Lembram-se da época em que se ia ao cinema e se admirava comentando “Tal carro só voar!”. Pois nesta série Velozes e Furiosos que chega em forma ao sétimo capitulo isso ocorre com a maior banalidade. Não apenas carros mas peruas, pessoas, e até objetos de grande porte. E a gente não apenas aceita, mas acha muito divertido. Virou quase uma marca registrada, muito mais e além do que os antigos filmes de James Bond ou mesmo o atual Divergente, onde coisas semelhantes!
A imprensa americana inclusive acha que esta é a franquia mais bem sucedida do momento e que poderá resistir durante anos. Segundo o Hollywood Reporter não é somente a maior franquia da Universal, que começou como filme de gênero, de corrida de carros pelas ruas de Los Angeles, para ser tornar um franchise que rendeu até agora 2.3 bilhões de dólares! Mesmo tendo o infortúnio de perder justamente seu maior galã, Paul Walker (1973-novembro de 2013) quando estavam ainda em plena metade da filmagem (maior ironia ainda: morreu em desastre de automóvel, em Valencia, Califórnia que estava sendo conduzido por um amigo). A habilidade do diretor Wan é enorme (nascido na Malásia, começou com filmes de terror de sucesso como Invocação do Mal, Gritos Mortais, Sobrenatural, o primeiro e melhor Jogos Mortais e pela primeira vez um episódio desta série. Não confundir com Justin Lin, que fez o capitulo 6 e preferiu concluir o filme anterior no tempo certo e não correr para fazer outro).
Por mais que se preste a atenção é difícil perceber os momentos em que foram usados os dublês (os dois irmãos de Paul, que se parecem muito com ele, Caleb e Cody, este parece que agora resolveu também seguir carreira de ator). Fica visível em uma ou outra cena de ação, ou tomadas, que agora mostram apenas detalhes. Mas estão aqui os closes necessários para deixar aceso o romance de Brian com a mulher que esta novamente grávida (é sempre interessante lembrar que Jordana Brewster é filha de modelo brasileira!). Não atrapalha muito na perseguição final no armazém escuro e encontrou-se um jeito poético de se despedir de Paul. Não vou dizer qual é, mas ate Vin Diesel parece comovido em falar em seu irmão Brian (a cena bastante longa, é de fazer chorar marmanjão!).
Em resumo, com ou sem, quem gostou dos capítulos anteriores, vai curtir também este onde volta a se reunir novamente o grupo de amigos, a que se chamam de família! Mesmo sendo ladrões. Conforme o fim do filme anterior já anunciava, surge um vilão novo na figura do atual mais bem sucedido astro de ação, o inglês Jason Stathan. Determinado a destruir a quadrilha, que seria responsável pela morte de seu irmão Owen (Luke Evans), ele persegue a Turma de Toretto (Diesel). Quer vingança a todo custo e depois de um começo relativamente lento antes da primeira hora temos o primeiro momento espetacular, uma mega perseguição de carros, caminhões e toda uma parafernália na qual participam heróis e mocinhos (as locações básicas foram em Atlanta, Georgia, mas essa sequência nas montanhas geladas foi em Aspen Ranch e Woodland Park, no Colorado). Com uma trilha musical muito intensa, quase regendo as imagens, tem como forte o fato de todo mundo querer empurrar os inimigos desfiladeiro abaixo. Mais tarde teremos outra mais cômica em Abu Dhabi e finalmente outras pelas ruas e céus de Los Angeles.
O fato é que o novo filme funciona muito bem, em particular em momentos de bom humor (Tyrese e Ludacris), de romance (com a volta mais feminina de Michelle Rodriguez) e até mesmo de Dwayne Johnson (no começo e no fim do filme apenas). Mentira: as verdadeiras estrelas do filme, roubando mesmo a luz de Paul, são os carros moderníssimos, as perseguições, as trombadas, as destruições de fortunas! Tem tudo para estourar novamente.