Tentacao Proibida
Roue Marengo eh um arquiteto desiludido no casamento que se apaixona por uma garota, Francesca (Nastassja Kinski), durante uma viagem. Eles iniciam um caso, e logo Roue desconfia que ela possa ser sua filha
Tentação Proibida (Così come sei). Itália/Espanha, 1978, 104 minutos. Drama/Romance. Colorido. Dirigido por Alberto Lattuada. Distribuição: Obras-primas do Cinema
Conto urbano erótico que serviu de veículo para o estrelato de Nastassja Kinski, filha do ator alemão Klaus Kinski, então com 27 anos - no ano seguinte ganharia o Globo de Ouro pelo cult “Tess” (1979, de Roman Polanski). Ela faz par romântico com o veterano astro italiano Marcello Mastroianni, que tinha uma incrível presença de cena.
É uma história de amor impossível centralizada na relação amorosa, de fascínio e dor, de um arquiteto de meia-idade, em crise no casamento, com uma menina, que pode ser sua filha (com quem nunca mais teve contato).
A temática era forte para a época, trazia a dúvida sobre o incesto, e explorava a relação, malvista pela sociedade, de garotas com homens mais velhos (a personagem de Nastassja tem 37 anos a menos que o arquiteto, ela convive com uma amiga de quarto, e ambas têm taras por homens de meia-idade, por exemplo, no apartamento delas há pôsteres de Albert Einstein e Ernest Hemingway). As poucas sequências de sexo são sutis, românticas e bem fotografadas.
Caminham em consonância a trilha sonora sentimental de Ennio Morricone, a proeminente atuação de Mastroianni (o maior ator do cinema italiano, parceiro de longa data de Federico Fellini e indicado a três Oscars de ator) e a correta direção de Alberto Lattuada - que começou no Neorrealismo e depois fez comédias como “Guendalina” (1957) e “A mandrágora” (1965).
Coprodução Itália e França, saiu numa época onde o erotismo picante era muito explorado no cinema, despertando a curiosidade das pessoas, depois de “Emmanuelle” (1974), “A história de 'O'” (1975), “O império dos sentidos” (1976) e “Paixão selvagem” (ou “Je t'aime moi non plus”, com sua canção famosa, de 1976). Em DVD pela Obras-primas do Cinema.
Sobre o Colunista:
Felipe Brida
Jornalista e especialista em Artes Visuais e Intermeios pela Unicamp. Pesquisador na área de cinema desde 1997. Ministra palestras e minicursos de cinema em faculdades e universidades. Professor de Semiótica e História da Arte no Imes Catanduva (Instituto Municipal de Ensino Superior de Catanduva) e coordenador do curso técnico de Arte Dramática no Senac Catanduva. Redator especial dos sites de cinema E-pipoca e Cineminha (UOL). Apresenta o programa semanal Mais Cinema, na Nova TV Catanduva, e mantém as colunas Filme & Arte, na rede "Diário da Região", e Middia Cinema, na Middia Magazine. Escreve para o site Observatório da Imprensa e para o informativo eletrônico Colunas & Notas. Consultor do Brafft - Brazilian Film Festival of Toronto 2009 e do Expressions of Brazil (Canadá). Criador e mantenedor do blog Setor Cinema desde 2003. Como jornalista atuou na rádio Jovem Pan FM Catanduva e no jornal Notícia da Manhã. Ex-comentarista de cinema nas rádios Bandeirantes e Globo AM, foi um dos criadores dos sites Go!Cinema (1998-2000), CINEinCAT (2001-2002) e Webcena (2001-2003), e participa como júri em festivais de cinema de todo o país. Contato: felipebb85@hotmail.com