ELEFANTE (Elephant)

 

Com Alex Frost, Eric Deulen, John Robinson, Elias McConnell, Jordan Taylor, Carrie Finklea, Nicole George, Brittany Mountain, Alicia Miles, Kristen Hicks, Bennie Dixon

 

Diretor

Duração

Produção

Gus Van Sant

81 minutos

2003, EUA

Gênero(s)

Distribuidora

Data de Lançamento

Drama, Ação, Aventura

Warner

24/11/2004

SOM & IMAGEM
FILME
EXTRAS & MENUS
GERAL
Áudio
Legendas
Vídeo
Região

Inglês (DD 5.1), Português (DD 2.0), Espanhol (DD 2.0)
Inglês, Português, Espanhol

Sinopse

Ganhador dos prêmios Palma de Ouro e Melhor Diretor no Festival de Cannes de 2003, o drama realista de Gus Van Sant (Gênio Indomável) Elefante nos leva para dentro de uma escola secundarista Americana em um dia comum, que rapidamente se torna trágico. A história se desdobra, cheia de tarefas em classe, futebol, fofocas e socialização. Observa as idas e vindas de seus personagens a uma distância segura, nos permitindo vê-los como eles são. Com cada estudante vemos a escola através de uma experiência diferente, uma nova lente. Estas experiências mudam de amigáveis e inocentes a traumáticas e muito perturbadoras. Elefante demonstra que a vida nas escolas é uma complexa paisagem onde a vitalidade e a beleza de vidas jovens pode mudar da luz para a escuridão com velocidade surreal. É um dia comum em uma escola secundarista. Com exceção de que não é.

Comentários

De onde vem a morbidez que emana, meio subterraneamente, das imagens de Elefante (Elephant; 2003)? Toda a narrativa do filme (à exceção do final) se debruça sobre o cotidiano, geralmente o cotidiano escolar, de alguns alunos dum colégio norte-americano de interior; não há nenhuma cena que justifique este incômodo sentimento de estranheza e dor que o espectador capta aqui e ali, tem-se às vezes a impressão de que as coisas não avançam, de que nada ocorre do ponto de vista dramático, assim como naqueles clássicos do italiano Michelangelo Antonioni. De onde vem, pois, esta coisa indefinivelmente incômoda que nos assalta desde o início em cada fotograma? Quem conhece o estilo de filmar do realizador Gus Van Sant sabe de onde vem isto. Em Elefante Van Sant atinge talvez seu ponto cinematográfico mais impressionante. Depois das indecisões comerciais e artísticas de Encontrando Forrester (2000), com um Sean Connery em estado de graça, o cineasta abre inteiramente sua estética em Elefante.

A atmosfera doentia e perversa de Elefante vem da peculiar utilização da imagem, um jeito de enquadrar o cenário, uma coloração especial da fotografia, aqui o excesso de luz esbranquiça uma passagem de cena sem cortes, ali um tom visual mais forte parece agredir a visão, uma montagem de ruídos e silêncios inquietante. A câmara de Van Sant está sempre em movimento em Elefante e isto pode tornar enervante seus planos-seqüência tão próximos do vazio formal, um vazio formal menos barulhento e mais secreto que aquele de Quentin Tarantino em Kill Bill, volume 1 (2003). Como em O anjo exterminador (1962), de Luis Buñuel, e em Elisa, vida minha (1977), de Carlos Saura, Van Sant recoloca na montagem, em situações e angulações diferentes, cenas já vistas em momento narrativo anterior; é um hábil jogo do tempo cinematográfico que confere a Elefante acréscimos de beleza e inteligência fílmicas.

Extremamente curto para os padrões dos filmes de hoje (oitenta e um minutos) e contando com um fecho abrupto de que as narrativas atuais, muito abotoadas, dasabituaram o observador, Elefante é um dos poucos destaques cinematográficos que apareceram em Porto Alegre neste primeiro semestre de 2004. (Eron Fagundes. Leia mais críticas do colunista em Cinemania)

 

 

Irrita muito essa moda de colocarem títulos nos filmes, que não são explicados nem nos letreiros, nem no contexto. Se não fosse assinado por Gus Van Sant (My Own Private Idaho, Gênio Indomável, Psicose - a refilmagem, Drugstore Cowboy) este filme seria pichado em praça pública e jamais aceito num festival.

Mas esta produção original da HBO acabou misteriosamente ganhando a Palma de Ouro do Festival de Cannes, justamente no ano em que concorriam Invasões Bárbaras, e mesmo Sobre Meninos e Lobos. O filme mesmo premiado chegou a estrear nos EUA em outubro de 2003 e não passou de um milhão e trezentos mil de renda.

A injustiça do prêmio fica ainda mais flagrante agora que já passou o choque dos atentados juvenis em escolas americanas e já vimos Tiros em Columbine.

Não consigo levar a sério Gus Van Sant, para mim um vigarista tão grande quanto David Lynch e com muito menos talento. Ou seja, um enganador. Seu filme tem longas caminhadas e o anterior, Gerry é apenas isso, uma longa caminhada pelo deserto sem explicações (poderiam ser para lembrar um vídeogame mas, na verdade, deve ter sido para esticar a metragem) ao contar, por pontos de vistas diferentes, pessoas que se cruzam, quando dois alunos de uma high school de Portland, resolvem comprar armas e matar os colegas. É um tema previsível e por demais explorado (e muito melhor tratado até no telefilme Bang Bang, Você Morreu, que saiu em DVD). Também importante demais para ser tratado assim com leviandade. Van Sant, que é gay assumido, chega ao cúmulo de insinuar que os dois matadores são influenciados pelo nazismo e transam no chuveiro antes de irem matar (porque são virgens!). Seria muito forte se fosse o oposto, pessoas comuns que chegam ao crime. O filme vai apresentando os personagens se cruzando, a partir de um dos garotos (todos são amadores, improvisaram suas cenas e usam seus nomes reais), que tem problemas com o pai alcoólatra (o único conhecido do elenco, Timothy Bottoms, de A Última Sessão de Cinema, que é sósia do presidente Bush e deve ter sido escolhido por isso). São tipos comuns (uma garota que tem medo de tirar a roupa na ginástica, outro que tem o hobby de fotografar, um casal de namoradas, três adolescentes sem nada na cabeça, etc e tal). Mas tudo é muito mal narrado, cheio de furos (não há segurança na escola, não chega a polícia, em vez de fugir pela janela vão se esconder na geladeira, e assim por diante) e com mínimo de impacto (mal se vê a morte de alguns dos protagonistas).

Acho o filme estúpido da maneira que brinca com assuntos importantes. Diane Keaton assina como produtora. Ah, chama-se Elefante em homenagem a uma série de tevê inglesa do mesmo nome (BBC, 1989) de Alan Clarke, sobre a violência na Irlanda do Norte. O titulo se inspira na frase, Tão fácil como ignorar um elefante que está na nossa sala de jantar. A Palma de Ouro para ele só demonstra como o Festival de Cannes perdeu seu rumo nos últimos anos. (Rubens Ewald Filho. Leia mais críticas e artigos de REF na coluna Clássicos)

Extras

- No Set do Filme: cenas de bastidores das filmagens na escola com umou outro depoimento. Não é um making of, não trás nenhuma informação importante ou interessante nos seus 12 minutos.

Críticas ao DVD

Um filme que causou certa polêmica, pois é do tipo ame ou odeie. De uma coisa podemos ter certeza: o DVD é bem fraquinho. Em que pese a boa qualidade da imagem em wide, o áudio em inglês em 5.1 canas em português, os demais itens são bem aquém do desejado. Menus pobres, apenas um mísero e fraco extra, enfim, o típico DVD que será ótimo para o público “cabeça” e péssimo para o grande público, avesso ao cinema quase que experimental e intelectualóide de Van Saint.

Menus
Resenha publicada em 09/12/2004
Por REF e Eron Fagundes (filme) e Edinho Pasquale (DVD)

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