Crítica sobre o filme "Curvas da Vida":

Rubens Ewald Filho
Curvas da Vida Por Rubens Ewald Filho
| Data: 22/11/2012

Este é o primeiro filme de Clint (que está com 82 anos) sobre beisebol, e o primeiro trabalho como ator desde o sucesso de Gran Torino (2008), que ele só assumiu quando os planos de dirigir Nasce uma Estrela, com Beyoncé, deram errado porque ela engravidou.

Não é ele quem dirige, mas seu homem de confiança, Lorenz, que nos últimos anos tem sido seu assistente diretor ou produtor, ou mesmo ambos, e pela primeira vez se torna realizador.

Não que isso mude algo, já que em outras ocasiões em sua carreira ele passou o bastão para vários assistentes (eu fui verificar, e gente como Buddy VanHorn (Dirty Harry na Lista Negra), Richard Tuggle (Um Agente na Corda Bamba), Ted Post (Magnum 44) não passaram para a história nem continuaram a carreira.

A única exceção é a do então desconhecido Michael Cimino (O Último Golpe em 74). Depois ele ganharia Oscar por O Franco Atirador, faria a United abrir falência com Portal do Paraíso e eventualmente ficaria meio maluco e destruiria sua carreira! Ou seja, Lorenz não tem muita esperança de uma longa carreira.

Ainda mais com este filme lento, arrastado e com um esporte infeliz que brasileiro não entende, que é o aborrecido beisebol. Pior que isso é que nem vemos o esporte em si, mas apenas treinamento e testes, porque o filme lembra um pouco e certamente veio atrás do sucesso de Moneyball/O Homem que Mudou o Jogo com Brad Pitt.

Clint faz um veterano olheiro que viaja pelo interior procurando novos talentos em pequenos times de escola. Está tendo problemas com as vistas e é menosprezado pela nova geração. Também não se entende com a filha que é uma competente advogada e lida com um caso que pode lhe fazer sócia de uma firma, mas que prefere cuidar do pai (que ela acha que a desprezou na infância).

O roteiro, de maneira meio canhestra, aproxima pai e filha e ainda dá um jeito de fazer aparecer um pretendente para ela na figura de um ex-jogador que se machucou e agora tenta ser locutor e olheiro (o sempre simpático Justin Timberlake).

Vocês já sabem como são os filmes de Clint hoje em dia, plácidos, sem frescuras, até eventuais momentos de violência. Também dando lugar para proteger os filhos (aqui ele dá um papel para Scott Eastwood, que faz o Billy que não consegue acertar a jogada logo no começo, e que ao menos é o mais bonitinho da ninhada).

Feito às pressas (rodado em março já estreou em novembro), o filme chegou a render 36 milhões de dólares o que é muito mais do que vai acontecer no resto do mundo.