LISBELA E O PRISIONEIRO

 

Com Débora Falabella, Selton Mello, Marco Nanini, Virgínia Cavendish, Bruno Garcia, André Mattos, Lívia Falcão, Tadeu Mello

 

Diretor

Duração

Produção

Guel Arraes

107 minutos

2003, Brasil

Gênero(s)

Distribuidora

Data de Lançamento

Comédia, Romance

Fox

04/06/2004

SOM & IMAGEM
FILME
EXTRAS & MENUS
GERAL
Áudio
Legendas
Vídeo
Região

Português (DD 5.1 e DD 2.0)
Inglês, Português e Espanhol
Sinopse

Lisbela e o Prisioneiro é uma divertida comédia romântica na obra de Osman Lins e conta a história divertida do malandro, aventureiro e conquistador Leléu (Selton Mello), e da mocinha sonhadora Lisbela (Débora Falabella) que adora ver filmes americanas e sonha com os heróis do cinema.

Lisbela está noiva e de casamento marcado, quando Leléu chega à cidade. O casal se encanta e passa a viver uma história cheia de personagens tirados do cenário nordestino. Eles vão sofrer pressões da família, do meio social e também com as suas próprias dúvidas e hesitações. Mas, em uma reviravolta final, cheia de bravura e humor, eles seguem seus destinos.

Como a própria Lisbela diz, a graça não é saber o que acontece. É saber como acontece e quando acontece!

Comentários

Guel Arraes vem se destacando, já há algum tempo, como um grande diretor e “criador”. Ele começou mesmo a fazer sucesso na TV, criando alguns dos mais importantes humorísticos da história, como Armação Ilimitada, TV Pirata e A Comédia da Vida Privada, dentre vários outros produtos da TV Globo, como algumas minisséries que foram acabar no cinema, tal o seu requinte e sucesso: O Auto da Compadecida e Caramuru: O Inventor do Brasil, que foram sucesso em ambas as mídias, TV e Cinema (disponíveis em DVD). Desta vez ele fez uma produção dirigida unicamente ao cinema, numa obra baseada num conto de Osman Lins, Lisbela e o Prisioneiro. Ele já havia adaptado a obra para o teatro, sendo um sucesso absoluto.

Neste filme, cuja comparação com O Auto da Compadecida é natural, apenas por se passar no nordeste e ter, como um dos personagens principais, um ótimo trambiqueiro, ainda mais porque o ator que faz os dois papéis é o mesmo, o ótimo Selton Melo. Lembro-me que na entrevista coletiva quando do lançamento do filme no cinema, Guel admitia tal semelhança, mas não com tanta ênfase. Ele dizia que o filme tem suas semelhanças, pois o trabalho dele é “popularesco”, ou seja, busca, principalmente no Nordeste, sua origem, personagens e tramas extremamente populares e que exatamente por isso se identificam com o filme.

E nisto este filme é mestre. Há uma variedade de personagens muito interessantes e que ultrapassam até a linha do popular, alguns são até “líricos” para quem adora cinema. Absolutamente todos os atores estão exuberantes, claro que o destaque fica com Marco Nanini, o “camaleão”, desta vez num inspiradíssimo matador. Aliás, há uma interessante troca de atores nas personagens por quem fazia a peça e fez o filme. Destaque ainda para as atuações de personagensa parelelas, Tadeu Melo (se bem que no seu estilo de sempre, mas foi um dos grandes destaques da peça), Bruno Garcia (como o ótimo "exilado porém moderno de volta à terra que virou carioca de meia-tijela") e André Mattos (pai de Lisbela e delegado). Débora Fallabela está bem delicada e muito bem no seu papel, enfim, teria que elogiar a praticamente todo o elenco.

Nasce desta trama várias histórias paralelas, causando por vezes cenas extremamente engraçadas e, por outras, quase às lágrimas, para quem ainda tem um romantismo dentro de si. Muito bem amparado pela trilha sonora (na mesma coletiva, o Diretor Musical João Falcão disse que fez um trabalho extremamente integrado com Guel), a trama é atemporal, temos uma ou outra dica da época em que se passa, mas o seu simbolismo é claro: se passa em qualquer tempo, desde a atualidade até quando o Zeppelin passou pelo país... Afinal, o cinema, cuja maior homenagem está no paralelo entre a mocinha apaixonada pela sétima arte, de certa forma realizada de modo bastante diferente, porém com o mesmo "lirismo", por Woody Allen em A Rosa Púrpura do Cairo (foi apenas uma referência provável para o diretor, é um dos papéis (ops, quero dizer, cenários, mas veja e entenda a “confusão”) centrais do filme.

Uma produção impecável de Paula Lavigne (que disse na mesma coletiva que a participação do marido Caetano Veloso na trilha sonora foi casual... mas foi um dos grandes hits do ano, “Você Não Me Ensinou a Te Esquecer”, regravada, por óbvio, depois pelos cantores mais "populares" de axé, sertanejo e cia., aproveitando a carona do sucesso), com ótima fotografia de desenho de arte, bem colorida e um grande “cordel”.

Mais uma ótima produção do “novo” cinema nacional, quem vem se estabelecendo cada vez mais como sendo um dos mais interessantes, mesmo se comparado com obras nacionais do passado. Se você gosta de um filme agradável, com ótimos personagens (e atores), uma linda história de amor, de cinema e de uma boa comédia, não perca este filme. E assista sempre, pois trata-se aqui de um “pequeno Cinema Paradiso nacional" (feitas todas as ressalvas imagináveis).

Extras

- Making Of: curto (13m15s) mas bastante informativo documentário, que se inicia mostrando algumas cenas do filme e quando da escolha do elenco e da peça, interessante paralelo. Depois, Arraes os atores falam do roteiro, dos ensaios (ponto fundamental para a grande atuação dos atores), das suas personagens, com cenas do filme e de bastidores ilustrando as opiniões. Segue com a equipe técnica falando sobre a cenografia e fotografia, també, com muitas cenas de bastidores e a trilha sonora (onde são mostradas imagens de gravações e do “especial” Lisbela – O Musical).

- Trailers: são 3, do Filme, Teaser e de Chamadas para a TV (8 Spots de 30 segundos).

- Cenas Excluídas: com dois minutos, mostra 3 cenas.

- Clipes: de Caetano Veloso (“Você Não Me Ensinou a Te Esquecer” e “Lisbela”, cuja música com ele é apresentada apenas na peça, este sim uma boa curiosidade) e Os Condenados (“Para O Diabo os Conselhos de Vocês”).

- Galeria de Fotos: 12 páginas com duas fotos cada, na sua grande parte com cenas do filme.

Críticas ao DVD

Um DVD tecnicamente apenas bom, pois não se sabe o porquê sua imagem não está no formato original de cinema, em widescreen, cortando cerca de 45% da imagem concebida, adaptando as imagens para a famosa “tela cheia”. Ora, o cinema nacional merece maior respeito pelas distribuidoras. Se elas ainda tem alguma dúvida quanto à preferência do público, que ao menos coloque a imagem nos dois formatos possíveis. Neste caso não há a “desculpa” de que se trata de filme para crianças... O áudio compensa esta deficiência, apresentando os dois formatos, tanto para quem quer ter o seu DVD como um antigo VHS apenas com 2 canais, como para quem gosta (e pode) ter um equipamento com 5.1 canais bem distribuídos. O mais engraçado é que sempre houve este estigma, de que o cinema nacional não conseguia ter um bom áudio. Neste caso, isso é passado.

Os menus são bem legais, o principal é animado (e se voe tiver paciência, com algumas imagens e diálogos do filme) e muito bem realizados graficamente. Os extras, que à princípio me pareceram poucos, são bastante eficientes. Pena que a distribuidora provavelmente “caia em si” e perceba que o DVD, vendido em separado, Lisbela - O Musical, seria muito conveniente e coerente que fizesse parte destes extras.

No geral o filme vale todas as “trapalhadas” aqui comentadas no DVD. Talvez tenhamos que conviver com as eternas “edições especiais” no futuro, mas pelo que o mercado nos oferece neste momento é um dos filmes (e até DVD) mais interessantes do cinema nacional. Na minha opinião, vale a sua locação, compra etc. Até que venha uma nova edição...

Menus
Resenha publicada em 19/06/2004
Por Edinho Pasquale

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