Em meados dos anos 70, o jovem diretor George Lucas
já era conhecido por ter dirigido os bem-sucedidos
filmes THX 1138 (idem, 1971) e Loucuras
de Verão (American Grafitti, 1973). No entanto, Lucas estava
frustrado por ainda não ter conseguido concretizar
o seu maior sonho, que era dirigir uma aventura tipo
Flash Gordon para o cinema. Lucas escreveu toda uma
história que colocava, em um cenário
de space opera, elementos dos gêneros de filmes
e seriados que ele crescera assistindo: western,
fantasia, capa-e-espada, guerra e, obviamente, ficção
científica. O material que Lucas escrevera
era suficiente para uma série de filmes, mas
ele decidiu que o resto seria contado mais tarde,
caso a primeira aventura tivesse sucesso. O jovem
cineasta procurou vários estúdios,
que não viram chances de sucesso comercial
em sua fantasia espacial, que para ser transposta
para as telas necessitaria de efeitos especiais até então
nunca vistos. Por sorte Lucas conseguiu sensibilizar
Alan Ladd Jr., então chefe de assuntos criativos
da Fox, para o seu novo projeto.
Como
resultado, em 1977 Guerra nas Estrelas (Star
Wars, que no seu relançamento em 1979 recebeu o subtítulo
Episodio IV: A New Hope) tomou de
assalto os cinemas do mundo todo. No filme tivemos
o primeiro contato
com o maniqueísta, porém fascinante
universo criado por Lucas, que deu uma nova roupagem
ao mito do herói e que, como descobrimos nos
capítulos seguintes, tratava na sua essência
do longo caminho de um homem rumo à redenção,
e à reconciliação com seu filho.
Neste Episódio IV: Uma Nova Esperança,
ficamos sabendo que a secular e democrática
República, protegida pelos lendários
Cavaleiros Jedi (uma casta de guerreiros que utilizava
o poder místico conhecido como A Força),
foi derrubada pela ascensão ao poder de um
déspota, que declarara-se Imperador. Após
o extermínio dos Jedis, o temível Lorde
Negro de Sith, Darth Vader (David Prowse, com voz
de James Earl Jones), comanda a esquadra Imperial
na caça aos rebeldes que tentam, com escassos
recursos, enfrentar o Império e restaurar
a República. É neste cenário
que o jovem fazendeiro Luke Skywalker (Mark Hamill),
o mercenário Han Solo (Harrison Ford), a Princesa
Leia Organa (Carrie Fischer) e o velho Jedi Obi-Wan
Kenobi (Sir Alec Guiness) tornam-se os personagens
decisivos que levarão as Forças Rebeldes à sua
primeira grande vitória contra os opressores
- a destruição da gigantesca estação
espacial Estrela da Morte, a mais poderosa arma do
Império, capaz de destruir um planeta inteiro.
Além de ser um estrondoso sucesso de bilheteria
(até o final de 1979, já rendera US$
546 milhões nas bilheterias mundiais), Guerra
nas Estrelas foi indicado para 10 prêmios Oscar® no
ano seguinte, tendo conquistado sete estatuetas nas
categorias técnicas. O resultado mais óbvio
do sucesso gigantesco de público e crítica
do filme foi o de popularizar definitivamente o gênero
ficção científica, que até então
era sinônimo de obras cerebrais, à la
2001:
Uma Odisséia no Espaço (2001:
A Space Odissey, 1968), ou na pior das hipóteses
de produções baratas e apelativas,
abrindo caminho para uma série de filmes memoráveis
que chegariam nos anos seguintes, como Alien,
O Oitavo Passageiro, Jornada nas
Estrelas - O Filme, Blade
Runner e E. T. - O Extraterreste. Mas o impacto causado
por Guerra nas Estrelas na indústria cinematográfica
norte-americana foi bem maior do que gerar continuações,
imitações ou iniciar uma nova onda
de Sci-Fi/fantasia no cinema. Por ter sua estréia
adiada de dezembro de 1976 para maio de 1977, o filme
marcou o início, nos EUA, dos lançamentos
dos filmes da temporada de verão já no
mês de maio (até então estes
lançamentos iniciavam em meados de junho).
Também, foi graças a Guerra
nas Estrelas que as grandes trilhas sinfônicas voltaram
a ser ouvidas nos filmes. A clássica trilha
de John Williams, interpretada pelos 110 músicos
da prestigiada Orquestra Sinfônica de Londres,
foi a primeira a ser gravada em som Dolby Stereo,
uma grande inovação técnica à época.
O álbum duplo tornou-se a trilha sonora orquestral
de maior sucesso até então, com mais
de quatro milhões de cópias vendidas.
Além disso, a música do filme também
foi adaptada para o estilo disco pelo arranjador
e produtor Meco Monardo, em uma gravação
que também quebrou recordes de vendas. Finalmente,
a criação de Lucas foi a primeira a
utilizar o merchandising de forma maciça,
não limitando os lucros do filme somente à renda
nas bilheterias, mas estendendo-os também à venda
de uma infinidade de itens por ele inspirados: bonecos,
kits de naves espaciais, revistas em quadrinhos,
canecas, roupas, discos, etc.
Sem
imaginar o sucesso estrondoso que teria o filme,
a Fox cedeu ao esperto
Lucas os direitos de exploração comercial
dos personagens e demais elementos do filme. A firma
licenciada, Kerner Toys, faturou mais de um bilhão
de dólares anuais, pelos sete anos seguintes,
em brinquedos que reproduziam os personagens principais,
bem como os andróides R2-D2, C3-P0, o peludo
Chewbacca, os caças rebeldes e imperiais e
a nave Millenium Falcon de Han Solo. Graças
a isso Lucas conquistou sua autonomia financeira,
podendo financiar com recursos próprios os
próximos filmes de sua produtora, a Lucasfilm.
O
capítulo seguinte, Episódio V: O
Império Contra-Ataca (Episode V: The Empire
Strikes Back), desta vez dirigido por Irvin Kersher,
chegou em 1980 e, apesar de não ter tido a
mesma repercussão do filme original (na verdade
foi o filme da trilogia que, em valores acumulados,
menos rendeu nas bilheterias), surpreendeu por ser
a ele muito superior. A trama é sombria, e
mostra já no início os rebeldes sofrendo
uma terrível derrota - a descoberta e a destruição
de sua base no planeta gelado Hoth. A partir daí Han,
Leia, Chewbacca (Peter Mayhew) e os andróides
C3-P0 (Anthony Daniels) e R2-D2 (Kenny Baker) são
perseguidos de perto por Vader, até chegarem
a um refúgio aparentemente seguro na Cidade
das Nuvens, comandada por Lando Calrissian (Billy
Dee Williams). No planeta Dagobah, Luke encontra
o pequeno e verde Mestre Yoda (voz de Frank Oz),
que começa a treiná-lo para tornar-se
um Cavaleiro Jedi. Luke desta vez ficará cara
a cara com Vader, e o duelo de sabres de luz entre
os dois, travado na Cidade das Nuvens e que culmina
com a revelação de que o vilão é o
pai do rapaz, é um momento antológico
do Cinema. O final em aberto deixou as platéias
desconcertadas, ante a perspectiva de uma espera
de três longos anos para a conclusão
da saga.
Já o aguardadíssimo Episódio
VI: O Retorno de Jedi (Episode VI: The Return of
Jedi), que encerrou a trilogia original em 1983 sob
a direção de Richard Marquand, acabou
sendo o capítulo mais fraco. É um filme
que parece dar uma certa razão àqueles
que acusam Lucas de ter infantilizado o cinema, já que
as poderosas tropas Imperiais acabam sendo derrotadas
graças aos Ewoks, criaturas peludas que não
passam de ursinhos de pelúcia armados com
lanças. Além deles há montes
de alienígenas e criaturas engraçadinhas,
todos feitos sob medida para serem posteriormente
comercializados na forma de brinquedos. Mas para
compensar, o filme tem uma batalha espacial em grande
escala, o confronto final entre o Imperador (Ian
McDiarmid), Vader e Luke é memorável,
e o destino de cada personagem é razoavelmente
bem resolvido.
Bem,
os anos passaram e Lucas aparentemente esquecera Guerra nas Estrelas definitivamente,
e partira rumo a novos projetos. Além de produzir
a trilogia Indiana Jones e vários outros filmes,
Lucas criou o padrão THX de excelência
em som e imagem, tanto para o cinema como para o
mercado de home video. Através da subsidiária
da Lucasfilm, a Lucasarts, foram lançados
games baseados nos seus sucessos cinematográficos.
Já a Industrial Light and Magic (ILM), que
Lucas criara para realizar os efeitos especiais do
primeiro filme, passou a ser a empresa top no setor.
E foi graças aos avanços obtidos por
ela em filmes como O Exterminador do Futuro
2 e Jurassic
Park, que contaram com efeitos de computação
gráfica revolucionários para a época,
que Lucas decidiu que era hora de retornar ao universo
de Guerra nas Estrelas. Muitos devem se lembrar que,
em 1981, Steven Spielberg lançou nos cinemas
uma edição especial de seu Contatos
Imediatos do Terceiro Grau (Close Encounters
of The Third Kind, outro clássico moderno Sci-Fi,
que em 1977 disputou as bilheterias com Guerra
nas Estrelas), na qual foram suprimidas
determinadas cenas e acrescentadas outras, incluindo
toda uma
nova seqüência com efeitos especiais no
final do filme (aquela com Richard Dreyfuss no interior
da nave-mãe). Spielberg alegara que esta versão
havia ficado mais próxima à que originalmente
pretendia produzir.
Do
mesmo modo, em meados dos anos 90, Lucas declarou
que sua visão criativa
do primeiro Guerra nas Estrelas sofrera, à época
de sua produção, limitações
orçamentárias e outras decorrentes
da falta de tecnologia para retratar as cenas como
ele as imaginara. Com efeito, é visível
a evolução dos efeitos especiais já de
Guerra nas Estrelas para O
Império Contra-Ataca.
Assim, após Lucas ter decidido retornar ao
universo de Star Wars (como a franquia foi rebatizada
mundialmente) com uma nova trilogia, a Lucasfilm
começou a restaurar os três filmes originais,
adicionando novas cenas e aperfeiçoando, com
o uso do computador, várias seqüências
de efeitos visuais. Estas Edições Especiais
dos três filmes foram lançadas nos cinemas
em 1997, após terem sido investidos US$ 11
milhões no processo de restauração
de som e imagem, o que muitas vezes significou retornar
aos elementos e cenas originais para fazer uma nova
montagem. O mais notável, contudo, foi a decisão
de Lucas em incluir algumas novas cenas, que à época
haviam ficado incompletas, ou que haviam sido eliminadas
na sala de montagem, ou ainda que foram feitas especialmente
para essa Edição Especial.
A
cirurgia mais profunda ocorreu no filme de 1977:
o primeiro
passo foi a restauração completa dos
negativos originais, e a digitalização
da trilha sonora. Em seguida, cenas filmadas em 1976
e que foram cortadas da edição final
foram reinseridas. É o caso do encontro de
Han Solo com o vilão Jabba The Hutt, em Mos
Eisley. Jabba, que fomos conhecer somente em O Retorno
de Jedi como um monstro grande e viscoso, à época
foi interpretado por um ator gordo. Na Edição
Especial, foi substituído por uma imagem criada
em computação gráfica, que reproduzia
sua aparência alienígena. Outra cena
de 1976 resgatada foi a do encontro de Luke Skywalker,
um pouco antes do ataque à Estrela da Morte,
com seu amigo de Tatooine Biggs Darklighter, que
tornara-se um piloto rebelde. Adicionalmente, cenas
originais foram substituídas ou alteradas.
O Espaçoporto de Mos Eisley, que originalmente
parecia uma vila suja com algumas ruelas, passou
a ser uma cidade fervilhante de alienígenas,
com o céu tomado por naves que chegam e partem.
Em suas ruas, foram adicionados alienígenas
e criaturas semelhantes a dinossauros, todos criados
em computador. Também as montarias das Tropas
Imperiais que desembarcam em Tatooine, que na versão
original eram bonecos estáticos em tamanho
natural, foram refeitas em computador. O confronto
de Han Solo com o caçador de recompensas Greedo,
na cantina, sofreu uma alteração muito
criticada: na versão original Han disparava
primeiro, já na versão de 1997 Lucas
alterou a cena, fazendo Greedo atirar primeiro e
Han logo em seguida, matando-o em legítima
defesa. O resultado ficou, para dizer o mínimo,
artificial. Também houve mudanças na
batalha final. Vemos uma esquadrilha rebelde mais
numerosa partir do planeta Yavin e aproximar-se da
Estrela da Morte (as naves adicionais também
foram criadas em computador). Um dos caças
passa tão próximo à câmera
que percebemos o piloto mover-se no cockpit. Algumas
tomadas dos combates espaciais foram refeitas em
CGI, para tornar as naves mais ágeis e detalhar
mais os cenários da Estrela da Morte. Já os
outros dois filmes também tiveram alterações,
porém em nível reduzido. Por exemplo,
em O Império Contra-Ataca, a seqüência
em que Luke é atacado na caverna de gelo passou
a mostrar mais detalhes do monstro Wampa, e a chegada
do Millenium Falcon à Cidade das Nuvens foi
totalmente refeita em computador. Também vemos
a chegada de Darth Vader, ao seu Super Destróier,
no transporte Imperial que originalmente aparecia
somente em O Retorno de Jedi. Houve outras mudanças,
mas elas residiram principalmente na inclusão
de detalhes nos cenários da Cidade das Nuvens
e na eliminação dos recortes de sobreposição
de elementos, nas cenas de efeitos especiais.
Em
O Retorno de Jedi, destacam-se o novo número
musical no covil de Jabba, que ganhou uma nova canção
e músicos alienígenas feitos em CGI,
e a inclusão de novas cenas ao final, mostrando
a celebração da derrota do Império
nos planetas Coruscant e Tatooine. Nestas cenas,
John Williams substituiu sua música original
por outra composição sua. Todas essas
alterações geraram polêmicas
e muitos torceram o nariz diante das inovações,
considerando que a defesa de Lucas ao direito de
alterar a sua obra nada mais era do que um mero artifício
para faturar ainda mais com os filmes. Esse pessoal
deve estar, agora, ainda mais descontente com a decisão
de Lucas lançar em DVD - finalmente - apenas
as versões da Edição Especial
de 1997, e adivinhe - com mais alterações!
Como já ocorrera em 1997, Uma Nova
Esperança foi o episódio que teve maiores alterações,
muitas tão sutis que serão percebidas
apenas pelos fãs mais atentos. Entre elas
está, novamente, a cena em que Greedo é alvejado
por Han Solo: nesta versão em DVD Solo atira
quase simultaneamente a Greedo, o que deixou a seqüência
um pouco mais convincente.
Em
O Império Contra-Ataca,
a voz original de Bobba Fett foi substituída
pela de Temuera Morrison, que interpretou Jango Fett
no recente Ataque dos Clones, e foi eliminado o grito
de Luke quando ele salta no poço da Cidade
das Nuvens para fugir de Vader. Em O Retorno
de Jedi,
durante as cenas finais de celebração,
foram incluídas tomadas da Cidade das Nuvens
e do planeta Naboo e, nas de Coruscant, foram acrescentados
ao fundo os prédios do Senado e do Templo
Jedi vistos em A Ameaça Fantasma e Ataque
dos Clones.
Contudo,
há alterações
que não são tão sutis, e pelo
menos uma vem causando até indignação.
Confira as imagens abaixo, comparando as cenas das
novas versões em DVD (à direita), com
as das versões de 1997 (à esquerda):

Episódio IV: a animação da
chegada de Luke, Kenobi e os andróides a Mos
Eisley foi refeita

Episódio IV: Jabba foi substituído
pelo mesmo modelo CGI utilizado em A Ameaça
Fantasma,
mais detalhado e menos caricato

Episódios IV, V e VI: o visual dos
sabres de luz foi atualizado,
para combinar com
os que vemos
na nova trilogia

Episódio V: o Imperador agora é interpretado
por Ian McDiarmid, usando a mesma maquiagem de
O
Retorno de Jedi

Episódio VI: os recortes nas cenas
de efeitos, como no confronto de Luke
com o monstro
Rancor, foram
eliminados

Episódio VI: as sobrancelhas do ator
Sebastian Shaw (Anakin Skywalker) foram eliminadas

Episódio VI: o ator Sebastian Shaw foi substituído
por Hayden Christensen, o Anakin da nova trilogia
|
Além do que há no disco bônus,
cada filme pode ser assistido com comentários
de áudio de George Lucas, do diretor Irvin
Kershner (em O Império Contra-Ataca), da atriz
Carrie Fisher, do engenheiro de som Ben Burtt e do
supervisor de efeitos visuais Dennis Muren. É uma
pena que Harrison Ford e Mark Hamill também
não estivessem lá para dar seus depoimentos
durante o filme. Mesmo assim, os comentários
merecem ser ouvidos, e estão todos legendados
em português. De especial interesse são
as razões que Lucas apresenta para as polêmicas
alterações nos filmes. Já o
DVD bônus contém mais de quatro horas
de material extra, com legendas em português,
e acredite - há muito o que ver. Então
vamos lá:
-
Império
de Sonhos: A História da Trilogia
Star Wars - Indiscutivelmente o melhor extra
do disco, este documentário dirigido por Kevin
Burns (o mesmo do ótimo The Fantasy Worlds
of Irwin Allen) tem 151 min. de duração,
12 capítulos e é apresentado em wide
16x9, com som DD 2.0. Já exibido no Brasil
pelo canal pago A&E Mundo, o documentário
inclui um vasto material reunido por Burns: novas
entrevistas
com os principais membros do elenco, Lucas e equipe
técnica, desenhos de produção
e fotos, várias cenas inéditas de bastidores,
testes de elenco (ficamos sabendo que, entre outros,
Kurt Russell fez teste para o papel de Han Solo,
e William Katt, de Carrie, A Estranha,
era candidato para o de Luke), etc. A primeira hora é dedicada
unicamente ao filme original - o período histórico,
os esforços de Lucas para que ele fosse produzido,
a pré-produção, as filmagens
e a estréia mundial em 1977. É possível
até ver a abertura original do filme, sem
o subtítulo Episódio IV: Uma
Nova Esperança.
O restante do tempo é dividido entre O
Império
Contra-Ataca e O Retorno de Jedi. Às
vezes há uma clara "puxação
de saco" de Lucas, retratado como uma espécie
de Jedi que resgatou o cinema norte-americano do
lado negro da Força. Por outro lado há uma
inesperada crítica, como quando membros do
elenco, de forma sutil, confirmam o que todos já sabem
- Lucas não é bom diretor de atores;
já em outro momento, Lucas confessa que acabou
se tornando o que não queria: o dono de mais
uma poderosa corporação do cinema.
Mas acima de tudo o documentário nos permite
ter uma idéia clara do fenômeno que
foi a trilogia original, com seu enorme impacto na
indústria cinematográfica e na própria
sociedade;
-
Os Personagens de Star Wars - Featurette
de 19 min., apresentado em wide 16x9 e áudio
em inglês
DD 2.0, que tem seu foco na criação
e no desenvolvimento de cada personagem principal
da trilogia;
-
O Nascimento do Sabre de Luz - Featurette
de 16 min., em wide 16x9 e som em inglês
DD 2.0, que tem por tema a elegante e letal arma
Jedi. Inclui
raras cenas de ensaios de luta, o depoimento do engenheiro
de som Ben Burtt (que criou o som característico
dos sabres, além dos outros efeitos sonoros
da saga), entre outras curiosidades;
-
A Força está com Eles: O Legado de
Star Wars - Featurette de 13 min., em wide
16x9, som DD 2.0 em inglês, onde diretores
como Peter Jackson, James Cameron, Steven Spielberg,
Roland
Emmerich e Ridley Scott falam sobre a influência
que a trilogia teve em suas vidas e nas suas carreiras
de cineastas;
-
Prévia
do Episódio III (O Retorno
de Darth Vader) - Neste preview de A
Vingança
de Sith com 9 min., em wide 16x9 e áudio DD
2.0, técnicos falam sobre a construção
do novo capacete de Vader, enquanto os atores Ewan
McGregor e Hayden Christensen (este de cabelos compridos
e com roupas escuras) aparecem em treinos para seu
grande duelo de sabres de luz. Ao final, vemos Christensen
já vestindo o traje completo de Vader;
-
Episódio
III: Making of do Game - Featurette de 6 min., em
wide 16x9 e áudio em inglês
DD 2.0, sobre a produção do jogo baseado
no próximo filme de Star Wars;
Além dos documentários, os extras
incluem vários e pouco vistos trailers de
cinema (10) e spots de TV (11) de cada filme, com
boa qualidade (todos em wide 16x9), galerias de fotos
e posters, trailer do videogame, demo jogável
da versão do game Star Wars Battlefront para
o console Xbox, Easter egg (erros de gravação
dos filmes, se você encontrou os de A
Ameaça
Fantasma e Ataque dos Clones não terá dificuldades
para encontrar este também), e links para
DVD-ROM que lhe dão acesso a um site exclusivo
contendo cenas adicionais dos filmes e o trailer
do Episódio III.
|
Desde que surgiu o DVD, o lançamento da trilogia
original de Star Wars vinha sendo esperado ansiosamente
pelos fãs da criação de George
Lucas. O sucesso da trilogia Indiana Jones, lançada
em 2003, foi o sinal verde que Lucas esperava para
finalmente liberar os primeiros episódios
de sua saga espacial no formato digital. Além
disso este lançamento prepara o terreno para
a chegada aos cinemas, em 2005, da conclusão
da saga: Star Wars Episódio III: A Vingança
de Sith. Nos moldes de Indiana Jones, os filmes chegam
em um box-set de quatro discos, um deles apenas com
extras que contentarão ao fã mais devoto
dos Cavaleiros Jedi.
Aos
filmes, foi dado o mesmo tratamento dispensado à trilogia Indiana
Jones:
o pessoal da THX e Lowry Digital criaram novas masters
de alta definição diretamente dos negativos
originais, e posteriormente cada quadro de filme
foi restaurado digitalmente, com a eliminação
de manchas de poeira, riscos e excesso de granulação.
A transferência para DVD resultante é de
cair o queixo, com imagem limpa e sem qualquer traço
de compressão de vídeo. Ou seja, temos
aqui a melhor apresentação destes filmes
já vista, com imagem perfeita, cristalina
e em seu formato original widescreen 2.35:1. A qualidade é tanta
que detalhes antes despercebidos agora são
facilmente notados, dando até a impressão
de que certas cenas foram alteradas digitalmente,
quando na realidade estamos apenas assistindo aos
filmes com a máxima qualidade que a tecnologia
de hoje permite. As nuances e intensidade das cores,
o contraste e a nitidez da imagem são excepcionais
para filmes dessa idade.
O áudio original
em inglês foi remixado para Dolby Digital 5.1
Surround EX, sistema que adiciona um terceiro canal
surround ao home theater. Como ainda não possuo
tal equipamento não pude avaliar este aspecto
em particular, mas de resto esta faixa de áudio
em inglês, a exemplo da imagem, é igualmente
impressionante. Os diálogos são claros
durante todo o tempo, o subwoofer é constantemente
acionado durante as cenas de ação e
os efeitos surround, mesmo em momentos mais calmos,
dão ao espectador uma perfeita ambientação
espacial. É um raro prazer poder, finalmente,
ouvir às clássicas trilhas de John
Williams para estes filmes com qualidade digital
multicanal. Infelizmente, há um porém:
no Episódio IV, em alguns momentos da nova
mixagem de áudio a trilha musical teve o nível
de volume reduzido. O caso mais grave ocorre no início
do ataque dos caças rebeldes à Estrela
da Morte: a fanfarra que interpreta o tema da Força
ficou praticamente inaudível, soterrada pelos
efeitos sonoros. Também há faixas de áudio
DD 2.0 Surround em português e espanhol, e
legendas em português, inglês e espanhol.
De
resto, temos menus animados que são um
show à parte e que, do mesmo modo que nos
DVDs de A Ameaça Fantasma e Ataque
dos Clones,
mudam de tema a cada vez que você inicializa
o DVD. Concluindo, Star Wars certamente continuará em
evidência nos próximos anos. Após
o lançamento do capítulo final da nova
trilogia em 2005, e de seu lançamento em DVD,
espere novos box-sets contendo todos os seis filmes
da saga, e em 2007, quando o filme original completar
30 anos, um novo pacote dos filmes em alta definição,
que talvez inclua até mesmo as versões
originais, inalteradas. E Lucas nega, mas é bem
possível que ele produza uma última
trilogia, narrando os fatos ocorridos após
a queda do Império em O Retorno de
Jedi. De
qualquer modo a Força continuará conosco
e, principalmente, com Lucas e sua conta bancária
cada vez mais gorda.
|