HOMEM DO ANO, O

 

Com Murilo Benício, Claudia Abreu, Lázaro Ramos, Natália Lage, Mariana Ximenes, José Wilker

 

Diretor

Duração

Produção

José Henrique Fonseca

105 minutos

2003, Brasil

Gênero(s)

Distribuidora

Data de Lançamento

Policial, Ação

Warner

07/01/04

SOM & IMAGEM
FILME
EXTRAS & MENUS
GERAL
Áudio
Legendas
Vídeo
Região

Português (DD 2.0)
Inglês, Português, Francês e Espanhol

Sinopse

Tudo começa quando Máiquel (Murilo Benício) perde uma aposta com amigos. O acontecimento vulgar e corriqueiro vai ganhando uma surpreendente dimensão e, rapidamente, ele se torna herói de toda uma cidade. É eleito o Homem do Ano e tem agora dinheiro, fama, poder, o amor de Cleir (Claudia Abreu) e de Érica (Natália Lage). Mas, de repente, as coisas começam a sair de seu controle. Baseado no romance "O Matador" de Patricia Melo, "O Homem do Ano" inclui em seu elenco, entre outros, Jorge Dória, José Wilker, Agildo Ribeiro, Carlo Mossy, Paulo César Pereio, Lázaro Ramos, Wagner Moura e Mariana Ximenes. A Música é de Dado Villa-Lobos. Seleção oficial do Festival de Berlim 2003 e vendedor de seis prêmios internacionais, "O Homem do Ano" é um retrato vivo de nossa sociedade. Uma grande produção, com a qualidade Conspiração Filmes.

Comentários

Como seu pai, o ficcionista Rubem Fonseca, o cineasta José Henrique Fonseca demonstra, em O homem do ano (2003), a afeição por uma narrativa policial em que estão no centro da trama as mais excêntricas personagens da vida marginal brasileira da atualidade. Fonseca, o filho, foi buscar num romance da paulista Patrícia Melo, O matador (1995), o tema de seu filme, que foi roteirizado por Fonseca-pai, cuja voz chega a aparecer (a informação está nos créditos finais) numa secretária eletrônica.

O homem do ano é um filme exibicionista em sua imponência de imagem. Começa com uma panorâmica para a direita numa esquina da metrópole, à noite, breve e tenso movimento de câmara; este “estribilho visual” vai aparecer mais duas vezes ao longo do filme. Depois se vai contar meio apressada e linearmente a história de Máiquel, o homem que pintou os cabelos de loiro em face duma aposta futebolística e, assim aqui e ali empurrado pelos acontecimentos, vira matador profissional de marginais –embora seu projeto de vida fosse tornar-se um cara normal, casar, ter filhos, arrumar um bom emprego, estas coisas decentes e descomplicadas duma boa e alienada classe média.

Fonseca nunca chega a engatar a marcha adequada no carro perturbado que é seu filme. Nem Murilo Benício nem Cláudia Abreu (casada com o realizador), ambos funcionando como o nervo inicial da coluna do filme, adquirem a espontaneidade requerida por seus papéis; desde aquela seqüência em que Cláudia está pintando os cabelos de Murilo, a falta de jeito para os papéis do par se cristaliza e, assim, permanece insolúvel uma das questões básicas da proposta de Fonseca: penetrar com veracidade no mundo retratado. Se Desmundo (2003), de Alain Fresnot, coloca a bastardia como possível origem do Brasil, o que descende desta bastardia, segundo Fonseca em O homem do ano, é uma tendência criminosa da sociedade em todas as suas camadas (ou gavetas). Se Fresnot é por via de regra cinematograficamente rigoroso em seu estilo de filmar a história brasileira, Fonseca afrouxa em concessões às facilidades do público para dar um recado contemporâneo. Sem a habilidade de Fernando Meireles em Cidade de Deus (2002) ou de Hector Babenco em Carandiru (2003), Fonseca está muito longe de expor conseqüentemente em celulóide o universo marginal do país.

Para que a importância de Fonseca-filho no cinema chegue a igualar a de Fonseca-pai na literatura, longo vai ser o caminho. (Eron Fagundes)

Extras

- Patrícia Melo: texto sobre a escritora cuja obra deu origem ao filme. Uma biografia com sua bibliografia básica.

- Sobre a Produção: 7 páginas de texto com algumas informações interessantes.

- Sobre o Elenco: mais 7 páginas de texto fazendo um apanhado geral da escolha do elenco.

- O Roteiro: texto com 6 páginas elaborado por Rubem Fonseca, um dos nossos principais escritores.

- Sobre a Montagem e a Mixagem: mais 4 páginas de texto explicando o tema.

- Sobre a Trilha Sonora: idem, com 4 páginas.

- Galeria de Fotos: 5 páginas com 10 fotos de cenas e bastidores do filme. Dispensável.

- TV Spot

- Erros de Gravação: 3 cenas, em 2 minutos.

- Trailer

Críticas ao DVD

Um bom filme brasileiro, embora não seja brilhante, mas acima da média. Tecnicamente o DVD é bom, a imagem está ótima em widescreen, mantendo o formato original de cinema. O áudio, embora de boa qualidade, poderia ter a opção de 5.1 canais, principalmente pelo filme ser uma produção recente. Quem tem Home-Theater sente falta deste recurso.

Os extras seriam ótimos se não fossem, em sua grande maioria, textos. Por que o cinema nacional, em sua maioria, não consegue fazer bons documentários? Mercado há, os DVDs tem a devida tecnologia e público querendo este tipo de informação. Se fosse um filme mais antigo, até entenderia o fato destes temas tão importantes estarem apenas em textos, normalmente não lidos pelo grande público. Os menus não são animados, mas bons graficamente. Idem com relação à capa,l embora falte a indicação mais clara que está apenas em 2 canais.

Um DVD de um filme recente mereceria um cuidado maior, pois o filme é bem interessante (mesmo que você tenha, assim como eu, algumas restrições ao Benício). Mas vale dar ao menos uma espiada.

14/02/2004
Menus
Resenha publicada em 26/06/2004
Por Eron Fagundes (filme) e Edinho Pasquale (DVD)

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