Guardies da Galxia: do HQ para o Cinema

Conhea a histria dos quadrinhos da Marvel do novo blockbuster

30/07/2014 21:38 Por Adilson de Carvalho Santos
Guardiões da Galáxia: do HQ para o Cinema

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Na ficção cientifica convencionou-se chamar o espaço de “a fronteira final” e , desde a década de 30 os pulps e as HQs exploraram além da via láctea com heróis espaciais como Buck Rogers (1928, de Philip Nowlan), Brick Bradford (1933, de William Ritt & Clarence Gray) e Flash Gordon, o mais conhecido deles, criado por Alex Raymond (1934). Embora hoje sejam desconhecidos do público em geral, esses pioneiros imaginários lançaram as bases desenvolvidas depois por outros aventureiros que levaram gerações de leitores a se imaginar em uma viagem pelo espaço.

Os heróis Guardiões da Galáxia (Guardians of the Galaxy) que ganham agora uma aventura de carne e osso dirigida por James Gunn tiveram duas encarnações bem distintas nos quadrinhos da Marvel. O primeiro grupo a usar esse nome surgiu Janeiro de 1969 na revista Marvel Super Heroes #18 criados por Arnold Drake & Gene Colan. O grupo era formado pelo Major Vance Astro (um terrestre, que assim como o clássico Buck Rogers era um homem do passado transportado para o futuro), Martinex, Charlie 27 e Yondu, todos eles vindos de diferentes planetas como Plutão, Jupiter e Centauro IV. A equipe combateu os Badoon, uma raça reptiliana com planos de conquista galáctica. Depois da entrada de dois novos membros, Starhawk e Nikki, os heróis viveram novas aventuras inclusive ao lado dos Vingadores, mas sempre ficaram sem segundo plano no panteão de heróis Marvel. Mesmo com uma tentativa de série própria iniciada em 1990 escrita e desenhada por Jim Valentino, o título durou apenas 5 anos.  A equipe que agora chega às telas se baseia na segunda formação da equipe, criados por Dan Abnett & Andy Lanning, surgida nas HQs em 2007 como consequência da saga “Aniquilação” em que seres de vários cantos do cosmo unem forças para enfrentar o vilão Aniquilador, e depois a raça Falange. O grupo reúne o Senhor das Estrelas (Starlord), Rocket Raccon (o guaxinim de temperamento rebelde),  Drax, Gamora, Mantis, Adam Warlock, sendo que só pouco depois o grupo recebeu a adesão de Groot (o ser com aparência de árvore). Quando se encontram com o Major Astro, este sugere o grupo que use o nome “Guardiões da Galáxia” de forma a perpetuar a tradição iniciada eras antes pelo grupo original. Esse segundo grupo, sem os personagens Mantis e Warlock, é que aparecem no filme.

Gamora, nas HQs foi uma guerreira treinada pelo vilão Thanos, que apareceu nos créditos finais do filme dos Vingadores ficou com Zoe Saldana (a Uhura de Star Trek) que se recusou a usar a captura de movimento, preferindo a maquiagem para torná-la a guerreira que se unirá ao grupo de Peter Quill, o Senhor das Estrelas (Chris Pratt). Contudo, a tecnologia de CGI foi indispensável para fazer Bradley Cooper se tornar o guaxinim Rocket Raccon e Vin Diesel virar Groot. A atitude de “bad boys” das galáxias diferencia esse grupo da equipe original dos quadrinhos. Entre os vilões, além de Thanos (Josh Brolin), está o misterioso Colecionador (Benicio Del Toro) que apareceu no final de Thor: Mundo Sombrio preparando o terreno para a chegada do filme dos heróis galácticos, e a pirata Nebulosa (Karen Gillian) que nas HQs é descedente de Thanos. O filme ainda tem Glenn Close e John C.Reilly como membros da Tropa Nova, também personagens dos quadrinhos.

Recentemente, nas HQs até o Homem de Ferro fez parte da equipe de heróis galácticos, mas a presença de Robert Downey Jr tornou-se impossível, embora desejada já que o ator só assinou para voltar como Tony Stark nas sequências de Vingadores. Se a Marvel acertar, terá uma franquia frutífera nas mãos e deixará a rival DC Comics para trás em termos de adaptações de quadrinhos para as telas, provando seu poder de fogo já que os guardiões não são personagens tão conhecidos assim fora do círculo nerd. Quem ganha nessa guerra é o público, mesmo que não leitor de HQs, mas que procure por um escapismo despretensioso. Quem sabe em breve não teremos a volta de Flash Gordon também?

(Por Adilson de Carvalho Santos)

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Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

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