RESENHA CRTICA: Brist Romantique (Brasserie Romantiek)
Com elenco desconhecido, uma enganadora produo belga
Bristô Romantique (Brasserie Romantiek)
Bélgica, 12. 102 min. Direção de Joel Vanhoebrouck. Com Filip Peters, Koen De Bouw, Barbara Sarafian, Axel Daeseleire, Tine Embrchets.
Já não gostei muito do atual Chef (lobo disfarçado de cordeiro, é até mais filme de estrada e comédia romântica do que sobre culinária!). Mas achei ainda mais enganadora esta produção belga, que teve apenas uma vaga indicação a prêmio de coprodução.Com elenco desconhecido, aos 40 e poucos anos Pascaline dirige um restaurante e prepara um grande jantar para o dia dos namorados. Mas sucede o inesperado: seu namorado de vinte atrás retorna inesperadamente e pede para ela o acompanhar até Buenos Aires! No mesmo lugar, uma dona de casa entediada de trinta e poucos anos informa seu marido que ela tem um amante. Enquanto Mia já na casa dos cinquenta, pretende se suicidar. Quando é cortejada por um garçon (Lesley) e um funcionário público (Walker) fica completamente inseguro quando se senta diante da mulher de seus sonhos.
Acreditem o resumo parece muito atraente e interessante do que quando se desenrola no ambiente escuro e sem charme da Brasserie. Até porque o humor nunca foi o forte dos flamengos /belgas e por vezes tudo se resvala um pouco para o lado dark, porque tem pretensões a ser sátira. Ou ao menos de já seduzir o espectador com o chef preparando escalopes, ostras, pombos e convidativas sobremeses. O lugar é dirigido pelo chefe Angelo (Axel Daeseleire) e sua irmã Pascaline (Sara de Roo) que também cuida da filha do irmão divorciado. Ele bebe porque é frustrado e queria um restaurante maior. Pascaline nunca se recuperou do amor perdido.
E as histórias se cruzam, Rose (Barbara Sarafian) casada com um vendedor de carros, Fílip já não o suporta mais e tem um caso com um outro sujeito, ainda não aprovado. Walter (Mathijs Scheepers) realiza o sonho de jantar com uma mulher que contratou de um de serviço de companhias noturnas. Noutra mesa, Mia (Ruth Bequart) parece contemplar o suicídio pelo excesso de Chocolate mas tem uma surpresa. O diretor é um estreante de Bruxelas que veio de dirigir TV. Sua única intenção: que o filme fosse igual à vida. Alguém quer experimentar?
Sobre o Colunista:
Rubens Ewald Filho
Rubens Ewald Filho jornalista formado pela Universidade Catlica de Santos (UniSantos), alm de ser o mais conhecido e um dos mais respeitados crticos de cinema brasileiro. Trabalhou nos maiores veculos comunicao do pas, entre eles Rede Globo, SBT, Rede Record, TV Cultura, revista Veja e Folha de So Paulo, alm de HBO, Telecine e TNT, onde comenta as entregas do Oscar (que comenta desde a dcada de 1980). Seus guias impressos anuais so tidos como a melhor referncia em lngua portuguesa sobre a stima arte. Rubens j assistiu a mais de 30 mil filmes entre longas e curta-metragens e sempre requisitado para falar dos indicados na poca da premiao do Oscar. Ele conta ser um dos maiores fs da atriz Debbie Reynolds, tendo uma coleo particular dos filmes em que ela participou. Fez participaes em filmes brasileiros como ator e escreveu diversos roteiros para minissries, incluindo as duas adaptaes de ramos Seis de Maria Jos Dupr. Ainda criana, comeou a escrever em um caderno os filmes que via. Ali, colocava, alm do ttulo, nomes dos atores, diretor, diretor de fotografia, roteirista e outras informaes. Rubens considera seu trabalho mais importante o Dicionrio de Cineastas, editado pela primeira vez em 1977 e agora revisado e atualizado, continuando a ser o nico de seu gnero no Brasil.