EDITORIAL 28

Atualizado conforme o bom humor do Editor-chefe
14 de abril de 2003

No nirvana da ilegalidade: Bulletproof Monk

Como fã do ator chinês Chow Yun Fat e intelectual cibernético (termo chique para viciado em internet), não pude deixar de baixar o novo filme do cara mais ‘cool’ do cinema de ação, agora com residência em Hollywood e seus galpões do mundo do faz-de-conta. Há horas estava de olho nas notícias da produção que está sendo preparada pela mídia como um bilhete premiado. Depois do megasucesso de O Tigre e o Dragão (2000), YUN FAT tomou partido à reclusão para aprender melhor o idioma que predomina as grandes salas dos produtores da 7ª Arte.

Com a data de lançamento às mãos, graças ao melhor site de cinema que existe, o Imdb.com, para o dia 16 de abril (nos EUA), corri atrás de algum trailer ou teaser em alguma CPU compartilhada no programa KAZAA quando me deparei com o filme todo disponível! É óbvio que baixei por completo, mesmo sabendo que esta cópia poderia ter sido conseguida de dentro de um cinema com uma câmera escondida e em alguma sessão promocional, já que o filme ainda não teve – ao tempo deste artigo – uma premierè mundial.

O filme foi dividido em dois arquivos com extensão .AVI, e depois de baixado, passei para .MPG para assistir em meu DVD Player que reproduz discos VCD. Com o pequeno incômodo de tê-lo por completo em 2 discos (cada arquivo ficou com quase 500 Mb e 45 minutos) e com um saco de pipocas de microondas, fui finalmente assisti-lo. A imagem estava bem ruim, bastante ‘quadriculada’ nas cenas de ação, com legendas em chinês, devido o som original em inglês, que mesmo depois das minhas experiências lingüísticas num curso em Brighton (Inglaterra), estava muito difícil de compreendê-lo, o que veio comprovar minhas suspeitas: a cópia foi filmada em algum cinema de Hong Kong. E isto fica óbvio nas gargalhadas do pessoal que foi à sessão. Mas tive a sorte de que a câmera portátil estar escorada ou em algum tripé, porque raramente balançava.

Bem, quanto à produção mesmo, me decepcionei. Pela sinopse do filme e seu trailer (disponíveis no site oficial, www.bulletproofmonk.com), as minhas expectativas eram grandes. Há referências claras ao efeito ‘bullet’ de MATRIX (das balas voando em câmera lenta) e a cena do combate final parece mais a dos magos de O Senhor dos Anéis – A Sociedade do Anel. Das poucas cenas de pancadaria (parece que todo bandido ou mocinho sabia lutar artes marciais), a inspiração das produções ‘made in Hong Kong’ passou longe. E isto pode ser comprovado que as tiradas cômicas do filme são as melhores partes dele e muito timidamente uma cena do estilo que consagrou YUN FAT com o diretor JOHN WOO: 2 armas em punho em movimentos malabarísticos!

De resto, a estranha participação do ator Seann William SCOTT como parceiro de YUN FAT, e que está em 9 de 10 comédias bobas e românticas e a minha decepção no todo, tanto na produção como na experiência de ter assistido a uma cópia um tanto ilegal (e ruim).

Não cometi qualquer crime em ter assistido a Bulletproof Monk (tradução literal, O Monge à Prova de Balas) no conforto da minha casa. Talvez caso eu quisesse locar ou vender por aí os CDs, como se tem visto em centenas de sites brasileiros e anúncios de jornais, estaria infringindo os direitos autorais exclusivos pagos por ela por uma empresa distribuidora no país. A única coisa que valeu a pena foi ter saciado a minha vontade de ver YUN FAT atuando novamente, mas que acabou me frustando porque ele merecia oportunidades melhores. Vamos torcer que a primeira reunião da dupla YUN FAT/JOHN WOO depois de Hollywood em Land of Destiny seja de fato o grande sucesso do astro de filmes de ação e que por muito pouco não acabou nas continuações de MATRIX.

Ps. É claro que não vou deixar passar a pergunta mais óbvia que fica na consciência: será que irei assistir novamente nos cinemas, mesmo sabendo que é fraco? Se não fosse, seria menos um bilhete comprado, menos tributos pagos, menos empregos nos cinemas e uma avalanche de questões defendidas pelos estúdios e distribuidoras responsáveis pela exibição. Mas também sei que a ‘gente’ tem que se virar para evitar gastos desnecessários, apertando o ‘cinto’ e cortando os supérfluos. Tenham a certeza que voltarei aos cinemas para assistir Bulletproof Monk, mas tenho que admitir que já não será numa estréia – como seria – e será numa sessão mais econômica (durante a semana) ou promocional.

Por Marcelo Hugo da Rocha


Editoriais anteriores

VCD/SVCD: TÁ LIGADO?!? Leia no editorial se vale a pena gravar e executar VCD e SVCD no DVD Player e como fazê-lo. Sabem aquele vídeo caseiro das intimidades da Pamela Anderson e do seu ex-marido, Tommy Lee, que acabou na internet? Nós vimos na TV....

LOJAS RECOMENDADAS. Ainda tem muita gente desconfiada para comprar em lojas ditas 'virtuais', o que é uma grande bobagem, em termos. O comércio eletrônico cresce a cada ano no país de forma acelerada juntamente com a tecnologia que vem sendo empregada para evitar transtornos ao consumidor na hora da compra, seja pelo cartão de crédito, seja por boleto bancário. A segurança nas relações comerciais pela internet é uma das condições que impulsionam todo este crescimento.

Blade 2 - A Novidade Tudo começa com um envelope contendo 1 CD-R (regravável) sobrescrito em letras garrafais "BLADE 2 COM LEGENDAS". Já haviam nos tentado com outros filmes mais notáveis, como O SENHOR DOS ANÉIS, O HOMEM ARANHA e por último, STAR WARS 2. Este tipo de oferta é possível encontrar em sites, classificados e até em camelódromos. Também é fácil encontrá-los diretamente na internet, utilizando programas como KAZAA.

Destravar ou não: eis a questão! Diariamente, recebemos emails de leitores que querem destravar seus aparelhos de DVD pelos famosos códigos através do controle remoto. Primeiramente, por que destravar? Infelizmente, os responsáveis por esta nova tecnologia e terceiros interessados (entre eles, Hollywood num sentido bem amplo) dividiram o planeta em regiões para que um disquinho vendido em Brighton, na Inglaterra, não pudesse ser reproduzido em Camaquã, no Brasil.

Previsões para o DVD em 2002. Consultando a minha bolinha de cristal, vejo um ano importante para a expansão do DVD no Brasil. Vejo claramente a zeladora do meu prédio comprando um aparelho por R$ 299 (mas como preferiu parcelar em 50 vezes, sairá 100 vezes mais caro...). Abro a janela, observo as estrelas, e noto que também os títulos em DVD não custarão mais que R$ 19,90, sem a indesejável revistinha que só traz propaganda e informação inútil.

Afinal, qual é o valor de um DVD? Esta não é uma pergunta tão fácil de responder como parece, levando em conta a disseminação de revistas com DVDs entre R$ 14,90 a R$ 19,90. Relato um, entre tantos casos, de pessoas que pagaram uma "nota" por um DVD e depois encontraram o mesmo sendo vendido nas bancas por quinze pila. O DVD a qual me refiro é o show do QUEEN: "You Will Rock You". Um amigo pagou por volta de 80 reais. Ele queria comprar outro DVD da banda e indiquei uma revista que tinha um show por merrecas. Então, a decepção: era o mesmo DVD!

A Widescreen Vs. Fullscreens Não seria mais apropriado discutirmos este assunto neste momento de "boom" do DVD no Brasil. Como qualquer brasileiro, conhecia apenas a opção FULLSCREEN, devido aos filmes na TV e no vídeo. Com a popularização das televisões de 29', uma "imagem maior", seria contra-senso assistir a produções ocupando 2/3 da tela. Entretanto, com o advento do DVD, o maior parceiro possível do CINEMA, no sentido de carregar fielmente suas impressões, surgiram as tais "faixas pretas" no monitor. Para quem não estava acostumado, penso que quase todos, foi um golpe mortal ao horizonte proporcionado pelas TV's de 29 polegadas.

As Distribuidoras Independentes de DVD - Parte II Desde o editorial anterior, recebemos manifestações de apoio, alguns desabafos e uma crítica. Não, não temos nada contra a distribuidora EUROPA FILMES, viu? Mas qualquer que seja a empresa que esteja no mercado deve, pelo menos, respeitar os consumidores. Sim, há outras distribuidoras "bem" independentes (nos piores dos sentidos). Segue-se que em setembro será lançado pela mesma EUROPA o sucesso "Traffic" numa edição especial com 2 discos.

As Distribuidoras Independentes de DVD - Parte I Não, não é coincidência nas resenhas da DVD MAGAZINE nem exclusividade encontrar que determinada distribuidora não apresentou o filme em DVD com áudio ou imagem dignos do sistema. E o que é digno? É apresentar o vídeo no formato Widescreen e o áudio em Dolby Digital 5.1, como nossos "brothers" da América recebem. Sim, também sabemos que aquelas "faixas pretas" do Widescreen desagrada à muita gente, não sei se a maioria. Mas acredito que seja falta de informação, só isto, ou você prefere assistir aos Três Mosqueteiros apenas com Aramis e Athos na tela em uma cena de combate conjunta? E a bronca é constante.

Será que os Extras Valem a Pena ? É notório que com o advento do DVD ficamos mais próximos da realização do próprio filme. Em outras palavras, a disponibilidade das entrevistas e de um Making-Of e outros "featurettes" nos indicam como foi feito o filme, revelando segredos antes apenas revelados em especiais para a TV. Não há uma viva-alma que goste de cinema que não fique intrigada com as técnicas empregadas nas produções, principalmente, nesta Era Digital. Veja, por exemplo, PEARL HARBOR. Até onde os aviões eram verdadeiros? Poisé, estas e outras dúvidas que poderão ser resolvidas no seu futuro lançamento em DVD.

A Enxurrada de Filmes de Guerra em DVD Com toda a expectativa do lançamento de PEARL HARBOR nos cinemas, as distribuidoras aproveitaram a oportunidade para lançarem no mercado DVDs de filmes de guerra. Sim, eu sei que Ben Affleck e Cia Ltda não estão em um filme de guerra, mas num romance bobão "sessão da tarde". Você quer assistir ao ataque à Pearl Harbor? Então assista à TORA! TORA! TORA!, filme rodado lá em 1970, sem os muitos efeitos digitais de PEARL HARBOR. Neste mesmo pacote, PATTON - REBELDE OU HERÓI?, sobre a atuação do general, título do filme, na Segunda Guerra Mundial.

A Febre dos DVDs Duplos Tudo começou com o lançamento de O GLADIADOR e seu ótimo retorno para a distribuidora responsável (mais de 60 mil cópias vendidas). Depois vieram tantos outros que já desconheço a lista completa de DVDs duplos. Mas a pergunta que não quer se calar é: será que todos títulos lançados precisavam realmente sair em discos duplos? Ou este formato, que agradou tanto os consumidores, é apenas um artifício para aumentar o preço do DVD?

Depois de Três Meses Bem, não poderíamos deixar de fazer, após 3 meses no ar e 5 mil acessos de visitantes únicos, um balancete do mundo do DVD e da DVDMAGAZINE. Na verdade, já estamos neste mundo há mais de um ano, contando desde o interesse de adquirir um aparelho até a sua efetiva compra, incluindo tudo o que uma pesquisa requer quando surge um produto ou tecnologia nova como é o DVD. E, diga-se de passagem, foi "amor à primeira vista". Muitas coisas aconteceram de bom, como o lançamento de O GLADIADOR numa edição histórica, até hoje campeã de vendas, abrindo às portas para os "box set com 2 discos". .

DVDs Singles. Será que vai "pegar" esta onda? Os Estados Unidos já estão quase "dominados" por esta opção de DVD, que se resume à versão em vídeo digital dos CDs singles tão comuns naquele mercado. Como "nós" (não perguntaram para mim) não gostamos deste negócio de "cdzinho" com 4 faixas, as distribuidoras nacionais preferiram enterrar esta idéia de vez agora. Digo isso, por que há algum tempo não encontro mais singles musicais, desde o lançamento da música "sozinho", interpretada por Caetano Veloso. Agora é a vez dos DVDs singles! Vamos comentar um dos títulos que começaram esta história.

QUAL É O LIMITE DA TOLERÂNCIA?Com esta frase, provocamos nossos internautas a se questionarem sobre o "limite do limite", pois tolerar já é postergar algum limite. A COLUMBIA TRISTAR HOME VIDEO - CTHV, detentora da distribuição do filme TOLERÂNCIA, juntamente, com a DVDMAGAZINE, promoveram nesta revista, durante quase 3 semanas, este evento, cujo resultado está sendo publicado nestes dias. As três melhores respostas ganharão um DVD do filme TOLERÂNCIA, além de um POSTER oficial. Outras sete respostas, ganharão o POSTER.

Do BRASIL para PORTUGAL num click Pois é, conforme o título acima, agora estamos a um simples click de Portugal, em outras palavras, da REGIÃO 2 (Grande Europa). A importância da parceria DVDMAGAZINE e DVDMANIA é infinita. Primeiro, porque ainda não conhecemos a extensão da globalização em termos de mercado em DVD. Segundo, porque muito nos interessam os lançamentos europeus, pois já demonstraram independência e diversidade com os da Região 1. Mesmo com as diferenças lingüisticas, na forma "falada" e "escrita", desperta curiosidade óbvia os títulos europeus legendados/dublados em português.

A conquista das caixas de O Gladiador Quem não sabe que a WEB é uma rede mundial? Quem não sabe que milhares de informações transitam nela por segundo? Qual é a distância entre dois computadores? A INTERNET aproximou-nos como bebês ligados a suas mães pelo cordão umbilical. Qualquer insinuação figurativa pode ser aceita para expressarmos a corrente que se tornou depois da existência da INTERNET. Amém!

A importação de DVD. Vale a pena? (parte II) - Ontem, sai para comprar um aparelho de DVD com um amigo, que pediu ajuda para escolher algum modelo nacional disponível para todas as regiões. Em todas as lojas pesquisadas, os vendedores ofereceram o "destravamento" do aparelho, ou por controle remoto ou pela própria autorizada, neste caso, mediante o pagamento deste serviço. Não é outra conclusão, senão que os fabricantes de DVD players estão interessados em reproduzir títulos de outras regiões...

A importação de DVD. Vale a pena? (parte I) - Para dirimir a questão levantada, deve-se levar em conta diversas premissas. Como está o mercado nacional em relação à qualidade do produto? E quanto à diversidade de títulos? A partir deste panorama, poderemos chegar à conclusão se realmente vale pagarmos a cotação de 2 por 1 (real x dólar), além do custo de transporte e do imposto de importação (60%).

DVDs a R$ 14,90: você decide! - Você lembra de quando começou a mania de "brindes" em revistas? Bem, eu não me recordo, mas sei muito bem o que é oferecido atualmente. Na sua banca preferida, verifique se não tem CDs de música, de softwares, fitas em VHS entre outros "mimos", desde raspador de parafina até suporte para óculos. Tenho quase certeza que ninguém se importa com isto, muito pelo contrário. E o motivo é muito simples do porquê desta prática mercantil: concorrência.

Special Edition- Muito tem me intrigado essa prática de propaganda que se tem utilizado as distribuidoras de DVD, seja na terra Tupiniquim, seja nos States. É essa mania, que, particularmente, detesto, de enfeitar as capas de DVD com "Edição do Colecionador" ou "Edição Especial" ou "Versão do Diretor" ou "Versão sem Cortes" ou ainda "Edição Limitada"... E a razão é muito simples: enquanto compro a primeira versão do BAD BOYS, seis meses depois ocorre o lançamento de uma nova edição, com extras e tudo mais que tem direito um dvdmaníaco como eu.

A força do abaixo-assinado - Pois é, pessoal, muitas coisas aconteceram e outras deixaram de acontecer entre o "primeiro" e este editorial. Enquanto os aparelhos de DVDs baixam de valor (já existem a R$ 499,00), o valor dos filmes aumenta e quase estaciona nos R$ 50,00... Além disso, algumas distribuidoras já começaram a praticar a política do "rental" (ou seja, lançam, primeiramente, para alugar, e, depois para vender). Se você não sabe a quem recorrer, lembre daquelas antigas práticas escolares, no tempo em que a turma não gostava do professor de matemática fazia um "abaixo-assinado" para substituí-lo.

Primeira Edição (14.02.01) - O cinema, a cada década, transforma-se, adotando novas tecnologias e dando maior realidade à imaginação das pessoas. Iniciou-se uma nova geração: a do DVD. O que era futuro já está se tornando presente há algum tempo em nossas casas, nas lojas, enfim, em nossas vidas. Fita de VHS? É o próximo artigo do almoxarifado de sua garagem, ao lado daqueles LPs de vinil, daqueles cartuchos de ATARI e dos disquetes de 5 1/4.... .