Crítica sobre o filme "Jason Bourne":

Rubens Ewald Filho
Jason Bourne Por Rubens Ewald Filho
| Data: 27/07/2016

Depois de uma espera de alguns anos (o anterior e legítimo foi O Ultimato Bourne, 07) retorna a série e nesse ínterim o diretor inglês Greengrass fez dois filmes, o fraco Zona Verde com Damon (10) e o sucesso Capitão Phillips (13) com Tom Hanks. Fizeram também um filme com o personagem mas sem o diretor e Damon, chamado O Legado Bourne, 12, com o fraco Jeremy Renner, que seria melhor deixar de lado.

Com orçamento estimado em 120 milhões de dólares, não perde tempo com muita conversa ou explicações. É basicamente um thriller de ação e perseguições, rodado em Santa Cruz/Tenerife, Berlim, Londres, Grécia, Islândia, Roma, Las Vegas. Começa, porém, com uma pequena síntese das façanhas anteriores de Jason (inclusive com aparição de Albert Finney, rápida) que agora está mais concentrado em limpar o passado e entender porque e como seu pai verdadeiro foi assassinado. Há também uma infelizmente rápida participação de Julia Stiles, que faz Katherine Thorn em Supremacia e Ultimato. Talvez a mudança mais significativa seja agora a existência de um mega empresário que parece ser de origem indiana, que além de ter ficado rico e famoso também resolveu denunciar as façanhas da CIA e outros órgãos de espionagem (agora isso passa a ter importância fundamental na trama e na conclusão em Vegas). Sem esquecer uma perseguição de moto e carro e carro de segurança pelas avenidas da cidade, que pode ser improvável, mas não deixa de ser espetacular.

A verdade é Matt Damon,amadurecido mas em forma, quase não abre a boca (porém corre, salta, leva tiros, faz perguntas sobre o pai) e no começo do filme esta ganhando a vida disputando lutas a soco! O vilão seria agora um novo chefão da CIA Robert Dewey vivido por Tommy Lee Jones, já sem vigor e com uma aparência digna de zumbi! Há também um assassino contratado francês interpretado pelo já quase brasileiro Vincent Cassel (como Asset), brincando de gato e rato com nosso herói.

Outra presença marcante é a da recente premiada com o Oscar de coadjuvante Alicia Vikander, que apesar de miudinha e magricela, parece acreditar mesmo que é poderosa no papel de uma alta agente da CIA, ambiciosa e dúbia, variando de quem esta pensando em trair.

Mas o que impressiona é o trabalho de montagem, de fotografia, de incessante movimento (que pode ser ocasionalmente confuso e mesmo difícil de entender). Afinal de contas essa é a marca registrada de Bourne e a razão porque este filme e esta franquia era tão esperada. Acho que o fã não vai se decepcionar (alguns críticos reclamaram do final, mas eu achei perfeitamente condizente com tudo).