meio ao clima pouco envolvente produzido pela história. Mas A Garota na Teia de Aranha é um filme pouco memorável, mas que não chega a prestar nenhum desserviço ao seu material original, e ainda traz breves momentos de brilho para o seu elenco (Lakeith Stanfield continua sendo uma grande aposta da Hollywood atual). Embora não sejam essenciais, novas sequências poderiam ser, até mesmo, bem-vindas”.

(Agradeço a ajuda do critico João Felipe)