RESENHA CRTICA: Ave, Csar! (Hail, Caesar!)

Este sem sombra de dvida o pior filme da carreira longa e consagrada dos Irmos Coen

15/04/2016 15:42 Por Rubens Ewald Filho
RESENHA CRÍTICA: Ave, César! (Hail, Caesar!)

tamanho da fonte | Diminuir Aumentar

Ave, César! (Hail, Caesar!)

EUA, 16. 106 min. Direção e roteiro dos Irmãos Coen. Com Josh Brolin, George Clooney, Tilda Swinton, Ralph Fiennes, Scarlett Johansson, Alden Ehrenreich, Frances McDormand, Channing Tatum, Jonah Hill, Veronica Osorio (que faz mal paródia de Carmen Miranda), Alison Pill, Clancy Brown, Christopher Lambert, Jack Huston, Michael Gambon (narrador).

Este é sem sombra de dúvida o pior filme da carreira longa e consagrada dos Irmãos Coen. Já era suspeito eles começarem a fazer roteiros para diretores consagrados (como recentemente com Spielberg em Ponte dos Espiões e Invencível para Angelina Jolie). Mas nada preparava para esta pseudo comédia totalmente sem graça, que pretende satirizar Hollywood mas acaba criando preconceitos (eles tinham se saído melhor com Barton Fink Delírios de Hollywood, de 91, onde falavam de escritor nova-iorquino que se dava mal na Hollywood dos anos 30. Aqui a ação se passa no começo dos anos 1950-54). Não se impressionem com o elenco porque a maior parte deles aparece apenas alguns momentos ou uma cena (Jonah Hill, Frances, mulher de Joel Coen, ou pouco mais como Scarlett Johansson que faz uma variante de Esther Williams com número aquático e tudo). Será inclusive uma decepção para as fãs de Clooney, que aparece envelhecido num papel ingrato e curto! O diretor do estúdio cabe a Josh Brolin que continua a não me convencer.

Mas o que me perturbou, além da falta de graça, foram alguns detalhes hoje em dia difíceis de perdoar como a ausência de negros em papeis importantes ou mesmo coadjuvantes e principalmente o desprezo com que o roteiro trata os escritores de Hollywood acusados de comunistas, justamente aqueles que (SPOILER, ATENÇÃO) agem como bandidos porque estão ansiosos em mandar dinheiro para os comunistas (quando a rotina seria oposto, o chamado Ouro de Moscou,que a Rússia mandava para sustentar agentes comunistas com salários em várias partes do mundo inclusive Luiz Carlos Prestes no Brasil).

Enfim, achei toda a situação ofensiva e grosseira porque os escritores justamente estavam sendo nessa época vítimas das Caças as Bruxas, impedidos de trabalhar pela acusação de comunista, muitas vezes, ou quase sempre falsas. O filme não entra nesse mérito, esquece essa situação e ainda por cima faz com que o ator dançarino do número de marinheiros, aliás muito bem coreografado e estrelado por Channing Tatum, que depois tem a ingrata tarefa de fazer pose de gay na dança e ao embarcar no submarino. Não estou estragando muita coisa porque nos EUA grande parte da plateia sai irritada no meio, não pelo lado político, mas pela absoluta falta de graça. E o desperdiço de talento (quem está menos ruim é o Alden, que faz o cowboy Holie Doley, que sempre achei engraçado, que foi descoberto por Spielberg num bar mitzvah e depois fez o papel central do fraco Tetro de Coppola. Aqui ao menos está divertido num filme que carece justamente de humor). Evite.

Linha
tamanho da fonte | Diminuir Aumentar
Linha

Sobre o Colunista:

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de “ramos Seis” de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o “Dicionrio de Cineastas”, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.

Linha
Todas as mterias

Efetue seu login

O DVDMagazine mantm voc conectado aos seus amigos e atualizado sobre tudo o que acontece com eles. Compartilhe, comente e convide seus amigos!

E-mail
Senha
Esqueceu sua senha?

Não é cadastrado?

Bem vindo ao DVDMagazine. Ao se cadastrar voc pode compartilhar suas preferncias, comentar ou convidar seus amigos para te "assistir". Cadastre-se j!

Nome Completo
Sexo
Data de Nascimento
E-mail
Senha
Confirme sua Senha
Aceito os Termos de Cadastro