Balas Que Não Erram
Memorável faroeste psicológico realizado na Era de Ouro do Cinema Americano, original no roteiro, que une o velho bangue-bangue a bons elementos do suspense
Balas Que Não Erram (No name on the bullet). EUA, 1959, 77 min. Faroeste. Dirigido por Jack Arnold. Distribuição: Classicline
O temível pistoleiro de aluguel John Gant (Audie Murphy), de passagem pela pequena cidade de Lordsburg, no Novo México, hospeda-se num hotel. Os moradores ouvem falar em seu nome e ficam apavorados, pois todos conhecem seu método de agir: ele chega, instala-se no local por dias até ir atrás da vítima e matá-la com um tiro certeiro, sem nunca informar quem é o alvo. Com Gant ali, as horas ficam lentas, e o medo vai tomando conta da cidade.
Memorável faroeste psicológico realizado pela Universal na Era de Ouro do Cinema Americano, original no roteiro, que une o velho bangue-bangue a bons elementos do suspense. Famoso na época, o filme deu chance a Audie Murphy demonstrar o talento à frente de um personagem central – quase sempre o ator era posto como coadjuvante, e aqui está excepcional, no melhor trabalho de sua curta carreira, encerrada de forma trágica – ele morreu aos 46 anos em um acidente de avião, em 1971.
Os pormenores da história partem da explosiva ideia central, a do pistoleiro que chega à cidade e provoca tensão nos moradores pelo seu modus operante infalível (suas balas não erram!). Ninguém tem motivo plausível para um encontro com Gant, mas por ele ser quem é, o povoado entra em paranoia, todos têm medo de sair às ruas.
O diretor Jack Arnold (1916-1992) acertou em cheio nesse faroeste exemplar, gênero que pouco explorou - ele era um mestre em fitas scifi, dirigindo mais de 10 produções com monstros e viagens espaciais nos anos 50.
Indico especialmente aos cinéfilos amantes de western clássico, que vão se deleitar, ainda mais nessa edição recém-lançada pela Classicline.
Sobre o Colunista:
Felipe Brida
Jornalista e especialista em Artes Visuais e Intermeios pela Unicamp. Pesquisador na área de cinema desde 1997. Ministra palestras e minicursos de cinema em faculdades e universidades. Professor de Semiótica e História da Arte no Imes Catanduva (Instituto Municipal de Ensino Superior de Catanduva) e coordenador do curso técnico de Arte Dramática no Senac Catanduva. Redator especial dos sites de cinema E-pipoca e Cineminha (UOL). Apresenta o programa semanal Mais Cinema, na Nova TV Catanduva, e mantém as colunas Filme & Arte, na rede "Diário da Região", e Middia Cinema, na Middia Magazine. Escreve para o site Observatório da Imprensa e para o informativo eletrônico Colunas & Notas. Consultor do Brafft - Brazilian Film Festival of Toronto 2009 e do Expressions of Brazil (Canadá). Criador e mantenedor do blog Setor Cinema desde 2003. Como jornalista atuou na rádio Jovem Pan FM Catanduva e no jornal Notícia da Manhã. Ex-comentarista de cinema nas rádios Bandeirantes e Globo AM, foi um dos criadores dos sites Go!Cinema (1998-2000), CINEinCAT (2001-2002) e Webcena (2001-2003), e participa como júri em festivais de cinema de todo o país. Contato: felipebb85@hotmail.com