Spartacus
Na Roma Antiga, o guerreiro Spartacus eh preso e forcado a lutar como gladiador. Quando numa luta mata seu colega, revolta-se contras as forcas do governo autoritario e organiza um levante
Spartacus (Spartakus). URSS, 1977, 89 minutos. Drama/Musical. Colorido. Dirigido por Vadim Derbenyov e Yuri Grigorovich. Distribuição: CPC-Umes Filmes
A CPC-Umes Filmes, distribuidora especializada em trazer ao Brasil DVDs e Blurays de fitas de arte russa e soviética, inova ao lançar esse mês um filme-balé (ou teatro-filme, filme-dança, como queiram), que vem atraindo olhares curiosos do público-colecionador. Produzido em 1977, “Spartacus” é considerada uma das apresentações mais importantes do grupo Ballet Bolshoi. É, sem dúvida, uma experiência diferente assistir a um balé filmado, ainda mais do notório Bolshoi (não é a mesma coisa que assisti-lo nos palcos, obviamente, pois a arte da dança se faz única e presente com o público ao vivo, no espaço de encenação).
Política, a obra conta, por meio da dança, a trajetória de Espártaco (109 a.C. – 71 a.C.), um guerreiro da Trácia (região onde hoje é a Macedônia) que viveu na República romana e ficou conhecido por liderar uma revolta com 40 mil escravos contra a legião de Crasso, para reivindicar melhores condições de trabalho.
Esse filme-balé tem ecos do livro “Spartacus” (escrito por Howard Fast na cadeia, quando o autor foi preso no Macarthismo acusado de colaborar com os comunistas – seu livro virou em 1960 a obra-prima de Stanley Kubrick, com roteiro escrito por Dalton Trumbo, um sucesso ganhador de quatro Oscars). Também dialoga com a Liga Espartaquista, da filósofa polonesa Rosa Luxemburgo, aquela organização marxista de luta social, que atuou na Alemanha durante a Primeira Guerra Mundial. Apoia-se, assim, ao livro de Fast e ao movimento de Rosa para lançar críticas ferozes ao autoritarismo nos tempos atuais (inclusive o espetáculo do Bolshoi foi censurado, e em muitos países foi proibido de ser levado ao público).
Conta com música escrita pelo compositor armênio Aram Khachaturian, além de roteiro e direção da dupla Vadim Derbenyov e Yuri Grigorovich (dançarino e coreógrafo do Bolshoi por 30 anos).
Confira essa joia rara e conheça um pouco do trabalho do Ballet Bolshoi, uma das companhias de dança mais antigas e influentes do mundo.
Sobre o Colunista:
Felipe Brida
Jornalista e especialista em Artes Visuais e Intermeios pela Unicamp. Pesquisador na área de cinema desde 1997. Ministra palestras e minicursos de cinema em faculdades e universidades. Professor de Semiótica e História da Arte no Imes Catanduva (Instituto Municipal de Ensino Superior de Catanduva) e coordenador do curso técnico de Arte Dramática no Senac Catanduva. Redator especial dos sites de cinema E-pipoca e Cineminha (UOL). Apresenta o programa semanal Mais Cinema, na Nova TV Catanduva, e mantém as colunas Filme & Arte, na rede "Diário da Região", e Middia Cinema, na Middia Magazine. Escreve para o site Observatório da Imprensa e para o informativo eletrônico Colunas & Notas. Consultor do Brafft - Brazilian Film Festival of Toronto 2009 e do Expressions of Brazil (Canadá). Criador e mantenedor do blog Setor Cinema desde 2003. Como jornalista atuou na rádio Jovem Pan FM Catanduva e no jornal Notícia da Manhã. Ex-comentarista de cinema nas rádios Bandeirantes e Globo AM, foi um dos criadores dos sites Go!Cinema (1998-2000), CINEinCAT (2001-2002) e Webcena (2001-2003), e participa como júri em festivais de cinema de todo o país. Contato: felipebb85@hotmail.com