De Caniço e Samburá
Aflito no consultório, Peter Ingersoll (Jerry Lewis) recebe, de seu médico e amigo particular, Scott Carter (Peter Lawford), a trágica notícia de que sofre de uma grave doença e seus dias estão contados. Com a insistência da esposa, ele então aproveita os últimos momentos em viagens por aí, gastando toda a fortuna da família
De Caniço e Samburá (Hook, line and sinker). EUA, 1969, 91 min. Comédia. Dirigido por George Marshall. Distribuição: Classicline
Aflito no consultório, Peter Ingersoll (Jerry Lewis) recebe, de seu médico e amigo particular, Scott Carter (Peter Lawford), a trágica notícia de que sofre de uma grave doença e seus dias estão contados. Com a insistência da esposa, ele então aproveita os últimos momentos em viagens por aí, gastando toda a fortuna da família. Dias depois Dr. Scott retorna para informar que os exames estavam errados, e a saúde do paciente segue de vento em popa, melhor até do que antes. Diante do novo baque, Peter pensa em bolar um plano para forjar a própria morte e assim fugir das dívidas. A confusão está armada!
Para alegria dos fãs de Jerry Lewis, como eu, a Classicline resgatou, mês passado, do fundo do baú, um pequenino bom filme de comédia do notório ator e humorista, pouco conhecido do público. Com um estilo único que marcou gerações inteiras, Lewis inventa caras e bocas, desdobra-se em disfarces mil, em papel duplo, tropeça em objetos, destrói a casa com um único erro de mira, pegando carona no conceito de fitas anteriores. Um dos mestres do riso contemporâneo dá lição dramática, numa fita também de teor familiar, neste que seria o seu melhor trabalho da segunda metade da década de 60, período crítico do ator, quando viu sucessivos fracassos estampados em obras chinfrins. A comédia é engraçada, acima da média, e vai além do toque cômico ao tratar do medo da morte, com os bons exageros de Jerry Lewis, que chega ao surrealismo (como a sequência do peixe marlim, no final).
Completam o entretenimento dois atores de peso, Peter Lawford e a vencedora do Globo de Ouro Anne Francis, ambos falecidos.
Fácil de ver, fácil de gostar; “De caniço e samburá” é diversão recomendada!
Sobre o Colunista:
Felipe Brida
Jornalista e especialista em Artes Visuais e Intermeios pela Unicamp. Pesquisador na área de cinema desde 1997. Ministra palestras e minicursos de cinema em faculdades e universidades. Professor de Semiótica e História da Arte no Imes Catanduva (Instituto Municipal de Ensino Superior de Catanduva) e coordenador do curso técnico de Arte Dramática no Senac Catanduva. Redator especial dos sites de cinema E-pipoca e Cineminha (UOL). Apresenta o programa semanal Mais Cinema, na Nova TV Catanduva, e mantém as colunas Filme & Arte, na rede "Diário da Região", e Middia Cinema, na Middia Magazine. Escreve para o site Observatório da Imprensa e para o informativo eletrônico Colunas & Notas. Consultor do Brafft - Brazilian Film Festival of Toronto 2009 e do Expressions of Brazil (Canadá). Criador e mantenedor do blog Setor Cinema desde 2003. Como jornalista atuou na rádio Jovem Pan FM Catanduva e no jornal Notícia da Manhã. Ex-comentarista de cinema nas rádios Bandeirantes e Globo AM, foi um dos criadores dos sites Go!Cinema (1998-2000), CINEinCAT (2001-2002) e Webcena (2001-2003), e participa como júri em festivais de cinema de todo o país. Contato: felipebb85@hotmail.com