Crítica sobre o filme "Verão de Minha Vida, O":

Rubens Ewald Filho
Verão de Minha Vida, O Por Rubens Ewald Filho
| Data: 27/10/2013

Um bom trailer ajuda bastante está comédia que foi convidada em Sundance, ganhou o Festival de Newport e traz a estreia na direção do ator e roteirista premiado com o Oscar por Os Descendentes (ao lado de Nat Faxon, veterano ator e professor de improviso também estreante). 

É curioso como sempre dão certo os filmes autobiográficos em que os diretores recordam sua juventude. É o caso desta comédia em que Jim Rash recorda o tempo em que era adolescente. Você talvez não conheça o nome, mas Rash é ator, quando tinha 14 anos, ele passava as férias numa praia de Massachuttes, tendo problemas como seu padrasto vivido no filme por Steve Carrell. A excelente australiana Toni Colette faz a mãe, mas sua adolescência só começou a melhorar quando conseguiu um emprego num parque aquático, onde passou a fazer amigos e descobrir os prazeres da vida. A ideia original era fazer um filme de época em 1984, mas não havia dinheiro para isso (e depois há uma resistência atual do público jovem para filmes não atuais), mas é bem relacionado e conseguiu um elenco legal onde se destacam Sam Rockwell (um bom ator que nunca se consagra, aqui faz o melhor amigo adulto do herói), Allison Janney (da série Mom) e Maya Rudolph (filha da cantora Minnie Riperton), cuja personagem foi quase todo improvisado. 

Segundo Rash a inspiração para o filme foi a cena de abertura que ele teve com o pai, semelhante com a que sucede aqui com Carell. O script foi escrito em 2007 como The Way Back, mas mudaram para não parecer outro filme homônimo (aqui Caminho da Liberdade). E virou Way Way Back, usando uma gíria antiga que designava aquele lugar nas antigas peruas que ficava no lugar das bagagens e onde vai o protagonista. Para economizar, os atores não tiveram trailers, mas ficaram todos numa mesma casa de praia que acabou virando o ponto de encontro de toda a equipe.

Apesar de momentos de farsa, não é uma chanchada, mas uma comédia até romântica, e embora se passe na atualidade tem um ar meio nostálgico, mas a coisa mais importante é não ver o trailer, porque vai esvaziar os possíveis risos do filme.