O DIA DEPOIS DE AMANHÃ - DVD SIMPLES (The Day After Tomorrow)

 

Com Dennis Quaid, Jake Gyllenhaal, Emmy Rossum, Dash Mihok, Jay O. Sanders, Sela Ward, Austin Nichols, Arjay Smith, Tamlyn Tomita, Sasha Roiz, Ian Holm, Nassim Sharara, Carl Alacchi, Kenneth Welsh, Michael A. Samah

 

Diretor

Duração

Produção

Roland Emmerich

123 minutos

2004, EUA

Gênero(s)

Distribuidora

Data de Lançamento

Ação

Fox

29/10/2004

SOM & IMAGEM
FILME
EXTRAS & MENUS
GERAL
Áudio
Legendas
Vídeo
Região

Inglês (DD 5.1), Português (DD 5.1), Espanhol (DD 5.1)
Inglês, Português, Espanhol

Sinopse

Os fantásticos efeitos especiais desta obra do diretor de “Independence Day” transportam o público em uma viagem alucinada, que irá disparar corações como uma queda de montanha russa. O aquecimento global aciona a vinda de uma nova Era Glacial, tornados arrasam Los Angeles, um maremoto submerge Nova York e todo o Hemisfério Norte começa a congelar. O climatologista Jack Hall (Dennis Quaid), seu filho Sam (Jake Gyllenhaal) e um pequeno grupo de sobreviventes precisam enfrentar a super tempestade e manterem-se vivos para encarar um inimigo mais poderoso e implacável do que qualquer outro já enfrentado: a Mãe Natureza!

Comentários

Poderia ser um filme catástrofe como um outro qualquer. Mas tem uma diferença.

Num determinado momento, o presidente americano é obrigado a perdoar a divida externa dos mexicanos para que eles admitam o êxodo dos americanos do norte que estão fugindo da nevasca, da nova Era Glacial que se abateu sobre o mundo. E os papéis se invertem, com os americanos tentando fugir para o México. E mais tarde, o presidente (ex-vice) que por sinal é o vilão de tudo, pede perdão para esse Terceiro Mundo, porque sem a ajuda deles não haveria mais Estados Unidos.

Uma amiga minha, que mora em Miami, diz que essas cenas foram aplaudidas entusiasticamente nas salas locais (imaginem então no México). Mas elas refletem bem a mudança de ponto de vista entre o filme anterior do diretor Roland Emmerich (vamos dispensar o do meio, Godzilla, como um deslize descartável e O Patriota como um erro grave) que foi Independence Day. Vocês lembram como os americanos eram senhores do mundo, arrogantes e invencíveis. Felizmente Emmerich, como alemão, sentiu a diferença de clima (ao menos no exterior) e deu uma lição de humildade, vinda justamente do vilão que não por acaso lembra muito o atual e verdadeiro vice Cheyney.

Apesar de ter sido produzido pela Fox, que tem o mais radical telejornal americano, este filme tem uma mensagem ecológica liberal. Não faz tanta diferença se, em certos detalhes, as coisas não aconteceriam exatamente como o filme descreve. Já é que ficção científica, que estamos apenas no domínio do possível, é ridículo ficar discutindo isso. O importante é que o filme ataca frontalmente os EUA por estarem provocando o aquecimento do planeta, recusando indícios e não assinando tratados. E que são eles que pagam o pato (de forma obviamente alegórica).

Como todo disaster movie, este não brilha especialmente pela qualidade do roteiro, que está repleto de lugares comuns (o intelectual judeu tentando salvar a primeira Bíblia de Guntemberg), de situações improváveis (o rapaz mergulha na água gélida e quase morre de frio, a moça fica até a cintura e não sente nada), até absurdas (a proposta do pai vir salvar o filho em Nova York, não seria mais lógico passar as instruções para ele fugir dali?...). E outras forçadas (a mãe que se sacrifica para ficar no hospital sozinha com a criança condenada pelo câncer!).

Basta dizer que já vimos piores. Mas ainda custa ter que agüentar uma história de outro pai que despreza e abandona o filho (como se americano fosse pai latino, quando ficam adultos eles botam para fora de casa mesmo e só voltam em dia de ação de graças, nem Natal vale). Então é uma baboseira esta história do Dennis Quaid vir atrás do filho Jake Gyllenghal que se refugiou na Biblioteca Pública de Nova York junto com a namoradinha (Emmy Rossum, importante notar que é ela quem estrela o novo Phantom of the Opera). Ou seja, nenhum dos personagens é especialmente interessante (nem o excelente Ian Holm que faz o cientista que, como sempre, se sacrifica pela ciência, nem os coadjuvantes que a gente sempre sabe que vão morrer).

Em compensação os efeitos especiais estão de bom a melhor. Há uma espetacular seqüência de twister que destrói Los Angeles (começando pelo sinal de Hollywood), o que demonstra como os efeitos evoluíram nos últimos anos. São realmente impecáveis e memoráveis: um navio que passa pelas ruas de Nova York, a cidade toda ocupada pela neve (ela não é destruída, só congelada!), a visão dos astronautas em órbita. E a Estátua da Liberdade (que pela lógica teria sido destruída, sua sobrevivência é simbólica). Como o público tem um enorme fascínio por apocalipses e desastres, o filme até que é dos melhores do gênero. Pelo menos me deixou mais tranqüilo, já que no final das contas segundo ele, o Brasil passará incólume. Nada como viver neste paraíso tropical! (Rubens Ewald Filho. Leia mais críticas e artigos de REF na coluna Clássicos)

 

 

Roland Emmerich é um bom amigo alemão do cinema americano. Em O dia depois de amanhã (The day after tomorow; 2004) ele exacerba a questão cinematográfica como uma experiência de imagens e sons em que o sentido importa quase nada; o longo travelling-para-a-frente enfrentando desolados cenários gelados enquanto os créditos iniciais desfilam na tela é o anúncio do formalismo eminentemente comercial de Hollywood que norteará toda a produção.

O papo-furado de Emmerich sobre o perigo glacial, apresentando seus cientistas de opereta na linha de frente de seu elenco, é só um pretexto para que o realizador exercite, diante de um público primário, uma tensão audiovisual tantas vezes vista nos chamados filmes-desastre, desde os anos 70 ou quiçá antes (o antecessor ilustre destas películas-aviso pode ser Metrópolis, 1926, clássico do expressionismo alemão –cinema mudo—dirigido por Fritz Lang em que, segundo a ensaísta Lotte H. Eisner, “o sentimental se une ao monumental” e também onde “quase escutamos essas máquinas, assim como as sirenes das fábricas”, cumpre não esquecer que o cinema de Lang na época era mudo; mas vai uma distância muito grande entre o gênio de Lang e o artesanato de quinquilharia de Emmerich). Em O dia depois de amanhã as personagens se desestruturam e apagam visando a dar lugar a uma encenação coletiva, corpos tragados pela voragem das águas e do degelo; a trama, lançando um curioso mea culpa americano típico de uma era posterior às invasões bárbaras de onze de setembro de 2001, não tem finalidade, não são as bobagens ditas como se fosse alta reflexão que vão atrair o público, mas esta tendência das massas de se interessarem por catástrofes: que é que faz com que uma multidão se ajunte nas ruas? no cinema é a mesma coisa.

Se os árabes abalaram Nova York com os aviões suicidas em 2001, Emmerich providenciou o mundo como espetáculo para pôr abaixo a metrópole americana. E, enviesado, refaz a trajetória nazista: queima livros, inclusive um autor alemão, Friedrich Nietzsche, sob a desculpa de que é preciso fazer fogueira para enfrentar o degelo.

Talvez O dia depois de amanhã seja um bom exemplo de que o cinema, e a cultura em geral, não faz mais sentido hoje em dia. Encher os olhos de imagens e sons até que nos tornemos cegos e recomecemos de uma era de cavernas. (Eron Fagundes. Leia mais críticas do colunista em Cinemania)

Extras

- Comentário opcional em Áudio do Diretor/Co-roteirista Roland Emmerich e do Produtor Mark Gordon (sem legenda)

- Comentário opcional em Áudio do Co-roteirista Jeffrey Nachmanoff, Diretor de Fotografia Ueli Steiger, Editor David Brenner e Designer de Produção Barry Chusid (sem legenda)

- Informações Exclusivas: nada além de um rápido featurette (2 minutos) sobre Alien Vs. Predator.

Críticas ao DVD

Esta edição simples do DVD deixa muito a desejar. O filme está muito bem transferido, as imagens estão com uma ótima qualidade (as cores estão um pouco acentuadas, mas nada de importante), o áudio impecável para quem tem um Home Theater, com os canais (5.1) igualmente bem distribuído nos três idiomas. Uma ressalva: não há o áudio em DTS, conforme poderia sugerir a embalagem (apresenta o logotipo). OS extras são praticamente nulos para quem não domina o Inglês. Os (bons) comentários não estão legendados. Poderia ao menos ter um making of, assim como a edição simples de Eu, Robô. Neste caso, ficaram todos para quem for comprar a edição dupla. Se voe for comprar e apreciar o gênero “filme catástrofe”, é uma boa pedida. Gaste um pouquinho a mais e leve o segundo DVD de extras.

Menus
Resenha publicada em 17/12/2004
Por REF e Eron Fagundes (filme) e Edinho Pasquale (DVD)

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