Crítica sobre o filme "Dobra no Tempo, Uma":

Rubens Ewald Filho
Dobra no Tempo, Uma Por Rubens Ewald Filho
| Data: 28/03/2018

Difícil entender quem teve a infeliz ideia de fazer uma nova versão desta história que faz questão de afirmar que é para crianças, e a diretora ainda explica entre 8 e 12 anos! Ou seja, fica de fora um grupo muito grande, principalmente os pequenos. Que talvez pudessem se interessar mais por esta história confusa e cheia de nomes para decorar e situações para entender. Acontece que já houve antes uma adaptação deste livro para a TV (em 2003), com uma enorme duração de quatro horas e 13 minutos, direção de John Kent Harrison, e um elenco pouco conhecido exceção de Alfre Woodard, Katie Nelligan.

Acho estranho que a primeira vez que vi o trailer desta fantasia falei para mim mesmo: Xiii, que coisa mais errada, esse aqui vai ser um fracasso!

E tinha razão, este mês de março nos EUA todos os filmes estreados estão indo mal e aqui a renda foi de 73 milhões de dólares quando o orçamento era de 103 milhões. Podia ser pior porque é uma questão de lógica, o filme não serve para crianças pequenas ou pessoas adultas. Melhor dizendo que é incompreensível para os pequenos e aborrecido e confuso e mal feito para os mais velhos.

A diretora Ava DuVernay fez muitos documentários, curtas e telefilmes, e alguns longas como Middle of Nowhere (2012), I Will Follow (2010). Acertou em cheio quando dirigiu o subestimado Selma, uma Luta pela Igualdade, 2014, que ganhou o Globo de Ouro e Oscar de canção (e foi indicado ao Oscar de filme). Mas se perdeu totalmente desta vez. Começando pela direção de arte e figurinos mais feios que o cinema mostrou nos últimos anos. A coitada da Oprah é a pior vitima usando roupas pavorosas e vitima de uma maquiagem paquidérmica. Mas as outras não ficam atrás e sorte delas que somem no meio do filme, sobrando menos de Reese Witherspoon e a comediante Mindy (a mãe dela é de origem africana, mas nascida nos EUA tem aspecto de indiana e está especialmente fora do personagem).

Todo o filme é penoso de se assistir. Começa numa escola com o tradicional bulling (não sei se é para denunciar ou promove-lo!). E a primeira parte é toda filmada em planos muito fechados, próximos demais. Acontece que um cientista delirante (o ao menos simpático Chris Pine) desaparece no espaço deixando sua mulher e o casal de filhos muito confusos depois de 4 anos e de implicância dos professores e colegas. Mesmo assim aparece um adolescente - o mais fotogênico do elenco - que gosta da heroína e os três saem viajando por um misteriosos orientados por três figuras bizarras, que são aquelas que já mencionei Oprah (Mrs Wich), Reese (Miss Whatsit) e Mindy (Mrs Who). Vão para lugares exóticos (como um plantação de flores), mas são tão tontas que se declaram cansadas e vão embora. Os três jovens então tem que sair a procura do pai numa correria nada convincente ainda mais quando o garoto com cara de mexicano Michael tem seu espírito absorvido pelo monstro que mantém o pai prisioneiro. Não esperem também números musicais (bem pelo que me lembro havia duas músicas, mas totalmente olvidáveis). Nem esperem pelo final primário e banal. Uma pena, mas já na lista dos piores do ano.